A 6ª AMLD – O que esperar?

por EY Angola

Firma de serviços profissionais multidisciplinares

2 minutos de leitura 4 dez 2020
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Uma nova era do Governance na Prevenção do Branqueamento de Capitais e do Financiamento do Terrorismo.

Aimplementação da 6ª Directiva será o maior desafio para as Instituições Financeiras (IF), da União Europeia e todas as IFs expostas às relações com outras instituições financeiras com sede em países da União Europeia, pois os actuais mecanismos de prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo (PBC/FT) que possuem terão de ser redesenhados e/ou, até mesmo, criados para acomodarem todas as alterações e recomendações, mas será necessário ter cuidado para não cair na tentação de criar uma mentalidade demasiada avessa ao risco.

Para evitar que as IFs se sintam reféns de si mesmas e dos processos implementados, será necessário garantir que as políticas de Governance sejam bem definidas e aplicadas nas várias áreas expostas à PBC/FT, harmonizando a comunicação entre si e, garantir o alinhamento com a visão estratégica da entidade. Tal poderá ser atingido se o foco estiver na materialização de processos "ad-hoc" desenvolvidos em silos, através do investimento numa estratégia de digitalização transversal.

Depois de estar tudo implementado com o apoio dos vários stakeholders, o contínuo acompanhamento passará também pela formação dos restantes colaboradores, garantindo desta forma que a estratégia da entidade é transversal e, assim, prevê-se evitar que possam existir possíveis ameaças à reputação da entidade por desalinhamento de certos colaborares. O Risco Reputacional causa, cada vez, mais e maiores perdas de negócio, daí ser importante um bom planeamento e procurar as soluções mais adequadas às entidades para que, o primeiro semestre de 2021 seja dedicado à implementação da estratégia já definida e testada e não, ao desenho da mesma.

Com o passar dos anos a tarefa de um Chief Compliance Officer (CCO) tem vindo a aumentar o seu grau de exigência, pois já não basta ler, interpretar e aplicar a lei em vigor, local ou internacional: é igualmente importante, antecipar possíveis ameaças futuras. O investimento em sistemas informáticos de gestão de risco de PBC/FT, que permitam dar mais capacidades e independência à Direção de Compliance, pode ser o factor chave para acompanhar todas as alterações que estamos a viver e que, já se anteveem acontecer, pois atendendo ao ritmo intenso de alterações regulatórias neste sector, encarar estes investimentos como apenas uma mínima despesa operacional é um erro crasso, pois deverá ser visto como um investimento crucial e prioritário para qualquer instituição que não queira sofrer qualquer multa por incumprimento dos controlos obrigatórios ou por não ter conseguido executar uma boa monitorização, vigilância e reporte das actividades suspeitas. Para tal, será necessário rever todas as políticas, procedimentos, processos e estabelecer mecanismos de monitorização e de conhecimento do cliente que funcionem para além dos limites mínimos legais, que se adaptem facilmente a regulações futuras e aos novos riscos que possam surgir. Só assim é que esta implementação será mais fácil e indolor.

Artigo escrito por Ricardo Cardoso, Senior EY, Consulting Financial Services

Resumo

Todos sabemos que ao mesmo tempo que a tecnologia evolui, os meios utilizados para cometer fraude, branquear capitais ou financiar o terrorismo, evoluem ainda mais rápido, fazendo com que todo o sistema financeiro esteja sempre um passo atrás. Inverter esta tendência só será possível se houver uma mudança de mentalidade em todo o sector financeiro e restantes entidades expostas à Prevenção do Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo - este sim é, e será, o grande desafio para os próximos anos.

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