3 minutos de leitura 7 dez 2020

            Empresários numa conferência a seguir as regras de distanciamento social

De que forma é que as empresas e os colaboradores estão a idealizar a reinvenção do local de trabalho

3 minutos de leitura 7 dez 2020

À medida que os períodos de confinamento vão sendo retirados, as organizações começam a idealizar novos métodos de trabalho, de colaboração e de liderança eficaz.

Três questões a colocar 
  • Que ferramentas digitais relacionadas com o local de trabalho são fundamentais para a experiência futura de trabalho de uma organização?
  • Quais são as áreas em que as empresas e os colaboradores não estão alinhados?
  • Como é que os líderes de negócio colocam as pessoas no centro dos planos a longo prazo de forma a criar de valor?

À medida que os períodos de confinamento vão sendo ultrapassados em vários locais do mundo, milhares de trabalhadores considerados essenciais continuam a trabalhar como habitualmente, enquanto outros segmentos estão a regressar ao local de trabalho físico pela primeira vez, após vários meses de trabalho remoto ou em lay-off. Muitas empresas permitiram o trabalho flexível relativamente ao local e aos horários de trabalho dos colaboradores, de forma a manter o distanciamento social nos locais de trabalho, bem como para proporcionar alternativas, dado que nem todas as escolas e creches abriram. As empresas também se apercebem de que agora, que muitos colaboradores experienciaram uma redução nos seus tempos de deslocação e mantiveram a produtividade, alguns deles preferem continuar a trabalhar remotamente. Isto exigiu métodos totalmente novos de trabalho, de colaboração e de liderança eficaz. Tem sido um enorme desafio para as empresas e uma grande mudança para os colaboradores.

A equipa da EY inquiriu mais de 4.000 empresas e colaboradores, entre Junho e Julho de 2020, para analisar a forma como estes impactos estão a afectar a implementação do futuro do trabalho. Os resultados do inquérito mostraram um forte alinhamento entre as experiências e as prioridades das empresas e os seus colaboradores, mas também algum desalinhamento/desarticulação em alguns pontos.


            Gráfico do impacto significativo da Covid-19

Tanto as empresas (84%) como os colaboradores (79%) identificam a adopção de ferramentas digitais para o local de trabalho como sendo fundamentais para a futura experiência de trabalho. Concordam também que a saúde e a segurança no local de trabalho são novas prioridades: os colaboradores classificam-nas como uma das cinco principais preocupações e 86% das empresas tencionam melhorar a segurança no local de trabalho. Os colaboradores classificam a formação on-line ou virtual como o seu principal foco de formação e desenvolvimento, e quase dois terços (64%) das empresas estão a procurar reforçar este tipo de formação.

No entanto, as respostas ao inquérito revelam que as empresas e os colaboradores não estão alinhados em todos os pontos. Talvez previsivelmente, enquanto quase 4 em cada 10 (38%) colaboradores pretendem receber um bónus de produtividade, 77% das empresas acreditam que existirão reduções moderadas a significativa nos custos da empresa. Relativamente às viagens de negócios, as empresas vêem aqui mais uma oportunidade para reduzir custos, com 74% a planearem limitar a maior parte das viagens de negócios, enquanto 76% dos colaboradores gostariam de continuar a poder fazê-lo.

  Colaboradores Empresas
Áreas de alinhamento

84% dos colaboradores procuram melhores ferramentas digitais

No top 5 das principais preocupações, para todos os países e gerações, está a saúde física

#1 no ranking de formação e desenvolvimento, os colaboradores pretendem que as empresas melhorem as metodologias de formação on-line/virtual

79% das empresas procuram mudar significativamente/moderadamente as ferramentas digitais para os colaboradoreso

86% das empresas tencionam aplicar medidas significativas/moderadas na segurança no local de trabalho

64% das empresas procuram melhorar as metodologias de formação online/virtual
 

Áreas de desarticulação/desalinhamento

38% dos colaboradores querem planos de remuneração/bónus actualizados face a um aumento da produtividade

76% dos colaboradores gostariam de continuar a fazer, de alguma forma, viagens de negócios

77% das empresas acreditam que haverá uma mudança significativa/moderada nos custos de mão-de-obra

74% das empresas acreditam que irá existir uma redução significativa/moderada da maioria das viagens de negócios

Nesta análise dos dados, surge uma uma potencial red flag para as empresas, que estas não devem ignorar. Enquanto 9 em cada 10 empresas afirmam colocar as pessoas no centro dos planos a longo prazo para a criação de valor, menos de 7 em 10 (69%) dos colaboradores acreditam em tal. A equipa da EY salientou que o futuro do trabalho, embora potenciado por ferramentas digitais transformadoras, deve colocar as pessoas no centro, atendendo ao bem-estar, à diversidade e à cultura. As empresas não só necessitam de colocar o talento no centro da sua estratégia, mas também de demonstrar esse compromisso com os seus colaboradores de forma autêntica— e reimaginar como será o novo local de trabalho para a sua organização.

Resumo

A COVID-19 teve um grande impacto nos colaboradores a nível global, e à medida que as organizações começam lentamente a regressar ao local de trabalho físico, existem diferenças assinaláveis nas prioridades entre as empresas e os colaboradores. É importante que as empresas coloquem o bem-estar, a diversidade e a cultura dos colaboradores no centro de um local de trabalho reinventado.

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