4 minutos de leitura 7 set 2022
people walking on the road

Novas Estratégias de Compensação: a importância na gestão de Pessoas

por Inês Vaz Pereira

Partner, People Consulting, Ernst & Young, S.A.

Adora café e caminhadas aventureiras por trilhos portugueses. Entre os seus hobbies destacam-se a leitura, o ténis e a bicicleta.

4 minutos de leitura 7 set 2022

O que podemos fazer de diferente nas Políticas de Compensação, para que haja um real impacto na satisfação das nossas Pessoas?

Com o crescente nível de exigência, até as organizações mais inovadoras procuram reinventar-se em temas como liderança, gestão do talento, retenção, motivação e compensação. A necessidade para uma adaptação cada vez mais rápida, estratégica, orientada para a solução e integrada, acelera processos de liderança transformativos que se exigem cada vez mais ágeis, inclusivos, transparentes, próximos das pessoas – em nome de uma relação de valor a longo prazo com as equipas.

Para algumas empresas, estamos no momento certo para um foco renovado entre a estratégia Global de Compensação e o respectivo alinhamento com o seu propósito de negócio/objectivos, estratégia e pessoas.  Ao fazer-se a ligação entre estas componentes, as políticas globais de compensação podem representar ferramentas muito poderosas para a motivação das pessoas e reforçar o sentido de compromisso, a todos os níveis.

A pesquisa EY 2022 Work Reimagined revela que 79% dos colaboradores e 83% dos empregadores concordam que a pandemia provocou a necessidade de grandes mudanças nas políticas globais de compensação. Mais de um terço dos colaboradores afirma que “uma nova oportunidade de trabalho com uma melhor remuneração” é o principal factor motivador para mudarem. Mas, em igual proporção, há colaboradores que afirmam ter um profundo desejo de melhor progressão na carreira, mais programas que promovam o bem-estar e opções de flexibilidade no local ou horário de trabalho.

A expectativa por “opções mais flexíveis” é a nova “constante”, já que 80% dos colaboradores afirmam querer “trabalhar a partir de casa pelo menos dois dias por semana”. Apenas 22% dos empregadores considera “muito importante” ter de voltar ao escritório todos os colaboradores e todos os dias da semana.

Tem sido frequente as análises críticas sobre o movimento Great Resignation e o impacto no mercado de trabalho e a pesquisa EY 2022 Work Reimagined confirma que cerca de 43% dos colaboradores afirmam que provavelmente irão mudar de emprego no próximo ano. Esta evidência, exige que as organizações avancem para uma análise/diagnóstico profundo à eficácia das suas políticas integradas de gestão de capital, dando lugar a um plano de transformação alinhado com o conceito de Human@center: na EY acreditamos no papel fulcral das Pessoas e por isso a nossa estratégia é sempre a de colocar Human@center. Porque as pessoas são o principal motor dessa transformação.

Neste plano, a política de compensação também tem um destaque muito relevante, impactando em todas as dimensões de recrutamento/atractividade no mercado, retenção das pessoas e reconhecimento. Ou seja, recomenda-se uma aposta na re-adaptação das políticas de compensação como uma estratégia fundamental para responder melhor às necessidades dos colaboradores actuais e futuros e apoiar a agilidade organizacional, o desenvolvimento de talentos e o bem-estar dos colaboradores.

Uma reconsideração completa das estratégias, estruturas e políticas de recompensa também apresenta uma oportunidade para as organizações aprimorarem o alinhamento e divulgações de equidade salarial - ao mesmo tempo em que reforçam as suas iniciativas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I). Este facto é reforçado pela evidência da pesquisa EY Work Reimagined, que revela que 20% dos colaboradores identificaram a equidade salarial como a “ação mais importante que uma empresa deve tomar para melhorar o DE&I”.  Numa realidade onde muitos factores ainda potenciam e/ou contribuem para as disparidades salariais entre homens e mulheres, este factor de motivação é um facto muito relevante e não deve ser ignorado.

A atenção para equidade salarial intensifica-se globalmente, aumentando o interesse das organizações em reforçar as estratégias e políticas de recompensa alinhadas a um conjunto de factores que contribuem para a perceção de equidade, justiça e transparência. Conforme é público no comunicado oficial do Governo da República Portuguesa, em março de 2021 foi lançada uma proposta de directiva do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia que “reforça a aplicação do princípio da igualdade de remuneração por trabalho igual ou de valor igual entre homens e mulheres, mediante a transparência salarial e mecanismos de fiscalização do cumprimento”. Isto significa que serão criados instrumentos para dar o direito ao acesso a informações salariais comparativas para as funções consideradas iguais ou em situações de igual valor. A ser implementada, esta directiva será um impulsionar para que se adoptem políticas de remuneração perceptivelmente mais justas e políticas de compensação mais transparentes, contribuindo para a motivação/retenção das pessoas.

Resumo

A EY apoia na avaliação de novas Políticas de Compensação, alcançando resultados relevantes para incentivar um clima organizacional mais transparente e uma maior taxa de retenção das Pessoas.

Sobre este artigo

por Inês Vaz Pereira

Partner, People Consulting, Ernst & Young, S.A.

Adora café e caminhadas aventureiras por trilhos portugueses. Entre os seus hobbies destacam-se a leitura, o ténis e a bicicleta.