A revolução do 5G está chegando: como isso vai mudar a vida das pessoas

30 ago 2021
Por Agência EY

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30 ago 2021

Nova geração da internet móvel deve entrar em operação no país até 2022. Além de internet 20 vezes mais rápida, tecnologia vai permitir a conectividade total nas atividades do cotidiano

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eículos autônomos, aparelhos domésticos que funcionam sozinhos e completamente conectados nas residências, semáforos programados para o motorista não precisar parar nos cruzamentos e robótica avançada na medicina, a ponto de cirurgias complexas serem realizadas de maneira remota pelo médico a milhares de quilômetros de distância. Sem contar uma internet muitas vezes mais rápida e com grande estabilidade, sendo possível baixar no seu dispositivo, em poucos segundos, games ou filmes em alta definição.

Tudo isso será possível com a chegada da tecnologia 5G. Até a metade de 2022, segundo previsão do governo federal, a população já deverá ter acesso aos primeiros serviços oferecidos pelas empresas que conquistarem o direito de operar a nova tecnologia no país.

O 5G é a próxima geração de rede de internet móvel e trata-se da evolução das gerações anteriores – 3G e 4G. A grande diferença é que ela não apenas vai aumentar a velocidade da internet em cerca de vinte vezes em relação à atual mas permitirá a conexão entre pessoas, aparelhos e dispositivos inteligentes, provocando uma verdadeira revolução tecnológica e consequências benéficas em todas as áreas, da educação à medicina, passando pelos negócios, sistemas financeiros e atividades de cultura e lazer. Isso sem contar as smart cities – cidades inteligentes, nas quais a tecnologia vai ajudar na melhoria da qualidade de vida do cidadão.

Essa conexão avançada entre pessoas e aparelhos é a chamada internet das coisas, conhecida pela sigla IoT. É o caso da geladeira que já consegue programar sozinha o consumo racional de energia para evitar desperdícios. Com o 5G, a geladeira também vai estar conectada ao seu smartphone para avisar quando algum produto estiver faltando. As cafeteiras também estarão programadas para fazer o café quando você se levantar da cama pela manhã e o fogão não vai deixar a comida queimar, pois já estará programado com o tempo exato para o cozimento da receita.

“As aplicações do 5G serão as mais vastas possíveis. Imagine um sistema de energia elétrica que controle a distribuição conforme o consumo e a hora do dia, semáforos que funcionam de acordo com o fluxo de veículos etc. Hoje em dia, temos dificuldade de implementar uma cidade inteligente porque as velocidades e conectividades do 4G inviabilizam sistemas altamente conectados”, explica o consultor Leonardo Donato, sócio-líder de Telecomunicação, Mídia & Entretenimento e Tecnologia da EY.

“Como consumidor final, seremos beneficiados das mais diferentes maneiras: poderemos interagir em jogos de games com pessoas do outro lado do mundo, cirurgias poderão ser realizadas de maneira remota por meio da conectividade e haverá transformações positivas profundas no mundo dos negócios”, completa Donato. Com internet de alta qualidade, explica o especialista da EY, as empresas poderão aprimorar seus fluxos de trabalho e produção, aumentando a produtividade, reduzindo consumo de energia e acidentes de trabalho.

As principais diferenças técnicas entre o 5G e as gerações anteriores referem-se à velocidade, latência e capacidade de conexão entre aparelhos. Em relação à velocidade da internet, por exemplo, o 4G é capaz de atingir 1 gigabit por segundo (1 Gbps). O 5G pode chegar à velocidade de 20 Gbps.

Outro ponto é a baixa latência – tempo necessário entre o estímulo e a resposta real da rede quando acessamos uma página na internet, por exemplo. O 4G tem uma latência de 50 milissegundos, em média, ante 1 milissegundo do 5G, o que torna as conexões muito mais estáveis, seguras e rápidas. Além disso, a nova tecnologia pode suportar mais de um milhão de aparelhos conectados por quilômetro quadrado, o que torna possível as aplicações da internet das coisas, casas, empresas, indústrias e cidades inteligentes. No 4G, a conexão não chega a cinco mil aparelhos por quilômetro quadrado.

“Basicamente, a tecnologia 3G viabilizou a utilização do tráfego de dados, além da voz, por meio do serviço celular móvel. O 4G consolidou a era da banda larga móvel. A introdução do 5G possibilita um grande avanço em relação ao aumento da velocidade, maior confiabilidade e, principalmente, as baixas latências”, explica Ricardo Girnis Tombi, professor de pós-graduação do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

O governo federal prepara as regras e o leilão das faixas de frequências que autoriza a construção da infraestrutura necessária e operação da nova tecnologia pelas empresas de telecomunicações instaladas no Brasil. O edital do leilão das frequências foi liberado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no dia 25 de agosto e a meta do governo é que ele seja publicado ainda este ano.

A previsão é que o 5G comece a ser ligado cerca de um ano após o leilão. As premissas do leilão e, consequentemente, os números de investimentos e expansão serão definidos no edital. Segundo especialistas, a transição para a tecnologia 5G será gradual e deverá levar, em média, cinco anos, a partir do início das operações, para ser completa em todas as áreas da sociedade. “A questão estrutural é muito complexa e leva um tempo para ser totalmente implementada”, explica José Ronaldo Rocha, gerente sênior de Consultoria para o setor de Telecom da EY.

Entre os principais países fornecedores de tecnologia 5G no mundo estão a China, os Estados Unidos, a Suécia, a Coreia do Sul e o Japão. Como ainda não ocorreu o leilão das frequências, não se sabe ao certo quais tecnologias serão efetivamente implementadas no Brasil. Para os especialistas, a escolha dos países fornecedores da nova tecnologia deve obedecer a critérios exclusivamente técnicos e que sejam mais vantajosos para o Brasil em relação ao custo-benefício.

A entrada do 5G no mercado global também representa forte incremento na economia mundial. A estimativa é que, até 2035, os benefícios provocados pela implementação do 5G no mundo possam gerar uma produção econômica global de cerca de US$ 12,5 trilhões, segundo o Fórum Econômico Mundial, e 22 milhões de empregos no mundo todo. 

“A oportunidade que o 5G oferece para a economia é o aumento da produtividade. Será possível produzir mais, produtos melhores e a preços menores, o que aumenta o mercado consumidor e melhora a economia”, diz o economista VanDyck Silveira, CEO da Trevisan Escola de Negócios. 

Entre os setores econômicos beneficiados, está o agronegócio, que, com tecnologia de precisão, vai conseguir produzir mais e melhorar a produtividade por hectare, sem precisar expandir áreas de plantio, beneficiando o meio ambiente.  “O agronegócio procura, cada vez mais, trabalhar dentro de uma agenda de sustentabilidade ambiental e social. Isso exige mais tecnologia e inovação no dia a dia”, explica Alexandre Rangel, líder do Centro de Excelência do Agronegócio da EY.

O avanço da tecnologia, porém, também amplia os desafios em segurança cibernética. As cidades, estados e países precisam estar preparados para ataques cibernéticos que podem comprometer, por exemplo, serviços essenciais, como o abastecimento de água.

Outra questão que deve ser levada em consideração por toda a cadeia de fornecedores e consumidores da nova tecnologia é a nova Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). “É necessário haver um grande cuidado para que sejam atendidas todas as determinações da LGPD. A empresa pode oferecer a melhor tecnologia e os preços mais competitivos, mas se não estiver de acordo com a regulamentação aplicável, pode haver um grande risco”, diz Donato, da EY.

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Nova geração da internet móvel deve entrar em operação no país até 2022. Além de internet 20 vezes mais rápida, tecnologia vai permitir a conectividade total nas atividades do cotidiano.

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