No entanto, quando ambos os sentimentos positivos e negativos são considerados em conjunto, o Brasil vem muito mais baixo - ocupando o nono lugar. Os consumidores brasileiros não só têm o quarto maior resultado de sentimento positivo registrado no Índice de Oportunidades Bancárias Abertas do EY, mas também o maior sentimento negativo.
Como muitas vezes acontece com os resultados da pesquisa, aprofundar os números ajuda a compreender os resultados. Encontramos uma forte correlação entre juventude, renda e vontade de abraçar o Open Banking - com algumas exceções. Quanto mais jovem a pessoa, maior o seu entusiasmo; e os consumidores com os rendimentos mais elevados foram muito mais predispostos ao conceito do que aqueles com rendimentos mais baixos. Na verdade, quanto mais baixa a renda de uma pessoa, mais intensa é a sua reação negativa ao Open Banking.
Os entrevistados da pesquisa na faixa etária de 34-44 anos com renda elevada foram os mais prováveis de rejeitar o Open Banking. Isto é digno de nota, uma vez que estes consumidores são os utilizadores mais activos dos serviços bancários. As razões por detrás do seu sentimento negativo não são claras, embora possa ser porque as pessoas com este perfil têm maior probabilidade de já terem utilizado um banco digital e podem ter tido uma experiência negativa, ou não compreender os benefícios.
Os bancos podem ter uma vantagem - por enquanto
Mesmo com atualizações de infraestrutura e suporte regulatório em vigor, o Open Banking não alcançará todo o seu potencial no Brasil sem maiores níveis de confiança do consumidor. Quase um terço (31%) dos consumidores que pesquisamos disseram estar preocupados com os riscos cibernéticos associados ao Open Banking e 36% disseram que pretendem manter seus dados bancários tão privados quanto possível.
Os bancos e a FinTechs terão de ultrapassar estas questões de confiança se quiserem tirar o máximo partido da Open Banking. Isto pode ser melhor alcançado através do desenvolvimento de iniciativas que proporcionem benefícios claros aos consumidores, ao mesmo tempo que aumentam a sua confiança na segurança dos dados. Os consumidores brasileiros deixaram bem claro que acolhem a inovação que torna o Open Banking mais fácil e barato. Trinta por cento disseram que esperam que o Open Banking lhes permita acessar mais serviços bancários em seu telefone. E 29% nos disseram que acham que o open banking pode ajudar a reduzir as taxas e tarifas bancárias.
Mas, os consumidores também querem garantias mais fortes de que os dados serão protegidos e que os bancos os reembolsarão por quaisquer perdas incorridas devido a quebras bancárias abertas. Os clientes bancários brasileiros deixam claro que, para conquistá-los, eles querem mais evidências de como o Open Banking irá beneficiá-los.