Todos nós já ouvimos dizer que a indústria de gestão de riqueza e ativos está sofrendo com a disrupção causada pelos gigantes da tecnologia e do comércio eletrônico, que dominam o mundo digital de hoje.
Esta ideia foi expressa tantas vezes nos últimos anos que se tornou amplamente aceita, mesmo que ainda não esteja à altura da realidade.
De acordo com este ponto de vista, as empresas de tecnologia inteligente e ágil estão preparadas para eliminar relações duradouras, derrubar a distribuição de serviços de consultoria de investimento e reduzir até mesmo os gestores de investimento mais bem sucedidos ao estatuto de fornecedores de produtos anônimos.
Então porque é que isto ainda não aconteceu? Afinal, ninguém duvida que as empresas de tecnologia têm capacidades de análise de dados, inteligência artificial e experiência do usuário — além de níveis de confiança do cliente que muitas organizações financeiras invejariam.
Por que é que as empresas de tecnologia não eliminaram a riqueza tradicional e os gestores de ativos?
Suspeito que a perspectiva da regulamentação financeira, e os custos e riscos que lhe estão associados, tenha impedido as empresas tecnológicas de atacarem em grande escala o mercado de consultoria financeira — até agora.
Isso não significa que as empresas de investimento possam dar-se ao luxo de relaxar. A tecnologia já está mudando o mundo da consultoria financeira, e eu espero que a interrupção acelere.
Mas não espero ver as maiores empresas de tecnologia se transformando em gerentes de ativos, ou rebranding como intermediários de investimento.
Em vez disso, eles provavelmente oferecerão duas de suas capacidades de classe mundial — gerenciamento de dados e compreensão do comportamento do cliente - para ajudar a aprimorar o trabalho dos gerentes de riqueza e ativos.
Colaborar para competir
Mais especificamente, as empresas líderes em tecnologia usarão sua capacidade inigualável em gerenciamento e análise de dados para dar às empresas de investimento formas totalmente novas de segmentar, entender e interagir com os investidores.
Entregar esses tipos de insights não será fácil. Por um lado, os dados dos investidores terão de ser geridos de forma a manter as empresas de tecnologia fora do perímetro da regulação financeira tradicional. Mas tenho a certeza que encontrarão uma maneira de o fazer acontecer.
Capacidades como esta não só permitirão aos consultores e gestores dar aos investidores um aconselhamento mais personalizado, mas também adaptar a forma como o fornecem — ajudando-os a dar a cada investidor a combinação perfeita de contato humano e digital.