São Paulo, 17 de março de 2021 – Com o objetivo de apresentar ao mercado o que deverá nortear as principais discussões nas reuniões dos conselheiros em 2021, o EY Center for Board Matters (CBM), área da EY dedicada a apoiar conselhos e comitês por meio de soluções e conteúdos específicos, conduziu uma pesquisa com membros integrantes de conselhos de administração de empresas no Brasil, na Argentina e no Chile. Entre os conselheiros respondentes, 65% são de empresas de capital fechado e 35% de capital aberto, com 63% deles atuando como membro independente e 37% não independente.
A pesquisa levou em consideração as mudanças e os desafios provocados pela pandemia da Covid-19, inserindo os conselhos em um cenário demandante de decisões imediatas em meio a um ambiente de negócios confrontado com situações inesperadas. Os números mostram que a pandemia impactou as reuniões dos conselhos para 95% dos respondentes, enquanto 51% relataram demanda por novas habilidades e competências em decorrência do momento atual.
“É importante observar que os conselheiros continuam a ser exigidos em relação a novas competências e atribuições, no sentido de direcionar maiores esforços às demandas e realidades que cercam suas respectivas empresas. A diferença é que agora, em decorrência da pandemia, tudo isso se intensificou e ficou mais evidente, o que requer ainda mais atenção por parte do colegiado”, explica Carolina Queiroz, coordenadora do estudo e diretora executiva de Family Business da EY no Brasil e América Latina.
Na pauta dos conselhos
Na publicação resultante da pesquisa, a EY traz uma série de considerações aos conselhos, no intuito de apontar caminhos que possam orientá-los na tomada de decisões atreladas às seis prioridades identificadas nas respostas: gerenciamento de riscos (51%), inovação e disrupção (49%), critérios ESG (48%), transformação digital e novas tecnologias (39%), planejamento estratégico de longo prazo e alocação de capital (35%) e, por último, resultado, desempenho e metas econômico-financeiras (27%). Se bem planejadas e executadas, tais decisões poderão ajudar os conselheiros a garantir não apenas a longevidade das empresas, mas também a dar conta das demandas crescentes dos stakeholders.
As prioridades apontadas pelas empresas demonstram que 2021 continuará sendo um ano desafiador, uma vez que elas passarão por grandes transformações, exigindo um olhar ainda mais atento dos membros dos conselhos. Ao mesmo tempo, os conselheiros terão que avaliar quais novas competências precisarão desenvolver para continuar contribuindo neste novo cenário.
Diversidade, cibersegurança e ESG
O tema Diversidade e Inclusão também foi abordado na pesquisa, apontando que para 33,8% dos respondentes as mulheres seriam o grupo mais impactado de forma positiva, em caso de maior diversidade no ambiente corporativo. No entanto, 78% dos respondentes declararam que suas empresas não contam com um comitê de Diversidade e Inclusão e 82% deles disseram que sequer há orçamento definido para essa finalidade.
Outro ponto relevante é a cibersegurança, que, na avaliação da EY, tornou-se um tema mais presente. Pelas respostas, o tema aparece na agenda dos conselhos trimestralmente (39%) ou quando necessário (32%). Em relação aos critérios ESG (ambientais, sociais e de governança), o tema já estava presente na pauta das reuniões dos conselhos antes da crise (82% das respostas), sendo os aspectos ambientais e de governança os mais frequentes – 35% e 30%, respectivamente.
Realidades parecidas
A pesquisa também apresenta um comparativo dos resultados obtidos nos três países pesquisados na América do Sul com as prioridades das empresas nos Estados Unidos, identificando uma correlação entre as duas realidades, conforme mostra a tabela abaixo: