9 Minutos de leitura 4 abr 2020
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Como o sistema de ensino dos EUA pode navegar pelos desafios da COVID-19

9 Minutos de leitura 4 abr 2020

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  • US K-12 public education: COVID-19 and the associated economic crisis

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O sistema de educação pública nos níveis fundamental e médio dos EUA está enfrentando desafios associados com o COVID-19 e precisa descobrir como promover o aprendizado estudantil.

Osistema de educação pública nos níveis fundamental e médio do país, que consiste em aproximadamente 14.000 distritos escolares independentes, está enfrentando desafios associados com a crise do COVID-19 de várias maneiras.

A crise atual destaca diferenças estruturais e de desempenho entre distritos, e isso também cria pressões significativas nos estados e distritos em várias dimensões em comum:

  • Apoiar a aprendizagem do aluno ao mesmo tempo em que trata de problemas de equidade e acesso
  • Oferecer infraestrutura e soluções tecnológicas, para apoiar a aprendizagem e operações remotas
  • Assegurar fontes e níveis absolutos de financiamento
  • Direcionar a autonomia e os relacionamentos de governança entre autoridades de ensino locais e estaduais

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Enquanto as instituições de ensino superior fecharam rapidamente seus campi e instituíram o ensino remoto, a maioria dos sistemas de ensino básico e médio viu-se às voltas com o desafio de encontrar o caminho por território não mapeado, com informações limitadas e pouco tempo para se preparar para fechamentos. Somente após os principais distritos terem fechado e os governadores estaduais se envolverem é que as escolas fecharam em massa. Ainda assim, a comunicação para as famílias, o acesso a dispositivos e recursos, para apoiar a aprendizagem remota, e projeções de reabertura das escolas variaram amplamente de distrito a distrito dentro de um estado, e mesmo entre escolas dentro de alguns distritos. Com poucos deles totalmente equipados para apoiar o ensino remoto, muitos distritos foram efetivamente fechados em meados de março, à medida que exploravam opções e desenvolviam planos e materiais educacionais remotos.

A partir de meados de abril, a maioria dos distritos começou a avançar com alguma versão de implementação remota, frequentemente usando ferramentas de colaboração disponíveis comercialmente como sua base. Essa solução improvisada de aprendizagem remota não deve ser confundida com o que há de melhor em termos de software educacional on-line, infraestrutura de implementação e serviços de apoio, mas ela provavelmente permanecerá sendo a solução para o resto do ano escolar de 2019-20 – e potencialmente no ano escolar de 2020-21.

Conforme o ano escolar se encerra, estados e distritos continuarão enfrentando uma miríade de desafios ao longo das próximas semanas e meses. No entanto, eles precisam começar a planejar o modo como irão oferecer a instrução e promover a aprendizagem estudantil em circunstâncias complexas e em constante evolução. Em vista desse dado desconhecido, escolas, estados e distritos contemplarão uma variedade de cenários para o próximo ano escolar e os vindouros.

O que antecipar?

Nesse período de incertezas, detectar “o que vem a seguir” para a educação de ensino básico e médio requer alguma especulação. Independentemente de quando a ameaça do COVID-19 irá diminuir, estados e distritos precisarão ajudar seus alunos e famílias a reconquistar algum nível de “normalidade” no curto e no longo prazo. Os alunos estarão aprendendo fora do ambiente normal de sala de aula durante um período longo de meses e poderão encontrar atrasos ou interrupções em sua educação no outono. À medida que consideramos o resto do ano escolar e começamos a olhar para o ano escolar de 2020-21, eis algumas das novidades que esperamos que aconteçam.

Abaixo, destacamos várias novidades que aguardamos para o setor de ensino básico e médio, além de sequenciarmos algumas das iniciativas que os distritos precisarão adotar ao longo dos próximos seis a nove meses. Embora de maneira alguma ela seja abrangente, a tabela a seguir tem por objetivo identificar as atividades mais essenciais.

Normas, acesso e prestação de contas – agenda do CAO
  • Antecipar

    • Necessidade de remediação ou análise matemática e ELA significativas junto a maioria dos alunos, muitos dos quais experimentarão uma substancial “perda de motivação” para voltar às aulas
    • Equipe da área de instrução estressada com preparação limitada para altos níveis de análise, remediação ou aprendizagem remota continuada de matemática e ELA
    • Pressões por acesso e equidade trazidas para o primeiro plano pela perda de semanas de aula e aprendizagem remota ad hoc, as quais incluem:
      • Lacunas significativas em serviços normais prestados e, portanto, progresso acadêmico, entre populações estudantis com elevada necessidade (alunos com deficiência, estudantes de inglês, etc.)
      • Estudantes com situações domésticas que possam atrasar ou interromper sua capacidade de retornar à escola no outono
      • Programas de nutrição inacessíveis para alunos que não conseguem mais ir para a escola
    • Pais confusos em relação ao desenvolvimento e o status da progressão acadêmica de seus filhos, especialmente em relação a pontos de transição seminais (ex.: progressão ensino fundamental I/ensino fundamental II/ensino médio, aulas de AP/IB, graduação)
  • Agora: assegurar a continuidade de operações de ensino (em grande medida completas)

    • Estabelecer protocolos de implementação de aprendizagem remota
    • Avaliar quais porções do currículo serão ensinadas equilibrando:
      • Acessibilidade
      • Participações patrimoniais
    • Implementar programas de desenvolvimento profissional (PD), para apoiar a aprendizagem remota de educadores
    • Avaliar cenários de programação e aprendizagem de verão
  • Próxima etapa: desenvolver resiliência (final da primavera e do outono)

    • Plano para diagnosticar as perdas de aprendizagem e recuperar o tempo perdido “dobrando a aposta” no ELA e na matemática:
      • Currículo alterado
      • Cronogramas alterados
    • Desenvolver e implementar desenvolvimento profissional (PD), para acomodar:
      • Tempo de PD perdido na primavera
      • Treinamento remoto continuado
      • Coaching, observações perdidas
    • Desenvolver um plano de nutrição de aprendizagem remota
  • O futuro: reformular o futuro (outono e inverno)

    • Desenvolver capacidade para trocar entre a aprendizagem presencial e remota, pressupondo que:
      • Uma crise futura ocorrerá
      • Alguns alunos estarão remotos o tempo todo
    • Treinar para/praticar para a educação on-line
Infraestrutura e soluções tecnológicas – agenda do CIO/CTO
  • Antecipar

    • Problemas de curto prazo com largura de banda e carga do sistema, conforme as infraestruturas tecnológicas atingem seus níveis de uso historicamente elevados
    • Desafios na aquisição, distribuição, contabilidade e apoio tecnológico 
    • Problemas associados com o suporte técnico remoto
    • Preocupações relativas à privacidade e segurança de dados
    • Ciberataques em sistemas menos seguros 
    • Migração inevitável de soluções/plataformas de educação remota intermediárias para as de longo prazo
  • Agora: assegurar a continuidade de operações de ensino (em grande medida completas)

    • Prepare-se para a aprendizagem remota imediata:
      • Tecnologia (instrutor e aluno)
      • Escalabilidade de sistemas
      • Plataformas de colaboração
      • Suporte técnico remoto
    • Avaliar o risco do fornecedor/parceiro
  • Próxima etapa: desenvolver resiliência (final da primavera e do outono)

    • Melhorar os processos de negócios ao redor das operações remotas (ex.: sistemas, tecnologia, treinamento)
    • Atualizar a estratégia de gestão de ativos para apoiar dispositivos remotos
    • Aumentar a escala de infraestrutura de sistemas 
    • Assegurar que existam protocolos de cibersegurança para infraestruturas tecnológicas modificadas
  • O futuro: reformular o futuro (outono e inverno)

    • Investir em infraestruturas de aprendizagem on-line 
    • Integrar com estratégia instrucional e implementação da educação
Financiamento – agenda do CFO
  • Antecipar

    • Um processo caótico de preparação de orçamento nos níveis local, estadual e federal, inclusive:
      • Alocações orçamentárias desproporcionais em distritos que são amplamente dependentes de receitas estaduais
      • Falta de claridade relativa ao momento oportuno e o tamanho do financiamento federal a ser disponibilizado 
    • A necessidade de planejamento flexível x estático (ex.: retorno à normalidade, virtual estendido, híbrido)
    • Pressões fiscais para oferecer orçamento de “serviços por níveis” como um melhor cenário possível, inclusive:
      • Menor rotatividade de mão de obra, o que, por sua vez, aumenta os custos totais da folha de pagamento
      • Potenciais “ressarcimentos” de financiamento de municipalidades/estados em antecipação aos déficits fiscais no próximo ano
      • Um estímulo para rever custos, ou adotar uma abordagem de “orçamento base zero”, e considerar opções que permitam o mesmo nível ou níveis similares de serviço a um custo inferior (isto é, por meio de terceirização, contratos de fornecedor renegociados, serviços compartilhados) 
      • Uma necessidade potencial de atrasar ou reconsiderar aumentos negociados ou outros aspectos dos atuais acordos coletivos de trabalho
  • Agora: assegurar a continuidade de operações de ensino (em grande medida completas)

    • Entender o impacto sobre o caixa e o orçamento
    • Avaliar as necessidades de caixa durante o verão/outono
    • Planejar um cenário para o ano escolar de 2020-21
    • Priorizar investimentos
  • Próxima etapa: desenvolver resiliência (final da primavera e do outono)

    • Proteger reservas 
    • Congelar contratações para se proteger contra futuros cortes
    • Reduzir custos recorrentes
    • Atrasar as despesas de capital
    • Comunicar-se com frequência e de maneira clara com os funcionários sobre as realidades orçamentárias (atuais e antecipadas)
    • Alto nível de contato com financiadores estaduais 
    • Preparar-se para exigências de financiamento de seguros/emergências
  • O futuro: reformular o futuro (outono e inverno)

    • Examinar pacotes de benefícios
    • Reduzir os custos em relação aos indutores de atividades (a recessão mais recente não viu reduções orçamentárias em relação aos indutores de atividades)
    • Aprimorar o planejamento de disrupção de negócios
Governança – agenda estadual, do superintendente e da diretoria
  • Antecipar

    • Departamentos de educação estaduais que estejam buscando alavancar aprendizados dessa experiência, a fim de desenvolver planos de aprendizagem remota emergenciais, infraestrutura e protocolos estaduais, para assegurar a continuidade e uma qualidade educacional inicial em uma disrupção futura
    • Tensões crescentes relativas a decisões formalmente deixadas para distritos de que a crise se consolidou no nível estadual 
    • A confusão e o deslocamento de curto prazo à medida que os conselhos de escola locais, governos municipais, secretarias de educação estaduais e reguladores começam a entender completamente e a responder aos problemas que escolas, distritos, educadores e famílias estão enfrentando no dia a dia
  • Agora: assegurar a continuidade de operações de ensino (em grande medida completas)

    • Fechar escolas e estabelecer protocolos de trabalho remoto
    • Garantir a segurança da equipe e da comunidade (dever de diligência)
    • Criar um centro de gestão de crises e um escritório de gestão de projetos (PMO) de comunicação
  • Próxima etapa: desenvolver resiliência (final da primavera e do outono)

    • Preparar-se para pressões financeiras potencialmente duradouras
    • Comunicar de maneira proativa prioridades em antecipação a restrições a investimentos reais
    • Conectar-se com líderes políticos, para identificar oportunidades de financiamento de emergência em resposta à pandemia do COVID-19
    • Comunicar-se com importantes líderes políticos/educá-los sobre o impacto da crise e da necessidade por alívio
    • Solicitar flexibilidade regulatória 
    • Desenvolver listas de verificação/protocolos de reabertura
  • O futuro: reformular o futuro (outono e inverno)

    • Trabalhar com estados, para entender funções de gestão de crises:
      • Protocolos de fechamento
      • Sistemas redundantes
      • Encurtamento de currículos
    • Desenvolver um conjunto coerente de planos para aprendizagem remota sustentada ou temporária:
      • Papéis e responsabilidades
      • Financiamento 
      • Infraestrutura
      • Treinamento

Agradecimentos especiais aos diretores da EY-Parthenon Seth Reynolds e Phil Vaccaro pela coautoria deste trabalho, além do Vice-presidente Ali Huberlie, da Consultora Sênior Kate Pinto e do Colaboradora Sênior Nour Abdelmonem por suas contribuições.

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Resumo

O sistema de educação pública nos níveis fundamental e médio do país está enfrentando os desafios associados com a crise do COVID-19 de uma ampla variedade de maneiras. A crise atual destaca diferenças estruturais e de desempenho entre distritos, e isso também cria pressões significativas nos estados e distritos em várias dimensões em comum:

  • Apoiar a aprendizagem do aluno ao mesmo tempo em que trata de problemas de equidade e acesso
  • Oferecer infraestrutura e soluções tecnológicas, para apoiar a aprendizagem e operações remotas
  • Assegurar fontes e níveis absolutos de financiamento
  • Direcionar a autonomia e os relacionamentos de governança entre autoridades de ensino locais e estaduais

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