9 Minutos de leitura 30 nov 2022
Pessoa fazendo light painting com reflexo na água

Os 10 principais riscos para as telecomunicações em 2023

Autores
Tom Loozen

EY Global Telecommunications Leader

Fascinated by the positive impact of telecoms. Passionate musician. Enjoys educating himself on psychology, wine, sports, technology, arts and much more. Husband and father of three daughters.

Adrian Baschnonga

EY Global Technology, Media & Entertainment and Telecommunications (TMT) Lead Analyst

Passionate about digital innovation and inclusion. Inspired by the arts, history and urban spaces.

9 Minutos de leitura 30 nov 2022
Related topics TMT Telecomunicações

Mostrar recursos

  • Top 10 risks in telecommunications 2022 report (pdf)

Na medida em que o setor de telecomunicações se esforça para permanecer resiliente em tempos difíceis, examinamos os 10 principais riscos enfrentados pelas operadoras.

Em resumo

  • É vital que as empresas de telecomunicações respondam de forma adequada e eficaz às pressões que seus clientes enfrentam devido à crise representada pelo custo de vida.
  • As empresas de telecomunicações devem se concentrar fortemente na segurança e na confiança: 39% dos diretores de segurança da informação (CISOs) de telecomunicações acreditam que a segurança não é contemplada de forma suficiente nos investimentos estratégicos.
  • Ações voltadas à melhoria da cultura da força de trabalho e melhor gerenciamento da agenda da sustentabilidade estão entre os imperativos mais urgentes do setor.

Agora em 2023, as operadoras de telecomunicações em todo o mundo podem ser incentivadas pela resiliência coletiva que demonstraram em meio à recente turbulência geopolítica e econômica. Nos últimos dois anos, uma combinação entre aumentos de preços, acordos de fusões e aquisições e intervenção do governo ajudou os preços das ações em todo o setor global de telecomunicações a se recuperarem das mínimas que atingiram durante a pandemia – embora a recuperação permaneça gradual e desigual.

Avançando para o momento atual, as empresas de telecomunicações estão atualizando suas estratégias para navegar em um ambiente operacional volátil. Estão expandindo o escopo e a ambição de suas iniciativas de transformação digital. E estão ajustando o foco na questão da sustentabilidade, inclusive buscando melhorar a diversidade e inclusão da força de trabalho (D&I) e atrair novos talentos.

Mas será que as empresas de telecomunicações estão suficientemente sintonizadas com os riscos atuais e emergentes que as confrontam para atingir esses objetivos? Em meio a um ambiente altamente inflacionário - elevando os custos operacionais - as empresas de telecomunicações também devem lidar com uma série de desafios, desde as pressões do custo de vida dos clientes até a evolução das expectativas com relação à segurança e a mudança das percepções da cultura da força de trabalho - as ameaças enfrentadas são prementes e diversas.

Neste artigo, analisamos os 10 principais riscos que identificamos em todo o setor e consideramos como mitigá-los.

1. Resposta insuficiente aos clientes durante a crise do custo de vida

A crise do custo de vida está fazendo com que as famílias reavaliem se estão obtendo valor de suas operadoras de telecomunicações. O estudo EY Global Decoding the Digital Home demonstra que 45% das famílias acreditam que pagam demais por serviços de conteúdo e 44% acreditam que seu provedor de banda larga não faz o suficiente para encaminhá-los ao melhor custo-benefício. Além disso, alguns reguladores estão exigindo que as empresas de telecomunicações façam mais, de modo a oferecer “tarifas sociais” para melhorar a acessibilidade. 

2. Os imperativos de mudança em segurança e confiança podem estar sendo subestimados

As empresas de telecomunicações estão lutando para ficar à frente das crescentes ameaças cibernéticas: 46% dos consumidores acreditam que é impossível manter seus dados pessoais seguros ao usar a Internet. 1 Ao mesmo tempo, 39% dos diretores de segurança da informação (CISOs) de telecomunicações acreditam que os aspectos de segurança não são considerados adequadamente nos investimentos estratégicos. 2 Mais positivamente, mais da metade dos CISOs acha que a pandemia permitiu que os profissionais de segurança cibernética aumentassem seu perfil na organização. Mas a área de segurança geralmente enfrenta níveis relativamente baixos de consulta confiável com outras seções do negócio, como equipes de desenvolvimento de produtos.

3. Insucesso em melhorar a cultura da força de trabalho e as formas de trabalho

As opiniões de empregadores e colaboradores sobre a cultura da força de trabalho são divergentes: a rotatividade de colaboradores está deixando os empregadores mais pessimistas acerca de como a pandemia afetou a cultura da empresa, mas os colaboradores se sentem fortalecidos com o trabalho remoto e acreditam que a cultura apresentou melhorias desde o início da crise de saúde. 3 De acordo com o artigo Como o reequilíbrio da força de trabalho está aumentando a pressão no pipeline de talentos , 91% dos colaboradores de Tecnologia, Mídia e Entretenimento e Telecomunicações (TMT) desejam trabalhar remotamente por dois ou mais dias por semana e 25% dos empregadores de TMT acreditam que todos deveriam retornar cinco dias por semana. As empresas de telecomunicações precisam ouvir e responder ao seu pessoal - ou correm o risco de perder talentos importantes.

4. Má gestão da agenda de sustentabilidade

De acordo com o Barômetro Global de Divulgação de Riscos Climáticos da EY, a qualidade das divulgações de mudanças climáticas das empresas de telecomunicações tem piorado ano a ano, enquanto muitas vezes, faltam relatórios de métricas ambientais, sociais e de governança (ESG), como consumo de energia renovável e gerenciamento de lixo eletrônico. Além disso, 39% das empresas de telecomunicações não divulgam uma estratégia para "carbono zero líquido" específica, plano de transição ou o caminho para a descarbonização. As necessidades dos clientes também estão evoluindo rapidamente: 47% das grandes empresas não acham que os casos de uso de 5G e IoT do fornecedor atendam adequadamente às suas necessidades de sustentabilidade. 4 As operadoras devem melhorar suas apostas se quiserem se adaptar a um cenário de mudanças nas expectativas dos stakeholders.

5. Incapacidade de acelerar a eficiência por meio da digitalização

As pressões inflacionárias de hoje tornam ainda mais essencial que as empresas de telecomunicações aumentem a eficiência e a agilidade. No entanto, o EY Tech Horizon Study descobriu que sua capacidade de se transformar por meio de novas tecnologias é prejudicada pela complexidade de várias formas. Os fatores humanos também estão limitando o progresso, com as operadoras citando o impacto negativo do trabalho remoto na colaboração como o principal desafio cultural enfrentado por suas agendas de transformação.

6. Insucesso em garantir a resiliência e o alcance da infraestrutura

A confiabilidade da rede continua sendo um ponto problemático para os clientes: o estudo EY Global Decoding the Digital Home Study revela que 28% das residências frequentemente convivem com uma conexão de banda larga não confiável. O desafio para as operadoras é agravado pelo implacável aumento do uso de dados. E a pressão sobre a infraestrutura é acompanhada por preocupações contínuas com a divisão digital, com a pandemia polarizando ainda mais os bem servidos e os mal servidos, do ponto de vista digital. Mesmo em áreas em que as redes estão disponíveis, as famílias lutam para pagar os pacotes de serviços, o que significa que mais deve ser feito para converter a cobertura da infraestrutura em serviços.

7. Incapacidade de aproveitar novos modelos de negócios

Uma combinação entre a saturação nos mercados de consumo e o desenvolvimento limitado de receita média por usuário (ARPU) significa que muitas operadoras estão priorizando oportunidades de crescimento B2B. Contudo, esse foco ainda não gerou uma vantagem significativa, em parte porque a proporção de receitas provenientes de ofertas de maior crescimento, como a internet das coisas (IoT) e os dados em nuvem, permanece relativamente pequena. Há também uma falta de alinhamento entre as novas ofertas das empresas de telecomunicações e o que os clientes corporativos estão buscando agora, especialmente em domínios de serviços emergentes, como a rede como um serviço.

8. Não-maximização do valor dos ativos de infra-estrutura

O esforço das empresas de telecomunicações para destravar o valor da infraestrutura está ganhando força. Elas estão lançando mão de alienações de investimentos, divisões de negócios e joint ventures para reconfigurar os modelos de propriedade de diversos tipos de infraestrutura. Acionistas ativistas são mais um catalisador, com 63% das empresas de telecomunicações declarando que a pressão ativista as levou a realizar uma revisão estratégica. 5 Há ainda desafios internos, com a maioria dos CEOs de telecomunicações acreditando que uma distinção mais clara entre infraestrutura principal e não essencial poderia ajudar seus planos de desinvestimento e muitos acreditam que perderam oportunidades de reimaginar seus negócios principais ao alienar investimentos.

9. Envolvimento ineficaz com ecossistemas externos

O cenário da infraestrutura de rede está cada vez mais fluido. Vários países impuseram restrições a fornecedores de alto risco, e os avanços tecnológicos estimularam a entrada de fornecedores de rede concentrados em software. Há também uma demanda crescente por redes 5G privadas, com empresas buscando ativamente fornecedores com relações relevantes com o ecossistema. 6 Todos esses desdobramentos exigem que as empresas de telecomunicações aumentem a colaboração externa. No entanto, o envolvimento do ecossistema ainda não constitui um elemento central para suas estratégias, com apenas 11% vendo múltiplas parcerias como essenciais para novos modelos de negócios. 7

10. Incapacidade de adaptação às mudanças no cenário regulatório

As prioridades regulatórias estão passando por mudanças, à medida que a pandemia, a crise do custo de vida, os fatores geopolíticos, as considerações de sustentabilidade e as preocupações com a segurança online se combinam para intensificar o foco nas cadeias de suprimentos de rede, a divisão digital e o apoio a clientes vulneráveis. Abordagens regulatórias fragmentadas representam desafios específicos, com muitos países promulgando ou alterando regras de privacidade e proteção de dados, enquanto o crescente foco regulatório na IA pode aumentar os riscos relacionados à fragmentação. Dito isso, as políticas digitais também podem criar oportunidades, como por meio do apoio do governo para atualizações de infraestrutura.

Como mitigar esses riscos

À medida que o universo de riscos do setor de telecomunicações continua a evoluir em um mundo em rápida mudança, as operadoras precisam continuar examinando o horizonte em busca de ameaças emergentes e desenvolver novas estratégias de mitigação de risco para enfrentá-las. Um fator fundamental para lograr sucesso nesse sentido consiste em compreender as inter-relações entre os riscos que, à primeira vista, podem parecer bastante dissociados.

Aceite a necessidade de responder às pressões de custo de vida dos clientes e atender às suas crescentes expectativas no quesito segurança, ao mesmo tempo em que acelere a eficiência por meio da digitalização: a criação de experiências de autoatendimento digital claras, simples e seguras para os clientes pode ajudar a alcançar todos os três imperativos. Da mesma forma, uma melhor gestão da agenda de sustentabilidade em todos os aspectos do ESG – desde o uso de energia e emissões de carbono até D&I no local de trabalho – pode aumentar a eficiência e, ao mesmo tempo, promover maior confiança e engajamento entre clientes, colaboradores e parceiros do ecossistema.

Juntamente com a interconexão existente entre os riscos, também se revela importante que as operadoras reconheçam que muitos dos riscos que identificamos trazem diferentes implicações e impactos em diferentes partes de sua organização. Por exemplo, os esforços para capitalizar o potencial de novos modelos de negócios devem ser abordados em um contexto estratégico que inclua a necessidade de ofertas econômicas aos clientes e um maior foco na parceria, sustentabilidade e segurança do ecossistema. Abordar todas essas dimensões de uma só vez exigirá uma perspectiva multifacetada que se paute por diferentes conjuntos de habilidades de toda a empresa.

Os 10 principais riscos para as telecomunicações em 2023

Acesse o relatório completo agora para obter informações mais pormenorizadas, destinadas a ajudá-lo a permanecer resiliente em tempos difíceis.

Baixar relatório

Resumo

À medida que a indústria de telecomunicações ingressa no ano de 2023, as operadoras podem obter um posicionamento mais confortável a partir de um desempenho mais robusto, diante da volatilidade nas condições recentes. No momento, o foco dessas operadoras consiste em seguir uma rota em meio à incerteza contínua, ao mesmo tempo em que aumenta o ritmo de seus esforços de digitalização e dobram os relativos à sustentabilidade.

Sobre este artigo

Autores
Tom Loozen

EY Global Telecommunications Leader

Fascinated by the positive impact of telecoms. Passionate musician. Enjoys educating himself on psychology, wine, sports, technology, arts and much more. Husband and father of three daughters.

Adrian Baschnonga

EY Global Technology, Media & Entertainment and Telecommunications (TMT) Lead Analyst

Passionate about digital innovation and inclusion. Inspired by the arts, history and urban spaces.

Related topics TMT Telecomunicações