6 Minutos de leitura 24 jan 2020
Passos na paisagem de inverno

Quatro ações que líderes empresariais podem aplicar agora para criar valor a longo prazo

Por Carmine Di Sibio

EY Global Chairman and CEO

Apaixonados por nossos clientes e pelo poder de nossa organização global. Motor de crescimento e inovação. Construtor de relações. Fã de desporto.

6 Minutos de leitura 24 jan 2020
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É hora de passar da ambição à ação – e à responsabilidade.

O debate em torno do papel das empresas na sociedade não é novo. No entanto, a discussão assumiu recentemente um maior sentido de importância: em agosto passado, mais de 180 CEOs da Business Roundtable abandonaram publicamente o princípio da primazia dos acionistas em favor da visão de que as empresas têm uma obrigação para com um conjunto mais amplo de stakeholders. Esta declaração pública enviou um sinal concreto de que os líderes empresariais estabelecidos atingiram um ponto de inflexão.

É uma boa notícia que mais empresas estão reconhecendo a necessidade de expandir seu foco e considerar mais de perto suas pessoas, comunidades e clientes. Mas nós sabemos que isto não pode continuar a ser apenas uma ambição. Aqui estão quatro coisas que os líderes empresariais podem fazer neste momento para passar da ambição à ação – e à responsabilidade – à medida que abraçam a criação de valor a longo prazo:

1. Envolva as pessoas

Como líderes empresariais, sabemos que nossas pessoas são um de nossos mais importantes stakeholders. Não podemos criar valor a longo prazo sem um dos nossos maiores ativos e investimentos mais importantes: uma comunidade engajada de funcionários Não importa o que mais você faça, o sucesso de qualquer estratégia depende das pessoas que irão colocar ela em prática. Portanto, os líderes precisam agir para empoderar seus colaboradores e equipá-los com as ferramentas necessárias para o sucesso – agora e a longo prazo.

Isto significa reconhecer que a forma como pensamos sobre o plano de carreira para cada indivíduo precisa de mudar. O ritmo acelerado das novas tecnologias significa que novas habilidades são uma necessidade constante. A preparação da carreira não é mais um momento único no tempo ou uma série de etapas padronizadas. Em vez disso, as pessoas precisam reavaliar e reimaginar continuamente seus papéis, apenas para acompanhar o ritmo das mudanças.

As organizações têm um papel vital em ajudar suas pessoas a ter sucesso neste mundo que tem a tecnologia com um agente disruptivo, através de programas de especialização e outras experiências semelhantes. Em parte, é por isso que investidores, reguladores e a comunidade empresarial estão vendo a implantação de pessoas, habilidades e capacidades como um ativo estratégico, com métricas como custo da força de trabalho, diversidade, atração, rotatividade, treinamento e engajamento como elementos centrais do crescimento financeiro sustentável e de longo prazo.

2. Saiba medir e reportar o valor a longo prazo

Todas estas iniciativas monstram uma coisa: que para introduzir um foco de longo prazo, os stakeholders devem deixar a prática antiquada de medir o valor, olhando apenas para o desempenho financeiro a curto prazo.

Os ganhos trimestrais não são mais um reflexo preciso do valor de uma empresa a longo prazo em um mundo onde talento, inovação e impacto social acabam contribuindo para o sucesso financeiro. Hoje, precisamos medir os ativos intangíveis – como o capital humano, a inovação e o nosso impacto na sociedade – e depois ligar esses ativos aos nossos objetivos.

Há uma grande variedade de padrões, métricas e ferramentas de medição por aí para fazer isso, mas as equipes de gestão e investidores continuam lutando com a complexidade, a falta de consistência e comparabilidade. É por isso que a colaboração e o engajamento são tão vitais – para ajudar a impulsionar esse consenso e simplificação e, em última análise, ajudar todos nós a contribuir para a criação de valor a longo prazo para todas as partes interessadas.

3. Envolva a sua comunidade empresarial

Se vamos gerar valor a longo prazo e impactar os stakeholders com os novos padrões da comunidade empresarial, nenhuma organização pode fazer isso sozinha. Nós precisamos trabalhar juntos.

A boa notícia é que há um grande impulso para a colaboração nesta questão.

O Embankment Project for Inclusive Capitalism (EPIC) reuniu mais de 30 empresas globais com US$30 trilhões de ativos sob gestão para desenvolver e testar uma estrutura para ajudar as empresas a medir e relatar o valor de longo prazo que elas criam. Liderados pela Coalizão para o Capitalismo Inclusivo e pela EY, todos trabalhamos juntos – criadores, gestores e proprietários de ativos – durante mais de 18 meses para gerar consenso sobre o que cria valor a longo prazo e como o medimos.

Muitos destes aprendizados contribuíram para um importante esforço de colaboração convocado pelo Conselho Empresarial Internacional (IBC) do Fórum Económico Mundial. Sob a liderança do presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, e do presidente do IBC e CEO do Bank of America, Brian Moynihan, o WEF e as Big Four estão trabalhando juntos para consolidar e simplificar uma abordagem para medir a sustentabilidade a longo prazo e seu impacto na comunidade global, incluindo o progresso para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Este esforço procura integrar e se alinhar com os padrões estabelecidos, tais como a Global Reporting Initiative e o Sustainability Accounting Standards Board, bem como com outros esforços importantes para medir o valor a longo prazo e o impacto dos stakeholders, incluindo o FCLT Global, Just Capital e o World Business Council for Sustainable Development.

É disso que precisamos: colaboração e engajamento focados na convergência, ação e, em última instância, responsabilidade. Se queremos criar um futuro mais inclusivo, devemos unir forças, criar uma visão compartilhada e forjar um compromisso compartilhado.

4. Apoie suas comunidades e proteja o meio ambiente

Os líderes empresariais precisam colocar suas comunidades e o meio ambiente em pé de igualdade com os acionistas e stakeholders. Hoje, a taxa global de desemprego entre os jovens é três vezes maior do que a taxa entre os adultos1. Previsões mostram que a automatização deslocará até 800 milhões de trabalhadores a nível global até 20302. O 1% mais rico da população possui 45% da riqueza do mundo3. E, como planeta, estamos muito longe dos objetivos estabelecidos pelo acordo de Paris sobre as Alterações Climáticas.

Estes são claramente enormes desafios em nossa sociedade atual. Eles também apresentam uma enorme oportunidade para os negócios serem uma força para o bem no mundo.

As empresas sempre ocuparam um papel único na sociedade, com o poder de moldar mercados e impactar comunidades de formas que outras organizações não podem facilmente replicar. Agora, podemos usar esse poder para ajudar a reconstruir a confiança em nossas comunidades, enfrentar seus maiores desafios e fortalecer as economias em todo o mundo.

Cada vez mais, é também o que as pessoas esperam de nós. De fato, 76% dos respondentes do Trust Barometer Report 2019 da Edelman, dizem que os CEOs devem assumir a liderança na condução das mudanças em vez de esperar que o governo imponha as regras4.

Vivemos todos numa época notável. Temos ferramentas, conhecimentos e habilidades inimagináveis à nossa disposição, e se utilizarmos melhor esses ativos, poderemos enfrentar muitos dos desafios sociais e ambientais mais difíceis do mundo. O nosso compromisso é o de desempenhar um papel de liderança nas comunidades onde a EY opera. Em 150 países, estamos usando uma riqueza de talentos, know-how e redes poderosas para criar valor a longo prazo e alcançar o propósito da EY e construir um mundo de negócios melhor. Também estamos começando por nós mesmos, avaliando nossas emissões de carbono e nos comprometendo com as mudanças necessárias para reduzi-lá.

Este é um momento crucial para os negócios. É mais claro do que nunca que o sucesso é mais do que o nosso resultado final hoje em dia; é também sobre ajudar aqueles que nos rodeiam a prosperar a longo prazo. Os CEOs não têm mais que escolher entre fazer o que é bom para os negócios e o que é bom para os stakeholders. Eles podem – e devem – fazer as duas coisas.

Quando você vai passar de ambição para ação a longo prazo? Junte-se a EY para discutir questões econômicas e sociais prementes na Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial 2020 – de 21 a 24 de Janeiro. Junte-se à conversa via ey.com/wef e usando #WEF20 e #BetterWorkingWorld

Resumo

As empresas estão reconhecendo que têm uma obrigação para com um conjunto mais amplo de stakeholders, incluindo seus colaboradores, comunidades e clientes. A definição atual de sucesso não se limita aos resultados; para ajudar suas empresas a prosperar no longo prazo, os líderes empresariais precisam trabalhar juntos e expandir seu foco agora.

Sobre este artigo

Por Carmine Di Sibio

EY Global Chairman and CEO

Apaixonados por nossos clientes e pelo poder de nossa organização global. Motor de crescimento e inovação. Construtor de relações. Fã de desporto.

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