Como mais mulheres podem se tornar arquitetas da Era da Transformação?

7 Minutos de leitura 13 mar 2019
Por Julie Linn Teigland

EY EMEIA Area Managing Partner; EY Global Leader, Women. Fast forward

Passionate about the transformational power of digitalization and innovation and its potential to deliver sustainable, inclusive growth for clients. Prominent voice of the Women20 global agenda.

7 Minutos de leitura 13 mar 2019

Neste Dia Internacional da Mulher, precisamos questionar por que está demorando tanto para que as mulheres possam ter um senso de pertencimento.

No dia 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher em todo o mundo, reconhecendo as mulheres e suas realizações. Sejamos honestos – há muito o que comemorar, não apenas as grandes conquistas de mulheres líderes, cientistas, professoras, acadêmicas, diretoras, mentoras e mães, mas também as conquistas compartilhadas na igualdade de gêneros.

E existe o potencial para fazer muito mais. Não é segredo que a igualdade de gêneros é boa para os negócios, para a sociedade e para a economia:

  • A igualdade das mulheres na força de trabalho acrescentaria US$ 28 trilhões à economia global até 2025
  • As empresas com mulheres na direção valem, em média, US$ 40 milhões a mais do que aquelas sem1
  • Conselhos com 30% ou mais de mulheres podem adicionar até 6% a sua margem líquida
  • Quando liderados por uma mulher, os países alcançam um crescimento médio de 5,4% do PIB no ano seguinte, em comparação com 1,1% se liderados por um homem2

Mas, embora seja verdade que percorremos um longo caminho desde que um milhão de sufragistas da Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça iniciaram o movimento do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 1911, ainda não chegamos lá.

A igualdade para as mulheres na força de trabalho acrescentaria

US$ 28 trilhões

à economia global até 2025.

Pouco mais de 100 anos depois, ainda estamos muito longe de alcançar a igualdade de gêneros na sociedade, no local de trabalho e na economia. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, serão necessários:

  • 108 anos para reduzir as disparidades globais entre homens e mulheres
  • 202 anos para reduzir as disparidades econômicas entre homens e mulheres
  • 107 anos para reduzir as disparidades políticas entre homens e mulheres

Precisamos nos perguntar: nesta Era da Transformação, por que está levando tanto tempo para que as mulheres pertençam igualmente?

Precisamos nos perguntar: nesta Era da Transformação, por que está levando tanto tempo para que as mulheres pertençam igualmente?

Organizações de sucesso certificam-se de que todos tenham um senso de pertencimento

Criar uma cultura de pertencimento e inclusão no local de trabalho não diz respeito simplesmente à igualdade de gêneros e à igualdade de remuneração. Trata-se de criar ambientes de trabalho que acolham, compreendam e celebrem as diferenças, bem como busquem novos pontos de vista, para que todos possam se dedicar integralmente ao trabalho.

Um estudo recente preparado pelo Centro de Excelência de Diversidade & Inclusão da EY nos EUA mostrou que a diversidade e o senso de pertencimento fazem parte das expectativas no local de trabalho. Mais de um terço dos entrevistados – abarcando gerações e etnias – sentiu o maior senso de pertencimento no trabalho, à frente de sua vizinhança física e local de culto.

Na verdade, no contexto do trabalho, a pesquisa mostra que, quando as pessoas sentem que pertencem, elas são mais produtivas, motivadas e engajadas, além de estarem
3,5 vezes mais propensas a contribuir para seu pleno potencial.

Portanto, é fundamental que todos – homens e mulheres – tenham a sensação de pertencimento no local de trabalho. Caso isso não ocorra, a motivação e a produtividade sofrerão, e isso não é bom para ninguém.

É por isso que, este ano, na EY, estamos celebrando o Dia Internacional da Mulher, reforçando o conceito #SheBelongs (#ElaPertence). Embora esse possa ter sido o slogan dos últimos 100 anos do Dia Internacional da Mulher, agora, em um mundo com tantas fissuras – política, social e econômica - é mais importante do que nunca que a participação plena das mulheres na força de trabalho e na sociedade deixe de ser simplesmente uma suposição, um dado e, em breve, passe a ser uma realidade. 

Na EY, acreditamos que há três áreas nas quais as organizações precisam se focar, para acelerar a inclusão das mulheres na economia:

1. Mulheres no mundo dos negócios

Embora tenha havido progressos, as mulheres ainda estão gravemente subrepresentadas nos papéis de liderança dentro das organizações:

  • Uma em cada cinco mulheres (22%) participa dos conselhos de administração de empresas da S&P5003
  • Menos de um terço (30,2%) das mulheres participa dos conselhos de administração de empresas da FTSE1004
  • Menos de um terço dos papéis de liderança nas empresas pertencentes ao FTSE 350 foram assumidos por mulheres (2017)5

Não só isso, em algumas partes do mundo, as mulheres são excluídas financeiramente. Nos países do G20, apenas 40% das mulheres têm acesso a uma conta bancária e, embora detenham um terço das pequenas e médias empresas, recebem apenas 10% dos empréstimos concedidos pelos bancos.

Para resolver esse problema, elencamos aqui apenas algumas das maneiras pelas quais a EY está ajudando a aumentar o número de mulheres nos negócios, por meio do programa EY Women. Fast forward:

2. Mulheres no Mundo Digital

O mundo mudou radicalmente com a Quarta Revolução Industrial. Tanto que, até 2022, 60% do PIB global terá origem digital6. Não podemos nos dar ao luxo de excluir as mulheres dessa revolução. Enquanto os homens administram a maioria das empresas de tecnologia do mundo, ocupam a maioria dos postos de trabalho na indústria e projetam a maioria dos produtos e serviços baseados em tecnologia, as mulheres são cruciais tanto no que diz respeito aos futuros usuários quanto em termos de mercados futuros. Deixamos de lado um enorme potencial inexplorado quando não incluímos as mulheres nessa transformação, e isso já está acontecendo:

A chave para incluir as mulheres é certificar-se de que #SheBelongs. Precisamos que mais mulheres e meninas se engajem no desenvolvimento e na aplicação de novas tecnologias na educação, no local de trabalho, na sociedade e na economia, para garantir que todos nós nos beneficiemos do nosso futuro digital coletivo. No final das contas, se metade da população não estiver engajada no projeto e na aplicação de novas tecnologias, como a inovação real poderá ocorrer?

Para promover a inclusão de gêneros na economia digital, a EY deverá lançar o programa Women in Tech no Dia Internacional da Mulher de 2019. O programa foi projetado para encorajar meninas e mulheres a entrar, permanecer e prosperar no mundo da tecnologia, seja para aprender, trabalhar ou inovar.

3. Mulheres empreendedoras

Muitas vezes, começar e construir empresas é a única maneira pela qual muitas mulheres conseguem efetivamente entrar na força de trabalho. Na verdade, as mulheres empreendedoras são donas de cerca de um terço das pequenas e médias empresas em todo o mundo , e elas abrem negócios em um ritmo mais rápido do que os homens. No entanto, o acesso a financiamento para mulheres, para iniciar e investir em seus negócios, pode ser difícil de encontrar. Em 2018, apenas 7% dos recursos captados pelas empresas apoiadas por capital de risco europeu foram para as equipes fundadoras do sexo feminino.

Para que as mulheres desempenhem seu papel na condução da economia global, mais mulheres devem ser capazes de criar empresas de sucesso. Ao fazer isso, não apenas elas fornecerão empregos muito necessários em suas comunidades locais e contribuirão de maneira mais significativa para a economia local, mas também ganharão uma renda decente para sustentar suas famílias.

Precisamos nos concentrar na criação de ecossistemas empresariais mais fortes, com redes de investidores anjos mais robustas, para reforçar a ideia de que as mulheres empresárias desfrutem de um senso de pertencimento igual. Empreendedoras podem ser encorajadas através de mentores que fornecem conhecimento e apoio valiosos, educação e o desenvolvimento de tais habilidades empreendedoras para meninas em uma idade jovem. 

É por isso que a EY criou o programa Entrepreneurial Winning WomenTM . Abrangendo 65 países, o programa identifica empreendedoras de sucesso cujas empresas mostram potencial real de ganhar escala e lhes fornece o apoio, recursos e acesso, para acelerar o crescimento.

E também é por isso que há um compromisso da EY em gastar US$ 100 milhões com empresas de propriedade de mulheres em todo o mundo até 2020.

Como você pode garantir que #SheBelongs

Um mundo que deixa de aproveitar o enorme potencial das mulheres sempre será um mundo mais pobre do que poderia ter sido. É por isso que o Dia Internacional da Mulher é tão importante. Ao celebrar as conquistas culturais, econômicas, políticas e sociais das mulheres em todo o mundo, isso nos faz lembrar de que as mulheres pertencem ao nosso mundo tanto quanto os homens. Também orienta a discussão em torno de iniciativas para promover a inclusão e acelerar a igualdade de gêneros. Claramente, não podemos esperar séculos para acabar com a disparidade econômica de gêneros.

Pequenas ações podem fazer uma grande diferença, e todos temos a responsabilidade de mudar esse quadro. Eis algumas das maneiras pelas quais você pode ajudar a promover a igualdade de gêneros na sua organização.

  • Promova conquistas femininas entre sua equipe, colegas e clientes
  • Certifique-se de que a sua equipe tenha as competências certas para o futuro do trabalho
  • Use a inteligência analítica de dados de maneira ética e responsável
  • Desafie os estereótipos e preconceitos de gênero
  • Recrute e promova equipes equilibradas
  • Apoie a progressão profissional de uma mulher, patrocinando-a
  • Sempre use uma linguagem inclusiva
  • Apoie mulheres empreendedoras à medida que elas desenvolvem novas start-ups
  • Elimine as barreiras ao progresso feminino
  • Leve em conta diversas perspectivas em todas as suas iniciativas
  • Promova a importância da igualdade em tudo o que você faz

Junte-se à conversa #SheBelongs. Vamos progredir #WomenFastForward.

  • Mostrar referências do artigo

    1. Análise do S&P Composite 1500
    2. Susan Perkins, University of Illinois, e Katherine Phillips da Columbia Business School, 188 países reconhecidos pela ONU
    3. Índice de Diversidade de Gêneros Women on Boards 2018
    4. Hampton Alexander Review, FTSE Women Leaders
    5. Hampton Alexander Review, FTSE Women Leaders
    6. International Data Corporation (IDC), 2018
    7. UNESCO, STEM and Gender Advancement Data (2018).; Instituto de Estatísticas da UNESCO, UIS Fact Sheet: Women in Science (2017)
    8. Forbes, STEM Fields and The Gender Gap: Where Are The Women? (2012).; WEF, 4 gráficos que mostram que a tecnologia ainda é um mundo masculino (2017)
    9. Tech Republic

Resumo

Precisamos que as mulheres pertençam igualmente: nos negócios; no mundo digital; como empreendedoras. Para promover o crescimento inclusivo, é preciso que as mulheres sejam arquitetas da Era da Transformação.

Sobre este artigo

Por Julie Linn Teigland

EY EMEIA Area Managing Partner; EY Global Leader, Women. Fast forward

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