As empresas que desejem ser bem-sucedidas na próxima era de Mobility-as-a-Service (MaaS) terão de enfrentar quatro desafios fundamentais:
- Escalabilidade. Terá de desenvolver sistemas que poderão aumentar ou diminuir de dimensão rapidamente, facilmente e com o mínimo de implicações ao nível de custo.
- Dados. A recolha, a integração e a monetização da utilização de dados será crucial para oferecer a mobilidade como um serviço, não apenas em termos de angariação de receitas, mas também no planeamento e desenvolvimento de novos serviços.
- Propriedade do consumidor. Aproximar-se e manter-se próximo do cliente será vital para desenvolver novos serviços de mobilidade e novas fontes de receita.
- Confiança. Os utilizadores devem estar confiantes que existe uma tecnologia de segurança fiável e fidedigna a proteger os seus dados.
Todos podem ser abordados com a tecnologia certa — blockchain. A combinação de blockchain com um ledger seguro e distribuído, com a cripto moeda, contratação inteligente e com o design open source, apresentam um valor único para enfrentar estes desafios.
É uma mudança fundamental na antiga estrutura de sistema de comando e controlo de transportes para um mercado totalmente distribuído onde os utilizadores fazem pouca ou nenhuma distinção entre o transporte “público” e “privado”. Os prestadores de serviços de mobilidade multimodal assumem um papel central.
Assim sendo, existem muitos desafios complexos a enfrentar, e muita incerteza sobre o detalhe dos mesmo. Mas existe também uma oportunidade sem precedentes de moldar o futuro. Como é que se deve abordar esta oportunidade? Deixamos aqui algumas observações com base na nossa experiência:
A cidade como cliente. Abordar cidades como clientes e parceiras. Perceber o seu papel cada vez mais importante enquanto promotor e regulador dos novos mercados de mobilidade. Fazer experiências com as cidades de forma a desenvolver novos serviços de mobilidade.
Investimento ambicioso. Desenvolver uma estratégia para investimentos ousados, em que o espírito da disrupção real substitua o espírito da mera inovação incremental.
Perspetiva holística. O objetivo da empresa deve mudar de “fazer” para “ser”. Estratégias discretas para o digital e inovação, por exemplo, devem ser substituídas por perspetivas de negócio integradas e holísticas.
Foco no modelo de negócio. Haverá muitas iniciativas para acompanhar e gerir. Devemos que assegurar que o modelo de negócios se mantém central para todos.
Sistemas centrados no Humano. Os novos modelos de negócio de mobilidade serão orientados por mudanças no comportamento e necessidades humanas. Assegure-se que os processos e mecanismos estão à altura do desafio de capturar as novas tendências nesse campo.
No entanto, para além dessas considerações, está um princípio abrangente com que trabalhamos na EY, porque acreditamos que é o fator de sucesso mais importante:
Estabeleça e mantenha um diálogo aberto em todo o ecossistema de mobilidade.
Porque retirar o máximo proveito do futuro da mobilidade irá depender, não só de um conhecimento limitado em áreas tradicionais como a engenharia ou o marketing, mas também de uma rede verdadeiramente diversificada e de uma vasta amplitude de parceiros que colaboram entre si.