EY Africa Attractiveness Report

O Africa Attractiveness Report da EY é um relatório de tendências e insights que conjuga dados e análises que permitem aos leitores ter uma melhor compreensão dos fluxos de investimento no mercado africano.

EY Africa Attractiveness Report 2021

África está preparada para um reset. Estarão os investidores a pensar no futuro?

No relatório deste ano, fazemos uma análise à forma como os acontecimentos dos últimos dois anos afectaram os drivers do sector, o impacto que estes tiveram no Investimento Directo Estrangeiro (IDE) e o que podemos esperar destes vários sectores agora e no futuro. Consulte o documento completo.

Ao olharmos para o início da COVID-19, é seguro dizer que ninguém antecipou o impacto que a pandemia teria na nossa vida diária. Apesar de disso, os sistemas e as infra-estruturas de saúde de África provaram ser mais resistentes do que o esperado. Já foi várias vezes dito que a pandemia não mudou necessariamente as tendências de forma significativa. Quanto muito, acelerou o ritmo das tendências actuais. Explorando a tecnologia, quando disponível, os proprietários de empresas procuraram novas formas de dinamizar os seus modelos de negócio e reinventar as suas ofertas para manter a sustentabilidade dos seus negócios. Nos últimos meses, a África Austral recuperou a liderança como sendo o maior centro de IDE em África, devido ao facto de a economia sul africana, mais diversificada, conseguir atrair a maioria do IDE no continente africano. Espera-se que África recupere nos próximos anos. Contudo, o crescimento irá variar de país para país.

Um dos desenvolvimentos mais promissores é a African Continental Free Trade Area (AfCFTA), que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2021. Esta tem a capacidade de criar a maior zona de comércio livre do mundo, reduzindo a burocracia e promovendo o comércio em todo o continente. Na EY acreditamos que o investimento no continente africano nos próximos anos se deve concentrar idealmente nos sectores e nas oportunidades-chave que irão definir o crescimento do continente a curto e longo prazo. O relatório revela que existe uma tendência positiva no IDE em novos sectores, tais como a indústria de produção, serviços de apoio ao negócio, TIC, vendas e marketing, sectores esses que irão permitir a criação de postos de emprego duradouros.

Este relatório disponibiliza uma análise detalhada sobre o investimento directo estrangeiro nos países, sectores e clusters regionais africanos, com o objectivo de ajudar os líderes a compreender melhor as novas realidades e oportunidades potenciadas pela nossa conjuntura económica redefinida.

A África Austral só irá recuperar da recessão de forma gradual

O crescimento na região deverá recuperar a médio prazo, depois de ter sido gravemente afectado pela pandemia da COVID-19 em 2020. A África do Sul registou o maior número de casos e entrou numa profunda recessão, na qual viu o seu PIB diminuir em 7% - a queda mais acentuada em mais de um século. Também o PIB de Moçambique contraiu 1,3% em 2020, devido à disrupção nas cadeias de abastecimento. Moçambique foi um dos seis países africanos que enfrentaram dificuldades relacionadas com o sobre-endividamento em 2020, tendo a sua dívida pública crescido para 120% do PIB.

A recuperação em toda a região está dependente da rapidez do processo de vacinação e da manutenção do foco na consolidação fiscal. A economia da África do Sul registou um forte primeiro semestre em 2021, observando-se uma recuperação no sector industrial, impulsionada pela extracção e manufactura. Prevê-se assim que o seu PIB cresça 4,8% em 2021, com base no aumento dos preços das matérias-primas e de uma moeda mais forte. No entanto, a quarta vaga de COVID-19, o lento crescimento das taxas de vacinação (apenas 23,1% da população está actualmente totalmente vacinada*) e os cortes de energia, representam riscos significativos para o crescimento. A elevada taxa de desemprego (estando previsto que atinja 33% no primeiro trimestre de 2022) e o aumento da dívida pública (prevista crescer de 71% em 2020 para um valor sem precedentes de 94% do PIB em 2025) são riscos-chave que poderão afectar o crescimento. Mais preocupante ainda, é a recente instabilidade provocada pela detenção do antigo Presidente, a qual desencadeou saques em larga escala em duas províncias, e conduziu a uma revisão em baixa das estimativas de crescimento para -3,5%. Quanto a Moçambique, o seu PIB também deverá recuperar lentamente - para 1% em 2021, antes de aumentar para 3,6% em 2022 e até 7% em 2025.