Mudanças desta magnitude exigirão provavelmente novas competências – não só cultura de inovação, mas também um ecossistema adequado, que dê acesso e estimule novas ideias. Contudo, o inquérito mostra que as equipas financeiras podem fazer mais para se abrirem a novas ideias e novas perspetivas. Os líderes financeiros foram convidados a escolher a afirmação que descreve com maior precisão como pretendem abordar a inovação nos próximos anos e apenas 37% responderam que planeiam dar prioridade a uma abordagem mais aberta. Entre os restantes líderes financeiros:
- 17% dos inquiridos afirmaram que vão impulsionar a inovação principalmente a partir da própria função financeira.
- 44% dos inquiridos disseram que vão impulsionar a inovação sobretudo a partir de parcerias com outras equipas internas da empresa, como as TI.
- 37% dos inquiridos referiram que devem adotar uma abordagem aberta à inovação, gerando e desenvolvendo ideias criativas com fornecedores externos.1
Para desenvolver competências para inovar, os líderes devem definir a sua visão, ajudar a alinhá-la com a estratégia empresarial e usar KPIs para medir progressos e metas alcançadas. Tal como analisou o 2019 EY Global FAAS corporate reporting survey, mudar a cultura financeira também será um fator importante. No que se refere à abertura para inovar, os líderes devem procurar mapear como os diferentes atores relevantes – finanças core e funções internas como as TI – colaboram com o ecossistema de inovação mais alargado, incluindo fornecedores externos.
Definir uma estratégia de fornecedor e de managed services para atingir objetivos da transformação
A função financeira e de relato está a enfrentar pressões significativas. Estas podem variar, entre o elevado nível de exigência dos stakeholders que solicitam diferentes tipos de insights financeiros e não financeiros, até à expectativa crescente de que a função financeira desempenhe um papel central na estratégia de valor a longo prazo da organização. Contudo, as equipas financeiras podem ter dificuldade em enfrentar novos desafios devido ao peso e complexidade do atual legado de processos e responsabilidade, incluindo a potencial necessidade de reestruturar o contexto tecnológico e ao desafio de encontrar o talento adequado para atingir os novos objetivos.
"Os CFOs enfrentam desafios significativos no que se refere à função financeira", diz Dave Helmer, Global Tax and Finance Operate Leader da EY. "O primeiro é o talento – conseguir as pessoas que necessitam, com as competências certas, e oferecer-lhes uma carreira que as permita reter. Em segundo lugar, manter-se à tona de um ambiente legislativo e regulamentar em constante mudança. A terceira é a exigência de ter um plano sustentável em torno dos dados e da tecnologia. A quarta e última questão é uma questão perene para os CFO – não só reduzir custos, mas fazê-lo de forma significativa".
Responder a estes desafios é a razão pela qual muitos CFOs estão a examinar o seu modelo operacional alvo. No mundo interligado em que vivemos, os “managed services” podem ser uma arma inteligente na estratégia de contratação do líder financeiro. "Isto é mais do que simplesmente tirar das mãos dos CFOs processos financeiros de baixo valor e altamente padronizados", explica Paul Clark, EY Global Leader – Managed Services. "Passa por posicionar os líderes financeiros no mundo digitalizado e conectado de hoje para 'consumir' serviços financeiros de maior valor. Permite-lhes desbloquear valor e impulsionar a inovação, retirando o foco exclusivo da operacionalização financeira. Proporciona uma maior profundidade de conhecimento nos domínios financeiros, maior compreensão e credibilidade regulamentar, alcance global e o potencial da tecnologia de última geração, onde se incluem novas tecnologias e bases de dados comuns. O CFO pode então passar a concentrar-se numa lista mais reduzida de responsabilidades financeiras avançadas, que pretenda desenvolver internamente".
A importância de uma estratégia inovadora de contratação é reforçada pelo estudo 2020 EY DNA of the CFO survey, que explora as perspetivas de mais de 800 CFOs e responsáveis financeiros em todo o mundo. Neste inquérito, mais de três quartos dos inquiridos (76%) afirmaram que as finanças tendem a juntar-se cada vez mais a parceiros externos para assegurar processos ou atividades financeiras que exijam conhecimentos especializados ou tecnologia.
Computação na nuvem e análise de dados serão fatores importantes no quadro desta estratégia. Na essência, a computação em nuvem traduz um conjunto de serviços de tecnologia distribuídos, on-demand, que podem ser escalados ou reduzidos mediante as necessidades da organização.A tecnologia pode fornecer o enquadramento para a transformação digital da função financeira e a arquitetura colaborativa para ligar uma série de ecossistemas, incluindo fornecedores, funcionários e clientes. Há também um investimento significativo por parte dos fornecedores de serviços em nuvem para manter a segurança de dados e das aplicações na nuvem, algo cada vez mais importante num mundo onde os cibercriminosos estão cada vez mais sofisticados. Abraçar estes ecossistemas de dados pode revelar-se importante, à medida que as empresas procuram partilhar informação empresarial para lá das suas fronteiras internas, mas exige que sejam definidos protocolos de governance e partilha de informação com os fornecedores, para gerir eventuais riscos.
À medida que os líderes financeiros repensam o modelo da função financeira, uma abordagem mais aberta – incluindo o recurso a fornecedores estratégicos com tecnologias inovadoras – pode ser importante para o sucesso.