A resiliência é o novo teste de esforço ou plano de resolução.
Os colaboradores do front-office deverão ter formações sobre gestão de risco com os responsáveis do compliance a apoiar a função de controlo na primeira linha de defesa. Os reguladores esperam que as Instituições Financeiras coloquem a resiliência operacional e financeira como prioridades do Conselho de Administração. Os Conselhos de Administração terão de adotar uma mentalidade: “É provável que isto aconteça, por isso vamos estar preparados.”
Gerir e proteger dados: A Banca é uma indústria dependente de dados. Os Bancos exigem dados oportunos, exatos e significativos e os clientes requerem ferramentas de comunicação fáceis de usar. Os investidores e o mercado em geral exigem maior acesso e transparência. No futuro, os bancos terão de gerir melhor os dados e também enfrentar exigências cada vez mais rigorosas em matéria de privacidade de dados. Foi feito um investimento significativo em armazenamento e acessibilidade, mas os Bancos precisam de se concentrar mais na arquitetura de dados, nas capacidades analíticas e no desenvolvimento de uma estrutura integrada de privacidade de dados com políticas completas de gestão de risco.
Prioridade de risco
93%dos participantes no nosso questionário anual sobre o risco bancário identificou a melhoria da qualidade dos dados como uma das principais prioridades de gestão de risco para os próximos 3 anos.
Abordar os fatores responsáveis por condutas impróprias: Iniciativas para melhorar a cultura e a ética do setor financeiro serão sempre de impacto limitado sem uma abordagem de responsabilização. O desafio para a agenda de conduta é passar de uma abordagem “liderar a partir do topo” para a incorporação e incentivo de uma cultura e comportamento positivos em toda a organização.
O caminho para um melhor compliance
Os bancos necessitam de gerir e antecipar os riscos emergentes. A transformação digital ajudará, mas, como destaca o nosso questionário anual sobre a gestão de risco bancário (2019), os gestores de risco devem acelerar o ritmo a que adotam e implementam novas tecnologias.
A exigência de responsabilização é cada vez maior. As questões ambientais, sociais e de governação, e particularmente a agenda financeira sustentável, têm que tornar-se elementos chave no planeamento estratégico e na definição de perfis de risco. A mudança é essencial mas, pode e deve, ser conduzida a partir do topo.
Ao nível do Conselho de Administração, uma maior diversidade está a tornar-se não só uma expectativa regulamentar, mas uma necessidade operacional. Os indivíduos cujo conhecimento vai além dos riscos financeiros e da regulação serão posicionados para quebrar barreiras e implementar uma governação corporativa e uma supervisão de risco mais profunda e ampla.
Chegou o momento de a gestão implementar estruturas de governação e gestão de risco que proporcionem melhor alinhamento, melhor qualidade dos dados e novos modelos de negócios que permitam resultados sólidos no mercado e nos clientes. O objetivo é obter os stakeholders certos para avaliar as implicações de risco numa base end-to-end das decisões operacionais, estratégicas e empresariais ao longo da cadeia de valor, incluindo o ciclo de vida do produto, marketing, segmentação de clientes, preços e remuneração.
Se os Conselhos de Administração e os quadros superiores se tornarem proativos perante o futuro, se construírem as competências certas e desenvolverem novas formas de trabalho, podem oferecer uma estrutura de risco e de compliance mais ágil e eficiente, equipada com as mais recentes tecnologias, estruturas de governação melhoradas e novas funções. Estes são fatores que se revelam cruciais para resposta e adaptação do modelo de negócio em situações diruptivas, como a que envolve o cenário de Covid-19, mas também como fator de vantagem competitiva de mercado.
Resumo
Enquanto os bancos e os reguladores ainda estão a lidar com questões regulamentares não resolvidas, a tecnologia continua a transformar o setor de forma imprevisível. As empresas precisam de responder em simultâneo a questões antigas, bem como aos riscos emergentes com tecnologias, melhor governação e com o talentos certo.