2 minutos de leitura 9 set 2021
Woman standing infront of the staircase

O novo papel do Chief Financial Officer (CFO)

por Raquel Costa

Manager, Tax Technology & Transformation, Ernst & Young, S.A.

Tem um gosto por tecnologia, transformação e otimização de processos. É mãe de uma menina. Adora música, tocar piano, os seus dois cães, viajar sem seguir roteiros e de reuniões de família e amigos.

2 minutos de leitura 9 set 2021
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Os CFO estão a assumir gradualmente o papel de Chief Value Officers, como elemento essencial nas novas estratégias de negócio baseadas em dados.

A utilização de dados tem-se revelado de elevada importância para as empresas ao longo dos últimos anos, quer a nível interno, quer a nível externo. O data analytics tem-se assumido como uma das tendências mais atuais, graças ao aumento da sofisticação técnica que vivemos, à facilidade com que pode ser implementado/utilizado e à redução dos custos de acessibilidade à inteligência artificial (IA), aos serviços na nuvem (cloud) e a outros instrumentos analíticos.

O data analytics tem dado provas na abertura de novas oportunidades e possibilidades, permitindo às empresas estabelecer vantagens competitivas sobre os seus pares, rentabilizando dados financeiros e não financeiros de um conjunto alargado de fontes de informação e trazendo também a possibilidade às empresas de contribuir para a sociedade e para a sua reputação.

Em bom rigor, a utilização avançada de dados está a deixar de ser um nice to have para ocupar um lugar cimeiro no dia-a-dia de qualquer empresa, nomeadamente no que respeita à liderança da área financeira das organizações, concretamente ao nível do CFO. A nova tendência indica que os stakeholders externos, os atuais colaboradores e os futuros, os influenciadores sociais, bem como consumidores mais informados estão a utilizar dados externos acessíveis para analisar as empresas em várias dimensões.

Esta realidade vem expor assim qualquer empresa que não utilize intensivamente a análise de dados (que pode resultar em melhores previsões do seu potencial de mercado) a invasões de resultados de análises externas, podendo originar atenções do público indesejadas no que respeita às suas atividades comerciais e alterar a forma como os clientes as percecionam.

O ambiente extremamente dinâmico em que as empresas operam nos dias que correm, encurtou o tempo disponível para responder a mudanças. O papel do CFO assume uma nova importância, estando este gradualmente a assumir o papel de Chief Value Officer, tornando-se uma peça fundamental nas estratégias de negócio baseadas em dados e impulsionador de valor acrescentado.

Os CFO, tendo como responsabilidade o report de informação externa e, em muitos casos, a preparação, interpretação e gestão da informação (financeira), deverão estar a sentir uma mudança no valor do seu papel, designadamente ao nível da alteração de tarefas de documentação da função financeira por tarefas que consubstanciam uma forte aposta no seu valor acrescentado.

A análise avançada de dados é considerada o novo ouro, sendo o seu principal objetivo obter informações mais pormenorizadas e retirar conclusões que fluam para as operações em curso de forma oportuna e direcionada. Ignorar o potencial da análise de dados nos processos de tomada de decisão (por exemplo em relação a uma margem de lucro melhorada ou a maior fidelidade por parte do cliente) seria uma desvantagem competitiva considerável.

Embora a conversão de dados em insights seja uma tarefa técnica, a tradução destes insights em valor acrescentado requer do CFO uma compreensão sólida do impacto empresarial e financeiro. A função financeira sempre foi responsável pela tradução financeira para a atividade empresarial, funcionando de forma transversal, rentabilizando cada uma das ações, opções e atividades da empresa. Em última análise, a função financeira e fiscal está na posição única de poder recolher dados de todas as áreas da empresa, bem como de processar e apresentar estes dados para decisões de gestão.

Os CFO de hoje estão sob uma enorme pressão, do ponto de vista de gestão interna e do ponto de vista externo, na preparação de informações para uma série diferente de partes interessadas externas.

Internamente, espera-se que os CFO forneçam informações em tempo real a partir de dados de todos os tipos (dados financeiros estruturados, outros dados estruturados da empresa e dados de mercado não estruturados), utilizando a sua análise para mapear relações de valor complexas, influenciar o seu impacto nos rácios financeiros, simular cenários potenciais e prever de forma fiável desenvolvimentos e tendências relevantes do mercado.

No panorama externo, o reforço da função financeira e fiscal na preparação de uma base factual para a tomada de decisões é vital. Em regra, mais transparência tem um efeito mensurável na posição, imagem e valor de mercado de uma empresa aos olhos dos seus clientes e influenciadores digitais/sociais.

Resumo

Assim, será vital que as funções financeiras e fiscais se tornem ainda mais dinâmicas ao nível de produção de informações essenciais à tomada de decisão ativa de opções de negócio que criem valor acrescentado à organização. Para que isto aconteça, os CFO deverão estar a par das tendências inovadoras e tecnológicas que podem ser desenvolvidas no seio das suas organizações.

Sobre este artigo

por Raquel Costa

Manager, Tax Technology & Transformation, Ernst & Young, S.A.

Tem um gosto por tecnologia, transformação e otimização de processos. É mãe de uma menina. Adora música, tocar piano, os seus dois cães, viajar sem seguir roteiros e de reuniões de família e amigos.

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