1 minutos de leitura 3 set 2021
Woman with face mask getting Covid-19 vaccinated

Desafios do SNS pós-pandemia

por Sara Geraldes

Senior Manager, Consulting, Ernst & Young S.A.

A nível profissional, é apaixonada pela área de saúde e por encontrar soluções para os problemas mais complexos. É mãe e os seus hobbies são a gastronomia, a literatura, a enologia e a dança.

1 minutos de leitura 3 set 2021
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  • EY Portugal - Desafios para 2021: 2ª Edição - Parte II (PDF)

A COVID-19 colocou, por um lado, uma pressão sem precedentes no nosso Sistema Nacional de Saúde, com consequências diretas na prestação de cuidados, mas por outro lado, também veio acelerar a mudança, tendo-se assistido à prestação de cuidados de uma forma menos tradicional.

Recorreu-se ao virtual, à domiciliação e a uma maior integração entre parceiros não só nos vários ramos da Saúde, mas também do setor social e até em outros setores, como o industrial ou o hoteleiro.

É importante que estas mudanças não tenham um ponto final com o alívio da pandemia, mas antes funcionem como ponto de partida para uma nova forma de prestar cuidados. De facto, para garantir que o SNS dá resposta às necessidades dos cidadãos em qualquer tipo de circunstância, é vital começar a tirar partido das novas tecnologias analíticas, preditivas e de virtualização. Só assim conseguiremos aumentar a capacidade e a eficácia da resposta do SNS.

O modelo tradicional de prestação de cuidados está muito suportado na segmentação de funções e tipologias de cuidados e é alicerçado em cuidados hospitalares, que acabam muitas vezes por ter uma utilização excessiva e falta de capacidade de resposta em tempo útil. Mesmo dentro do próprio hospital os pacientes são, por vezes, transferidos entre “silos” virtuais e não são vistos por uma equipa multidisciplinar, de uma forma coordenada. Isto, por um lado, torna as jornadas dos pacientes mais penosas, morosas e pouco eficientes e, por outro, consome recursos hospitalares dispendiosos e escassos.

Esta reorganização do ecossistema, deverá estar suportada em quatro eixos principais:

1. Alinhar metas, objetivos e comunicação entre todas as partes interessadas

Embora a virtualização e as aplicações tecnológicas associadas a dispositivos inteligentes tragam múltiplas hipóteses de contactos digitais com os doentes, a verdade é que, por si só, podem criar ainda mais ruído numa já complexa jornada de acesso aos cuidados.

Vital à boa utilização destes meios é, sem dúvida, a criação de circuitos integrados, com objetivos claros para todos os intervenientes, onde a comunicação flua e os resultados sejam medidos através de métricas, de forma transparente e consequente para todas as partes envolvidas.

2. Plataformas digitais integradoras de informação e acessíveis por todos intervenientes nos cuidados do paciente, bem como pelo próprio

O facto de o contacto entre o doente e prestador estar à distância de um click, fomenta a utilização destas plataformas que orquestram uma rede de informação em torno da pessoa. Estas tecnologias são importantes para acompanhar o paciente de forma consistente e detalhada ao longo do seu percurso. Permitem também um modelo clínico mais flexível - um modelo que adeque os cuidados para o tipo certo de prestador no momento certo, uma vez que tiram partido de ferramentas de inteligência artificial para ajustar os modelos de pessoal clínico com base nas necessidades e aumentos da procura.

3. Segurança e integridade dos dados

A boa governação em torno da forma como estas plataformas adquirem, armazenam e dão acesso aos dados, é necessária para estabelecer a confiança dos utilizadores (tanto doentes, como, corpo clínico) e para que a privacidade, segurança e integridade sejam mantidas.

4. Tirar partido das vantagens de parcerias criativas

O SNS tem como objetivo assegurar os cuidados da população e não ser um fim por si só. Pode e deve tirar partido de parcerias entre empresas de consumo, de tecnologia ou de eletrónica e os principais intervenientes da indústria da saúde, privados ou públicos, que melhor permitam cuidar dos cidadãos e assumir o seu papel como maestro de uma grande orquestra bem afinada que toca um hino à saúde dos Portugueses.

Faça o download do estudo completo em "Portugal: Desafios para 2021 - 2ª edição - Parte II".

Resumo

É urgente criar um ecossistema de saúde que permita aos profissionais concentrarem-se em prestar cuidados personalizados e integrados com vista ao aumento dos resultados em saúde. Ao adotar uma cultura  de inovação e a respetiva tecnologia, que a suporta o SNS, está a mover-se no sentido de concretizar o seu propósito máximo de prestar “…todos os cuidados integrados de saúde, compreendendo a promoção e vigilância da saúde, a prevenção da doença, o diagnóstico e tratamento dos doentes e a reabilitação médica e social.”

Sobre este artigo

por Sara Geraldes

Senior Manager, Consulting, Ernst & Young S.A.

A nível profissional, é apaixonada pela área de saúde e por encontrar soluções para os problemas mais complexos. É mãe e os seus hobbies são a gastronomia, a literatura, a enologia e a dança.

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