2 minutos de leitura 18 dez 2020
EY woman happily working from home

O “novo normal” das sociedades gestoras de Private Equity

por António Oliveira

Diversified Industrial Products Leader, Strategy and Transactions, Ernst & Young, S.A.

20 anos de experiência em consultoria financeira. Pai de dois filhos, tem como hobbies o squash, a natação e a música.

2 minutos de leitura 18 dez 2020

O ano de 2020 revelou-se uma prova de fogo para as empresas, destacando-se as que tiveram maior capacidade de adaptação e resiliência – estas serão as mais capazes de atrair o investimento de Private Equity.

Até meados de fevereiro de 2020 os mercados financeiros globais registavam picos de rentabilidade históricos e níveis de empregabilidade que não faziam prever a reviravolta que se avizinhava. Os tempos seguintes foram marcados pela elevada volatilidade dos mercados e crescente incerteza por parte dos investidores. 

"Num ponto estamos todos de acordo: 2020 não foi business as usual" – assim é o início da 14ª publicação anual EY Global Alternative Fund Survey.

39%

das sociedades gestoras de Private Equity inquiridas oferecem ou planeiam oferecer soluções de crédito privado

64%

das sociedades gestoras de Private Equity inquiridas possuem atualmente uma política de responsabilidade social

Ao longo dos últimos meses importantes lições foram retidas e hoje os fundos de investimento preparam o ano de 2021 com cuidados redobrados. As prioridades foram repensadas e hoje a atenção está direcionada para quatro principais temáticas:

  • Tecnologia: investimentos em automação e inteligência artificial garantirão eficiências operacionais e melhores decisões de investimento. Uma estratégia que está a ser seguida por diversos fundos de investimento é a construção de bases de dados que permitam análises preditivas em relação aos comportamentos do mercado e à identificação de eficiências nas operações das suas participadas.
  • Talento: num período que premeia a adaptação acelerada e a agilidade, o talento largamente respondeu ao desafio. Em 2021, continuarão a ser os colaboradores das empresas a imprimir a resiliência necessária para enfrentar os desafios do mercado. Para tal, as equipas precisam cada vez mais de experiência, insights inovadores e conhecimento profundo das exigências de mercado. Os profissionais terão de cada vez mais, dominar temas como tecnologia, ciência, engenharia e automação de forma a permitir uma resposta rápida e assertiva à constante mudança.
  • Responsabilidade social: neste momento de pandemia verificou-se uma crescente preocupação por parte dos investidores pelas políticas de responsabilidade social e ambiental das empresas. A implementação de medidas como o trabalho remoto tiveram um impacto muito significativo na redução das emissões de carbono. Por sua vez, a crescente digitalização de processos resultou num acesso mais igualitário à informação e ao conhecimento. Para 2021 estima-se que as sociedades de Private Equity dupliquem os investimentos em empresas com maior pendor de responsabilidade social.
  • Soluções de investimento tailor made: existe uma tendência crescente para uma maior diversificação de estruturas de investimento customizadas às necessidades de cada negócio. Em particular, espera-se que este contexto de pandemia volte a colocar os veículos de coinvestimento e o crédito privado como soluções muito utilizadas.

2020 foi um ano em que diversas indústrias perderam valor devido à incapacidade de se ajustarem às condições de mercado, às alterações na indústria e às exigências dos setores. Em contrapartida, outros segmentos da economia beneficiaram do investimento em tecnologia e da forma como as suas equipas abraçaram a mudança – assim foram capazes de preservar (e aumentar) o capital dos seus investidores.

Faça o download do estudo completo em "Portugal: Desafios para 2021".

Resumo

Num momento em que existem vários fundos com capital disponível para investir e elevada incerteza, o ano de 2021 exigirá resiliência na identificação das "boas empresas": o objetivo é fazer mais com menos, e mais rápido, de forma a traduzir oportunidades em lucros.

Sobre este artigo

por António Oliveira

Diversified Industrial Products Leader, Strategy and Transactions, Ernst & Young, S.A.

20 anos de experiência em consultoria financeira. Pai de dois filhos, tem como hobbies o squash, a natação e a música.