É melhor preparar o futuro do que lamentar o passado. Foi com este mote que a EY preparou esta compilação das perspetivas dos nossos especialistas sobre os desafios que nos esperam em 2021.
Oano de 2020 ficou marcado pela pandemia e pelos seus impactos sociais e económicos, numa chamada à realidade do modelo de desenvolvimento e de sociedade em que vivemos. O mesmo fenómeno expôs tanto as fragilidades de cadeias de valor globais quanto a nossa dependência, enquanto cidadãos, da adoção generalizada de comportamentos que valorizem mais a segurança comum do que a comodidade pessoal.
Apesar de se ter perdido muito em 2020, tanto em vidas humanas como em valor económico, é importante reconhecer que as consequências seriam muito piores se enfrentássemos esta pandemia apenas alguns anos antes. As soluções digitais e as redes de telecomunicações disponíveis permitiram em poucos dias alterar processos e suportar modelos de trabalho remoto que foram essenciais para a continuidade de muitos negócios. Os avanços recentes nas ciências da vida permitiram encurtar o processo de desenvolvimento de novas vacinas de muitos anos para alguns meses. E os resultados poderiam ainda ter sido menos negativos se não fosse por outro fenómeno exposto por esta crise: uma proporção demasiado elevada da população não consegue associar as vantagens da ciência e da tecnologia à necessidade de tomar decisões pessoais informadas, baseadas em factos e nas recomendações de especialistas.
Como qualquer bom empreendedor reconhece, as crises são momentos de oportunidade. Muitos já o demonstraram pela sua capacidade de repensar modelos de negócio, reorientar a sua oferta e reorganizar as suas operações. Como sempre, os que tiveram a capacidade de se adaptar mais depressa mitigaram os riscos e até podem sair da crise como vencedores. Para quem não teve a visão, a agilidade ou a capacidade financeira para mudar, 2021 vai ser um ano decisivo.
O próximo ano vai trazer dois tipos de desafios: por um lado, vai expor consequências económicas da pandemia que têm vindo a ser mitigadas pelas medidas de apoio do Estado; por outro, vai tornar claro que o mundo pós-pandemia é diferente, com clientes e colaboradores que evoluíram para além do que era o padrão no início de 2020. São duas vertentes a exigir atenção, que conjugam a necessidade de dar resposta a desafios de curto prazo, normalmente financeiros, com a importância de não descurar a reflexão estratégica sobre o modelo de negócio mais adequado para assegurar eficiência operacional, dar resposta aos novos padrões de consumo e continuar a atrair e reter talento.
De todos estes desafios emerge uma tendência cada vez mais segura e que a EY já defendia antes da pandemia: fenómenos globais como as alterações climáticas e uma postura mais atenta das novas gerações estão a traduzir-se numa reorientação das prioridades dos investidores, tornando cada vez mais importante a adoção de estratégias de criação de valor a longo prazo, que atendem às necessidades de todos os stakeholders: acionistas, colaboradores, clientes e a sociedade em geral.
Faça o download do estudo completo em "Portugal: Desafios para 2021".