2 minutos de leitura 3 set 2021
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Escritórios do Futuro: Impactos nos espaços de escritórios e novos modelos de trabalho

por EY Portugal

Firma de serviços profissionais multidisciplinares

2 minutos de leitura 3 set 2021

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  • EY Portugal - Desafios para 2021: 2ª Edição - Parte II (PDF)

Quando se esperava que um dos segmentos mais afetados pela pandemia seriam os escritórios, a verdade é que a crise veio criar uma oportunidade e uma nova procura.

Omercado dos escritórios, de forma inesperada ou tendencionalmente expectável, passou a ter um novo concorrente: “o canto da casa onde passou a caber uma secretária”, “a mesa improvisada” ou “o escritório da casa desarrumado e com pó”. No fundo, o cenário de “teste” correu bem, com excelente capacidade de adaptação e improviso e com resultados satisfatórios ou até acima do esperado.

Na generalidade, a eficiência aumentou, o nível de empenho manteve-se ou até aumentou, os custos de utilities e manutenção de escritórios diminuíram e os custos de deslocação para os escritórios e clientes também diminuíram. Não fosse o impacto financeiro da crise ao nível do tecido empresarial e este cenário idílico teria sido perfeito e um case study a vigorar em todos os livros de gestão.

Esta realidade, e identificado o ganho para cada empresa, já não vai mudar, nem voltar ao que era antes da pandemia. Não existem dúvidas de que o futuro estará numa mudança do local de trabalho e do modelo de funcionamento das equipas e da dinâmica dos negócios.

É hoje já comentado que os escritórios serão convertidos num “modelo híbrido”, mas muito há ainda por definir no que significa esse modelo e a questão principal é que não vai existir um único modelo, mas sim diversos modelos, quase tantos quanto o número de empresas em Portugal. As empresas vão precisar do apoio estratégico integrado de consultores, com conhecimentos nas áreas de Estratégia Corporativa, Talento, Real Estate, Contabilidade, Sistemas de Informação e Organização, pois novos modelos de negócio podem criar importantes vantagens competitivas e novas oportunidades de negócio.

A simplicidade dos critérios de escolha de escritórios, antes da pandemia eram, principalmente, a área, a renda unitária e o custo total de ocupação. A localização, em muitos casos, era um resultado do binómio m2 Vs €/m2. Hoje, no “pós-pandemia”, a grande diferença é que o número de variáveis para a escolha de escritórios aumentou significativamente, tornando difícil a tomada de decisão.

O que mudou:

Retenção

Até à pandemia, o local de trabalho era muitas vezes um importante argumento ou motivação para a captação e retenção de talento. As empresas com maior capacidade financeira ofereciam o acesso a escritórios modernos, bem localizados e com postos de trabalho confortáveis, em muitos casos um “nice-to-have”. No “pós-pandemia” a obrigatoriedade de lockdown levou a que o tempo de permanência em casa incentivasse à necessidade de substituir o mesmo conforto que existia no escritório ou até realizar um upgrade. Percebendo que o teletrabalho é igual ou até mais confortável que estar num escritório, muda o paradigma de que a empresa “atrai” o trabalhador, para o trabalhador “atrai” a empresa. Estando em casa o trabalhador pode, hoje, facilmente decidir com que empresa deseja trabalhar, dado que a proximidade ou a acessibilidade ao escritório deixa de ser uma barreira. Uma grande mudança terá de ocorrer ao nível dos escritórios por forma a continuarem a ser um atrativo.

Organização

As empresas perceberam que o talento já não precisa de estar apenas nas grandes cidades e que de qualquer parte do país é possível trabalhar. Esta realidade vai implicar uma mudança na organização das empresas, podendo até promover a descentralização e criação de polos regionais onde os escritórios são mais baratos e espaçosos, podendo oferecer condições que não seriam possíveis nos centros urbanos.

Colaboração

O escritório do futuro irá ser sobretudo um centro de socialização, colaboração e de trabalho em equipa e, como tal, terá de ser apelativo e criar um sentimento agradável de bem-estar. Conjugar este desafio com todos os outros e a complexidade das suas interações, irá, sem dúvida, ser um fator de importância estratégica para as empresas nos próximos três a cinco anos.

Artigo escrito por João Moura, Associate Partner EY, Strategy and Transactions - Head of Real Estate, Hospitality, Construction & Infrastructure

 

Faça o download do estudo completo em "Portugal: Desafios para 2021 - 2ª edição - Parte II".

Resumo

O “papel” dos escritórios vai trazer uma nova dinâmica não antes imaginada ou estudada, em que a sua influência não será apenas a nível nacional, mas também internacional. Aproveitando a exposição que Portugal tem tido no setor residencial, muitas empresas internacionais começaram a olhar para o nosso país também como um destino desejável para a abertura de escritórios, não só pela qualidade de vida que podem oferecer a expatriados, mas também pela qualidade dos nossos recursos humanos e pelo ainda baixo custo de vida (um dos mais baixos da Europa).

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