As perspetivas melhoram, mas a incerteza permanece. Os investidores confiam na recuperação de Portugal, mas o investimento é necessário. As prioridades são claras e transversais à Europa: maior confiança dos consumidores, melhor acesso a capital e investimento acelerado na digitalização.
OInvestimento Direto Estrangeiro (IDE) é um fator crucial para as economias, contribuindo para a criação de valor e geração de empregos. Mais ainda quando, como no caso Português, o nível de sofisticação do investimento aumenta, gerando empregos cada vez mais qualificados.
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Após 2019, a resiliência e atratividade de Portugal serão mais importantes do que nunca. Neste ano, confirmou-se a tendência de crescente atratividade do país para investidores estrangeiros. Atingiu-se um recorde de 158 projetos de IDE, mais do que duplicando o valor do ano anterior. Portugal subiu para o 8.º lugar entre as economias mais atrativas da União Europeia para investidores estrangeiros, mais do que duplicando a sua quota de projetos (de 1,2% para 2,5%). O número de postos de trabalho criados (mais de 12.000) seguiu a mesma trajetória.
Em 2020, porém, o impacto da pandemia foi imediato e profundo. A propagação da COVID-19, e bem assim dos seus efeitos adversos para a economia, forçou a mão dos investidores que não tiverem outra opção senão revisitar as suas intenções de investimento. Contudo, Portugal evidenciava já em abril sinais de resiliência, estimando-se que apenas cerca 20% dos projetos anunciados em 2019 se encontrassem em risco, face à média europeia de 35%.
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Seis meses passados, a EY voltou a interpelar executivos de todo o mundo em outubro para perceber quais as suas perspetivas para uma Europa pós-pandemia.
O estudo publicado em maio (que apresentava os resultados de um flash survey conduzido em abril) revelava que 9 em cada 10 executivos tencionava reduzir ou adiar os seus planos de investimento em 2020. No pulse check conduzido em outubro, este número reduziu e "apenas" 7 em cada 10 executivos partilhava dessa intenção, sendo que 10% dos inquiridos previa, pelo contrário, aumentar o investimento em 2020. Ainda assim, 32% manifestava a intenção de adiar projetos de investimento para 2021 ou depois, mais 10 pontos percentuais do que em abril.
Alterações aos planos de investimento em 2020 motivadas pela COVID-19 (% dos inquiridos)