A automação é crucial para dar às equipas financeiras o espaço para desenvolverem um relato que crie transparência e confiança.
A transformar a força de trabalho financeira
Adotar novas tecnologias também significa pensar de forma diferente sobre a composição das equipas financeiras; 79% dos inquiridos do CFO na investigação da EY dizem que há uma necessidade urgente de financiamento para recrutar novas competências.
Em particular, a função financeira beneficiará de membros da equipa com novas capacidades para além das tradicionais competências financeiras e contabilísticas, incluindo a consciência estratégica de novas tecnologias como a IA e o conhecimento em disciplinas como a ciência dos dados e estatísticas avançadas. A IA é uma prioridade particular; na pesquisa, 72% dos líderes financeiros entrevistados dizem que os especialistas em IA serão fundamentais para impulsionar a inovação em finanças e relato financeiro nos próximos dois anos.
Como resultado, as principais funções financeiras estão a realizar auditorias às capacidades existentes nas suas equipas para compreender onde se encontram as lacunas. Isto deve incluir tanto as “hard” skills necessárias para utilizar novas tecnologias e dados, como as “soft” skills interpessoais e estratégicas.
Além de olharem para as competências necessárias, os líderes financeiros também devem considerar o seu modelo operacional futuro. Como as prioridades estratégicas da sua organização provavelmente irão mudar rapidamente, a função financeira deve ter a agilidade necessária para mudar com eles. Os modelos flexíveis, como o outsourcing, são uma forma de abordar esta questão. Ferramentas e dados permitem às equipas financeiras trabalhar em colaboração com fornecedores externos de forma mais próxima para lidar com estes desafios. Cerca de três quartos dos entrevistados afirmam que o outsourcing em prestadores de serviços geridos será fundamental para o cumprimento das prioridades estratégicas, sendo o acesso às competências tecnológicas um fator-chave para esta abordagem.
No entanto, executar esta nova abordagem pode ser difícil, com culturas enraizadas e a resistência à mudança a atuarem como travões ao progresso. Para superar estas resistências e acelerar as mudanças esperadas na força de trabalho da área financeira, as organizações devem tornar-se mais criativas em relação às pessoas e competências de que necessitam, e abordar a contratação, desenvolvimento de talentos e recursos de forma mais inovadora. Por exemplo, 76% dos entrevistados da pesquisa dizem que a função financeira deve alargar a sua rede de recrutamento para encontrar pessoas com origens não tradicionais.
Um processo contínuo
Acima de tudo, a criatividade e a inovação serão fundamentais à medida que a transformação digital da função financeira avançar nos próximos anos. A nova tecnologia dá às organizações uma oportunidade de ouro para usar os dados para impulsionar a geração de relatórios com valor, mas estas devem estar preparadas para evoluir e inovar se quiserem alcançar esse objetivo.
A fim de explorar o poder das novas tecnologias, os líderes financeiros encontrarão um equilíbrio entre a melhoria das equipas de relato existentes e o recrutamento para capacidades específicas, como a ciência dos dados. E devem estabelecer uma abordagem contínua e dinâmica à aprendizagem – no mundo digital, os conjuntos de competências têm uma vida útil mais curta. É importante reconhecer que a transformação digital não é um processo finito, mas sim um processo contínuo.
Resumo
As equipas financeiras hoje têm acesso a mais dados do que antes. Para aproveitarem o poder destes dados na criação de relato financeiro com valor, devem utilizar o poder dos últimos avanços tecnológicos e construir confiança nas suas análises de dados. Esta transformação digital do relato financeiro também exige que os CFO pensem de forma diferente sobre os perfis de talentos e competências das pessoas que recrutam para as suas equipas.