Segundo Pedro Serrenho, “a diversificação para sectores como agricultura, turismo e tecnologia pode criar empregos, reduzir a pobreza e promover um desenvolvimento mais inclusivo”, destacando-se como outros potenciais impactos da diversificação económica em Angola “a redução da dependência de commodities, a dinamização de sectores, a estabilidade económica e o desenvolvimento de skiils”.
Por sua vez, os investimentos em infraestruturas de saúde, educação e turismo são “exemplos que geram excelentes impactos sociais e que se reflectem em crescimento económico”. “Destacam-se como potenciais impactos do investimento em infraestruturas as melhorias na educação e saúde, o acesso a mercados, o desenvolvimento sustentável, o acesso a serviços básicos e a melhoria da competitividade”.
“No que concerne a políticas públicas eficazes, as mesmas dependem de uma administração responsável e do envolvimento activo da população. Se conseguirmos implementar estas políticas, mais facilmente alcançaremos uma estabilidade macroeconómica, inclusão e equidade, desenvolvimento da educação e formação, regulação económica, protecção pública e melhorias no sector da saúde”, defendeu o director da EY Angola.
Durante a sua intervenção, subordinada ao tema ‘Crescimento Económico vs Desenvolvimento Humano’, Pedro Serrenho afirmou que “Angola é um país de contrastes, onde a riqueza dos recursos naturais coexiste com desafios significativos no desenvolvimento humano”.
Ao mesmo tempo que o país ocupa a 6ª posição no ranking mundial de produção anual de diamantes, a 16ª posição no ranking mundial de produção anual de petróleo e o 44.º lugar no ranking mundial de produção anual de gás natural, verifica-se também que a escassez de insumos tem afectado a produção de frango, o custo de vida agravou 24% em 2024 e a actual contribuição do turismo no PIB nacional está abaixo de 1%, entre outros desafios.
“O desafio é duplo. É crucial continuar a promover o crescimento económico, sem descurar o desenvolvimento humano”, defendeu o representante da EY Angola, destacando ainda que “as previsões de crescimento económico são bastante favoráveis para África, o que oferece oportunidades relevantes para Angola”.
“No continente africano prevê-se um crescimento acelerado até 2030, impulsionado por processos de industrialização e pela crescente atracção de investimentos estrangeiros. Estes factores, aliados a um desenvolvimento demográfico favorável com populações jovens e em crescimento, potenciam o fenómeno de convergência com as economias mais maduras”, realçou.
A IV Conferência sobre Ambiente e Desenvolvimento reuniu o sector empresarial, desde a indústria à banca e seguros, além do Estado, para analisar a situação actual e apontar caminhos para os desafios socio-económicos que Angola enfrenta, em particular no âmbito da transição energética, da indústria e do sector social.