2022 é suscetível de favorecer a banca integrada e com capacidade de investir em tecnologia e dados, de forma a se otimizar as novas oportunidades de crescimento. No entanto, o melhor é acelerar já.
Nos últimos anos, especialmente no ambiente de taxas de juro baixas, na Europa, a redução de custos tem sido um pilar central das estratégias bancárias para melhorar a rentabilidade. Prevê-se que a agenda de custos tenha em 2022 três áreas de enfoque:
Foco no Cliente
Os clientes querem cada vez mais uma experiência inteligente que integre todos os seus serviços financeiros entre os seus vários Bancos, mas esta experiência também deve apresentar ofertas de serviços não financeiros. Os clientes gostariam que o seu principal fornecedor financeiro, muitas vezes um banco tradicional, fosse o fornecedor dessa experiência. Mas se não o fizerem, os clientes estão dispostos a depositar a sua confiança nos “novos e desafiantes” do mercado financeiro. Neste mercado, os bancos precisam de se concentrar em obter a experiência básica certa - processos simplificados e onboarding, bem como decisões de crédito mais rápidas. Mas onde há uma oportunidade real de crescimento é nos serviços de valor acrescentado - um campo de batalha onde muitos novos concorrentes têm grandes aspirações e muitos bancos tradicionais ainda se encontram à defesa.
Foco no clima e na sustentabilidade
O risco climático apresenta-se atualmente, e com tendência a ficar por mais 5 anos, como um dos maiores riscos para os conselhos de administração dos bancos (Fonte: EY/IIF global bank risk management survey).
Porém, este risco é também uma oportunidade. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), não só são necessários anualmente US$7t em financiamento para cumprir os objetivos climáticos e de desenvolvimento, como os clientes estão a exigir cada vez mais soluções de sustentabilidade. Por exemplo, o inquérito às PME (Pequenas e Médias Empresas) da EY mostra que quase 60% destas estão interessadas em que o seu banco as ajude a desenvolver modelos empresariais sustentáveis, e 20% estariam dispostas a pagar uma taxa por este serviço. Os clientes estão cada vez mais a olhar para uma análise positiva e para o impacto, como parte das suas estratégias de investimento.
Ativos Digitais
Os mercados de criptomoedas expandiram-se para além da bitcoin. Alguns bancos têm uma visão conservadora da viabilidade de tais ativos, e estão certamente a ser objeto de um maior escrutínio regulamentar. No entanto, o panorama dos ativos digitais continuará a evoluir, sendo pouco provável que a sua utilidade nos serviços financeiros seja definida por uma única criptomoeda. O aumento da procura por parte dos clientes continuará a levar os bancos e outros prestadores de serviços financeiros a oferecerem serviços de ativos digitais, desde a custódia até aos investimentos e pagamentos. Em 2022, os bancos vão continuar a explorar formas de oferecer aos seus clientes o acesso a esta nova classe de ativos.
A transformação tecnológica será a grande Divisão
O aproveitamento destas oportunidades de crescimento exige um investimento significativo em tecnologia. Tipicamente, cerca de 20% das despesas de funcionamento de um grande banco vão para a tecnologia.
Os bancos continuam a entregar o fluxo de caixa para investir na transformação da sua tecnologia e dados. A maior questão para 2022 – e mais além – é se o gastam bem. Têm eles a liderança e o talento para o gastar nos domínios certos e para executar eficientemente ao ritmo? Se não o fizerem, serão apanhados no lado errado da grande divisão tecnológica.
Faça o download do estudo completo em "Portugal: Desafios para 2022 – 3ª edição - Parte II".