Liderança Transformativa – como se define um Líder preparado para o Futuro

Como preparar os Líderes das empresas portuguesas para os tempos mais exigentes que vivemos.

Ofuturo será sempre imprevisível. Não há forma de adivinhar o que irá acontecer ou quais as variáveis que irão entrar na equação do “Amanhã” para voltar a baralhar as nossas rotinas, as nossas seguranças e as nossas crenças.

Mas saber e admitir que a mudança é uma constante no nosso “Hoje”, é um passo importante para estarmos (quase sempre) preparados para reagir e agir.

As pessoas procuram Líderes e não “Chefes”. Líderes com os quais consigam identificar-se, mas discordar construtivamente, comunicar e dar o exemplo, estar próximo e motivar.

Nota-se que está a ocorrer uma transformação em algumas das nossas empresas, onde os títulos mais hierárquicos nas Organizações estão a dar lugar a lideranças mais relacionais, disruptivas e inovadoras. Por exemplo, ao invés de “Chefe de Secção”, “Quadro intermédio” ou até mesmo “Diretores”, recriam-se designações que representam a transformação e o futuro que uma Liderança deve ser e representar para cada empresa e colaborador.

Da análise de múltiplos projetos de Transformação de Lideranças é possível concluir que o sucesso de cada projecto de Liderança Transformativa ocorre por duas razões:

1. suporte total e incondicional por parte da Gestão de Topo ao serem os principais atores da gestão da mudança, dando o exemplo
2. projetos desenvolvidos de forma singular, atenta e realmente “à medida”.  Se queremos construir a Liderança do Futuro, não podemos usar as fórmulas do passado ou de outras realidades. Temos que construir, no verdadeiro sentido da palavra.

O futuro da Liderança tem que ser transformativo no sentido de construir confiança. A relação de confiança é a característica nr. 1 para qualquer Líder que se quer eficaz e encorajador o suficiente para que as suas pessoas ultrapassem, ao seu lado, todos os desafios inerentes do Mercado de Trabalho – nacional e internacional.

Sinceridade, transparência e proximidade são as características que se seguem. Estas três características permitem o desenvolvimento da Liderança em dois sentidos: no Better Me, e no Better Us. Porque um líder preparado para o futuro reconhece o equilíbrio entre o “Eu” e os “Outros” e onde se dá muito mais do que se recebe.

O Líder também aprende com a sua equipa. O Líder também tem espaço para crescer e desenvolver-se com as pessoas que o rodeiam e com toda a humildade que lhe deve ser característica. É aquele que procura desenvolver um “Better Me” em todos os sentidos. Atingido este patamar, será mais confortável estar mais próximo(a) das suas pessoas, fazer crescer a relação de confiança e liderar com uma mente aberta e orientada à inovação: fator primordial para o desenvolvimento. No equilíbrio do Better Me vs. Better Us, surgirá um mundo melhor do trabalho.

Outra característica fundamental é a resiliência. Nunca foi exigida tanta resiliência como agora aos nossos Líderes.  A persistência” anda de mãos dadas” com a resiliência, no sentido de continuamente conseguirmos motivar as equipas e alinhá-las à melhor performance e KPI´s de alto rendimento.

O Líder que prepara um melhor futuro do trabalho, tem que ser inclusivo. É um Líder que não confunde o tema diversidade com disparidade.  Carateriza-se por comportamentos genuínos que demostram respeito, aceitação e partilha o sucesso obtido, fruto de uma diversidade de competências adquiridas por culturas distintas, género, identidades e outros fatores demográficos ou sociais.

E em modo de conclusão, uma outra característica é o propósito. As pessoas têm que rever no seu Líder um propósito que incentiva o bem maior para as pessoas alinhadas com a estratégia do negócio e que lhes transmita um caminho claro para o desenvolvimento, satisfação, concretização e expectativas para um futuro brilhante.

Por tudo o que foi exposto, é importante focar nas pessoas desde o início, para criar uma estratégia de compromisso, respeito mútuo e trabalho em equipa alinhado às expectativas das pessoas, para atrair, desenvolver e “convencer a ficar” os melhores talentos.  Pode-se concluir que quanto mais cedo iniciarmos esta jornada de transformação das nossas Lideranças, melhor será o futuro do trabalho para todos.