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11 dez 2022  | Lisbon, PT

Maioria dos CFO portugueses acredita que comportamentos e mentalidades tradicionais atrasam a modernização da função financeira

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  • Resultados do EY Global DNA of the CFO Survey indicam que mais de metade dos líderes financeiros portugueses (66%) cumprem os objetivos de curto prazo, interrompendo ou reduzindo o investimento em áreas consideradas prioritárias no futuro
  • Programas de talento e cultura organizacional (29%) e tecnologia e inovação digital (26%) são as áreas mais suscetíveis a cortes de investimento; programas ESG são os menos suscetíveis de serem alvo de cortes ou pausas nas despesas a curto prazo (18%) o que contrasta com os CFO’s internacionais que referem que colocam os programas ESG no topo dos cortes ou pausas no investimento a curto prazo (37%)
  • Chief Financial Officers (CFO) admitem que “existem tensões e desacordos entre a equipa de liderança sobre a forma de equilibrar as prioridades a curto e a longo prazo”
  • Quais os atributos mais importantes que um CFO deve ter para influenciar de forma eficaz a tomada de decisões da equipa executiva?”, foi uma das questões respondidas

LISBOA, 7 DE FEVEREIRO DE 2024 – Os líderes financeiros que impulsionam agendas inovadoras e ousadas na gestão consideram ter um melhor desempenho no presente e manifestam melhor preparação para garantir o sucesso futuro das organizações. Esta é uma das conclusões do EY Global DNA of the CFO Survey, um inquérito realizado a 1000 Chief Financial Officers (CFO) e executivos financeiros a nível mundial, incluindo mais de meia centena de CFO’s portugueses.

Apenas 14% dos líderes financeiros portugueses admite executar uma agenda de transformação inovadora ao longo dos próximos três anos e somente 4% inquiridos consideram que a sua performance atual é a melhor entre os seus pares.

Os líderes financeiros que consideram agendas de transformação inovadoras garantem à sua organização maiors probabilidade de gerar valor hoje e no futuro, em comparação com os que se revelam mais conservadores perante a mudança
Em Portugal, os CFO acompanham a tendência internacional e cumprem os objetivos de curto prazo, interrompendo ou reduzindo o investimento em áreas prioritárias no futuro. O estudo demonstra ainda que a importância que os líderes financeiros portugueses conferem aos investimentos em ESG é largamente superior quando comparada com o cenário mundial, afirmando assim uma prioridade portuguesa que influencia diretamente a capacidade de atrair talentos, a sustentabilidade dos negócios e o cumprimento das exigências dos consumidores e investidores

Com a representação de 13 setores da economia, o EY Global DNA of the CFO Survey aborda três domínios fundamentais no âmbito das funções dos líderes financeiros:

•    Criar valor a longo prazo e, ao mesmo tempo, enfrentar pressões para reduzir os investimentos prioritários;

•    Gerir o risco e produzir valor através de mudanças mais arrojadas e inovadoras;

•    Ser bem-sucedido como líder financeiro e conquistar objetivos de carreira.

O equilíbrio das prioridades de investimento a curto e longo prazo

Os líderes financeiros enfrentam o difícil desafio de equilibrar o desempenho financeiro a curto prazo com a criação de valor a longo prazo. Mais de metade dos inquiridos (66%) afirma que está a cumprir os objetivos no presente, interrompendo ou reduzindo o investimento em áreas que são consideradas prioridades no futuro.

Os programas de talento e cultura organizacional (29%) e tecnologia e inovação digital (26%) são as áreas mais vulneráveis a estes cortes, consideram os administradores financeiros portugueses abrangidos no inquérito.

Em Portugal, os programas ESG são os menos suscetíveis de serem alvo de cortes ou pausas nas despesas a curto prazo (18%), manifestando os inquiridos a nível nacional alguma cautela dada a importância da sustentabilidade na geração de valor a longo prazo.

Este indicador contrasta em absoluto com a perspetiva dos líderes financeiros a nível global em que, segundo os resultados estudo da EY, 37% dos CFO planeia reduzir ou suspender as despesas em ESG a curto prazo.

O inquérito salienta também que os administradores financeiros podem desempenhar um papel importante no equilíbrio entre as prioridades a curto e a longo prazo, fornecendo informações valiosas sobre o processo de tomada de decisões e a promoção de consensos entre toda a organização.

Questionados sobre “quais os atributos mais importantes que um CFO deve ter para influenciar de forma eficaz a tomada de decisões da equipa executiva?”, os CFO portugueses destacam a utilização de informações baseadas em dados para defender as decisões e a existência de relações de confiança com os membros do conselho de administração, investidores e executivos-chave.

Ainda segundo o EY Portugal DNA of the CFO Survey, as tensões e os desacordos podem comprometer este esforço coletivo, um sentimento partilhado por 48% dos líderes financeiros portugueses que admitem que "existem tensões e desacordos entre a equipa de liderança sobre a forma de equilibrar as prioridades a curto e a longo prazo".

O estudo sugere também que nem todos os líderes financeiros estão dispostos a exprimir sempre a sua opinião, registando que apenas 49% dos inquiridos se manifesta "sempre" quando tem uma opinião diferente da consensual, uma percentagem significativamente acima dos CFO’s internacionais (32%)

O equilíbrio entre o risco e a necessidade de inovação e transformação

Mais de metade dos líderes financeiros portugueses inquiridos (54%) defende que os comportamentos e mentalidades tradicionais estão a atrasar a modernização da função financeira.

O estudo sugere que os CFO’s portugueses procuram criar funções financeiras mais digitais orientadas para o crescimento sustentável e de longo prazo, priorizando a aposta no capital humano (49%), e a análise avançada de dados (40%), seguindo-se a transformação tecnológica, destacada por 37% dos líderes entrevistados.

O que contrasta com a perspetiva dos líderes financeiros a nível global que colocam a questão do capital humano no fim das suas prioridades para os próximos três anos como fator transformacional da função financeira, dando maior enfoque à sustentabilidade e otimização regulatória.

Equilibrio entre o novo papel do CFO e as competências financeiras tradicionais

O número de líderes financeiros portugueses que aspiram ao cargo de Chief Executive Officer (CEO) (27%) está próximo do número de líderes que vislumbram o cargo de CFO como o culminar da sua ambição de carreira (32%). De salientar ainda que 69% dos inquiridos em Portugal (84% a nível global) afirmaram que, embora a função de CFO seja extremamente exigente, nunca houve um contexto tão estimulante para a desempenhar.

A ambição de muitos CFO’s ao cargo de CEO’s exalta a necessidade de novos conjuntos de competências e capacidades de liderança e os inquiridos revelam consenso na certeza de que "a capacidade de reagir aos desafios impostos pela tecnologia ou por outros sectores" é a principal condição para uma ascensão na carreira.

As expectativas de evolução para os CFO portugueses incluem a expansão dos seus conhecimentos em novos domínios, com a grande maioria dos líderes financeiros inquiridos a reconhecerem a vontade das empresas em nomear CFO que manifestem capacidade estratégica (86%) e que tenham consolidado uma rede contactos e relações junto dos cargos de direção das organizações (74%).

Os resultados globais do estudo demonstram a tendência de indicar líderes com pouca experiência financeira para os cargos de CFO (66%), um paradigma que não se revela tão predominante a nível nacional em que apenas 34% dos CFO’s portugueses inquiridos concordam com esta mudança em relação à perceção tradicional da função de CFO.

 

Para saber mais informações, contacte: Rosália Amorim

Telma Franco

 

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