Press release
07 nov. 2025 

Fragilidades na Coordenação entre Unidades de Saúde do SNS

Press contact

  • Dimensão normativa, lidera, evidenciando avanços nos mecanismos de regulação e alinhamento de práticas;
  • A dimensão financeira é a que regista pior desempenho, com 45% dos profissionais a afirmarem “não saber” responder a questões relacionadas com financiamento, um problema transversal a todo o país;
  • As ULS criadas antes de 2024 continuam a apresentar melhores resultados (3,48), mas a diferença para as novas ULS (3,26) é menor do que no ano anterior, demonstrando progressos;
  • O Norte mantém-se como a região mais integrada, enquanto o Algarve, embora continue na última posição, apresenta o maior crescimento face ao ano anterior;
  • A classe médica atribui a nota mais baixa à integração clínica, mantendo uma perceção mais crítica, enquanto a classe de Técnicos Auxiliares de Saúde são os que consideram maior integração clínica.

A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) acaba de revelar os resultados da 2.ª edição do Barómetro de Integração de Cuidados (BIC), um estudo realizado pela EY Portugal que avaliou a perceção de quase 8.000 profissionais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sobre o nível de integração de cuidados nas suas unidades. As conclusões apontam para uma melhoria ligeira na perceção da integração de cuidados, com uma pontuação global de 3,29 em 5, o que representa um crescimento de 8% em relação a 2024, porém persistem fragilidades na coordenação entre unidades, com ausência de incentivos à cooperação e de política salarial integrada.

O BIC, desenvolvido pela EY, é uma iniciativa da APAH e da Bayer Portugal, que conta com a colaboração dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e com o apoio institucional da Portuguese Association for Integrated Care (PAFIC). O questionário foi constituído por 53 afirmações, divididas por 6 dimensões: clínica, informação, normativa, administrativa, financeira e sistémica, que foram avaliadas numa escala de 1 a 5 de acordo com o nível de concordância ou “NS – Não Sei” caso o inquirido não tenha informações suficientes para avaliar conscientemente uma questão.

De acordo com Xavier Barreto, presidente da APAH,

O Barómetro de Integração de Cuidados é um estudo muito importante, pois permite identificar onde devemos concentrar os nossos esforços de integração. Estes resultados mostram que ainda há muito a fazer para que o SNS, no seu conjunto, consiga melhorar. Mesmo com progressos, a integração não é um dado adquirido, podendo haver retrocessos se não houver continuidade de empenho, liderança e recursos

Entre as principais conclusões do estudo, destacam-se: a dimensão normativa obteve a melhor classificação e também foi a que mais melhorou face à edição anterior, evidenciando o alinhamento regulatório e procedimental das várias unidades de saúde que constituem as ULS. Por outro lado, a dimensão financeira, volta a destacar-se pela baixa classificação, como também pelo reduzido índice de resposta (45%) entre os vários grupos profissionais, sugerindo potencialmente falta de visibilidade com a gestão financeira e a distribuição de recursos no seio das ULS.

Segundo Miguel Amado, Partner, Government and Public Sector Leader da EY Portugal, a entidade responsável pelo desenvolvimento do estudo,

A participação expressiva, quase oito mil profissionais do SNS, ilustra a importância do tema da Integração de Cuidados de Saúde. Ouvir quem está no terreno é fundamental em qualquer processo de mudança. No fim, seja qual for o setor ou a escala, a transformação acontece sempre através das pessoas

Os diferentes grupos profissionais dentro do SNS têm perceções diferentes da integração de cuidados, influenciadas pelos seus papéis e pelas Unidades em que trabalham. Os Administradores Hospitalares mostraram um maior domínio nas dimensões administrativas e financeiras, às quais atribuíram pontuações elevadas, apesar da baixa média nacional. Na dimensão clínica, são os enfermeiros e os médicos quem mostram maior conhecimento, sendo os médicos aqueles cuja perceção de integração é pior.

Para além disso, a perceção da integração dos cuidados varia em função da região do país. o Algarve é a região que apresenta, em todas as dimensões, uma perceção de integração inferior, ainda que apresente o maior crescimento face ao ano anterior.

Por último, a perceção de integração é superior nas unidades com operação anterior a 2024, contudo, observa-se uma aproximação das avaliações médias, sugerindo que a criação das ULS mais recentes está a contribuir para uma maior perceção de integração. 

Sobre a APAH

A Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) é a organização com maior representatividade dos profissionais com funções de administração e gestão na área da saúde em Portugal. Desde 1981, dedica-se a apoiar os administradores hospitalares no desenvolvimento de elevados padrões de exercício profissional, nos múltiplos contextos organizacionais onde desempenham funções, tendo em vista contribuir para a melhoria do seu desempenho, garantindo a qualidade e excelência dos resultados em saúde em Portugal.

Sobre a EY

A EY está a construir um mundo melhor de negócios, criando valor a longo prazo para os seus clientes, as suas pessoas, a sociedade e o planeta, ao mesmo tempo que gera confiança nos mercados de capitais. Com base em informação, IA e tecnologia avançada, as equipas da EY ajudam os clientes a moldar o futuro com confiança e a desenvolver respostas para as questões mais prementes do presente e do futuro, trabalhando num espetro completo de serviços de auditoria, consultoria, fiscalidade, estratégia e transações. Apoiadas por insights setoriais, uma rede globalmente conectada, multidisciplinar e diversos parceiros do ecossistema, as equipas da EY prestam serviços em mais de 150 países e territórios. Tudo para moldar o futuro com confiança.

EY refere-se à organização global, e pode referir-se a uma ou mais firmas-membro da Ernst & Young Global Limited, cada uma das quais uma entidade juridicamente distinta. A Ernst & Young Global Limited, firma sedeada no Reino Unido, limitada por garantia, não presta serviços a clientes.

As firmas-membro da EY não prestam serviços jurídicos quando tal seja vedado pela legislação local. Para mais informação sobre a nossa organização, por favor visite https://www.ey.com/pt_pt