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A indústria petroquímica enfrenta desafios regulatórios, onde a descarbonização e a eletrificação se tornam as principais prioridades para as empresas do setor. Num contexto de crescentes demandas por soluções sustentáveis surgem novas tendências que estão a moldar o futuro da indústria petroquímica.
Aindústria petroquímica tem sido uma força impulsionadora do crescimento económico global, porém, e como qualquer indústria, estará sujeita ao efeito de macrotendências significativas nos próximos anos.
Disrupção na distribuição: os eventos geopolíticos atuais têm causado disrupção das cadeias de abastecimento do petróleo e fertilizantes, refletindo-se na escassez das principais commodities. A redução do volume exportado a partir da Rússia poderá condicionar os países importadores a procurar mercados alternativos, especialmente os países em desenvolvimento.
Será expectável maior volatilidade no preço do petróleo e gás, criando mais incerteza sobre os preços dos produtos petroquímicos devido à variação de preço nas principais matérias-primas e fontes de energia.
Pressão regulatória: sendo uma das principais fontes de emissão de gases de efeito de estufa, é natural que o setor dos transportes seja um dos principais visados.
Até 2035, a União Europeia irá proibir a comercialização de automóveis movidos a combustíveis fósseis, e impor uma quota mínima de 70% de combustível de aviação sustentável até 2050; a Organização Marítima Internacional definiu a meta de redução da emissão de gases de efeito de estufa do transporte marítimo internacional em mais de 40% até 2030 face a 2008.
Por outro lado, a EU irá proibir plásticos de uso único até 2055, e as Nações Unidas prevêm a redução para metade da utilização do plástico virgem até 2040. Para isso, é necessário que o investimento seja canalizado para materiais mais sustentáveis, a economia circular, e a melhoria dos processos de recolha e separação.
Financiamento e investimento: os investidores têm pressionado o sector petrolífero para que os projetos tenham uma maior vertente de sustentabilidade, com os critérios de ESG a serem cada vez mais relevantes na decisão de investimento.
O Banco Mundial, Banco Europeu de Investimento e o Banco Africano de Desenvolvimento tenderão a limitar o financiamento concedido a projetos upstream com base fóssil e de carvão, assim como as principais instituições bancárias, enquanto as próprias empresas do sector já investem fortemente na descarbonização das operações, na tecnologia de captura de carbono, e na cadeia de valor do hidrogénio.
Será de esperar mais investimento na descarbonização e eletrificação das etapas mais poluentes do processo produtivo, especialmente steam cracking, substituindo parcialmente o gás natural por energia elétrica renovável.
A utilização de hidrogénio verde como combustível ou como matéria-prima para produção de metanol sintético também será mais relevante, especialmente devido à crescente procura pelo sector do transporte marítimo e pela tendencial redução do preço do hidrogénio verde.
Plásticos mais sustentáveis: até 2050, África irá representar cerca de 26% da população global, face a 18% em 2022, sendo de esperar um aumento generalizado do consumo de produtos petroquímicos utilizados nas indústrias automóvel e de bens de consumo, especialmente de plásticos convencionais.
Porém, as preocupações ambientais associadas ao plástico convencional têm vindo a aumentar a relevância dos bioplásticos e dos plásticos reciclados.
Será expectável mais regulação sobre os plásticos de uso único e a incorporação de quotas mínimas de plástico reciclado e bioplásticos, enquanto a maior complexidade de gestão da cadeia de abastecimento dos plásticos reciclados permanece um desafio.
A aposta na bio nafta e no bio polietileno tenderão a crescer, apesar do desafio de concorrência da matéria-prima de primeira geração com a indústria alimentar, e dos efeitos da agricultura intensiva. A transição para a matéria-prima de segunda geração (e.g., resíduos orgânicos) será essencial.
Nas próximas décadas, o contexto regulatório irá promover a transição energética e a redução do consumo de plástico virgem; o atual contexto geopolítico favorece cadeias de abastecimento localizadas, dada a maior volatilidade do preço do petróleo.
Adicionalmente, as empresas do sector petrolífero e as principais instituições de financiamento serão agentes de mudança através da maior incorporação de critérios ESG nas suas decisões de financiamento.
Resumo
A indústria petroquímica estará sujeita ao efeito de macrotendências, como a disrupção na distribuição, pressão regulatória, financiamento e investimento, e plásticos mais sustentáveis, nos próximos anos. A redução da exportação de Petróleo pela Rússia afetará a volatilidade de preços, enquanto pressões regulatórias exigem mais soluções sustentáveis. As empresas do setor estão a investir em soluções de descarbonização e eletrificação, com destaque para hidrogenio verde e bioplásticos. As empresas do setor e as instituições financeiras estão a incorporar critérios de ESG nas suas decisões de financiamento.