A urgência
Os líderes da inovação industrial estão a lançar muitas novidades, desde novos modelos de negócios a ecossistemas fortemente conectados e a fábricas inteligentes. Assim, toda a decisão de adiar o lançamento de iniciativas de transformação digital, qualquer que seja a razão, coloca as empresas meses atrás dos seus concorrentes tradicionais — e torna-as menos capazes de fazer face a novos concorrentes.
Para tirar o máximo proveito das iniciativas de grande impacto acima apresentadas, é necessário ter uma abordagem diferente para implementar a mudança. As iniciativas numa área específica muitas vezes não cumprem todo o seu potencial se não forem acompanhadas por avanços noutras áreas de grande aposta. Por exemplo, as empresas podem desenvolver um trabalho brilhante de transformação da sua cadeia de valor, mas não implementarem uma estratégia adequada de aquisição de talento capaz de atrair as pessoas cujas ações inovadoras serão indispensáveis para maximizar o ROI da cadeia de valor avançada.
O caminho a seguir
Se existe um tema forte relativo à forma como os líderes das empresas industriais estão a olhar para as grandes apostas, esse tema respeita à mudança estratégica de uma estrutura de business-to-business (B2B) para uma estrutura de business-to-customer (B2C). É possível perceber como isto está a acontecer em cada uma das grandes apostas — e como cada uma delas está interligada com as outras.
Conectividade do consumidor
As expetativas dos consumidores mudaram. Estes querem ter a mesma experiência no seu local de trabalho das 9 às 17h que têm em casa das 17h às 21h. Assim, a interatividade, a inteligência e a consciencialização tornaram-se aspetos-chave do modelo de engagement das empresas industriais, cada vez mais centrado no consumidor. Com isto surgem em cena as capacidades digitais, para colaborar com parceiros de negócios.
Esta polinização cruzada leva ao rápido surgimento, por necessidade, de novos modelos de negócio: os disruptores digitais, muitas vezes provenientes de fora de cada negócio, estão a obrigar as empresas industriais a pensar e agir de forma diferente. Isto, por sua vez, coloca novas pressões na cadeia de valor, que se fragmentará à medida que as indústrias convergem e que surgem novas formas de organização económica.
Reinvenção da cadeia de abastecimento
A cadeia de abastecimento não é apenas uma função operacional — trata-se de uma experiência do consumidor. As atuais cadeias de abastecimento já não são lineares, mas antes ecossistemas complexos. Elas migraram das instalações físicas para a cloud, alterando toda a noção de colaboração com fornecedores, terceiros e, até, clientes.
Com os dados armazenados na cloud, a cadeia de abastecimento está melhor conectada a intelligence derivada dos dados e, portanto, mais responsiva: é mais fácil construir o seu ecossistema e ajustá-lo consoante as necessidades. As comunicações são multidirecionais e com partilha de informações por todo o ecossistema. As ferramentas digitais (digital enablers) apoiam a melhoria dos processos end-to-end, tornando possível uma melhor resposta ao cliente. Contudo, o aumento da conectividade também ameaça a resiliência das cadeias de abastecimento.