A melhor forma do CFO preparar o futuro é construí-lo. Ter a visão e a coragem para fazer escolhas ousadas e inovadoras será certamente a chave para o sucesso.
Exigências e expetativas crescentes, recursos limitados, um clima económico e social fortemente marcado pelo contexto pandémico e pelas megatendências globais como a disrupção digital, incerteza geopolítica e os riscos ambientais. Este é o pano de fundo com que a maioria dos CFOs tem de trabalhar, tomar decisões e gerir equipas.
O delicado equilíbrio entre dar resposta às exigências do presente e o pensar e construir o amanhã é absolutamente chave para o sucesso das organizações, no geral, e para a função financeira em particular.
Aos CFOs exige-se mais do que racionalidade e competência técnica e analítica. Mais do que o cumprimento com os tradicionais KPIs de performance financeira, tipicamente focados em objetivos de curto prazo. Impõe-se que os CFOs do futuro tenham a capacidade de inspirar, agregar e liderar. Para tal, é importante que consigam ter um propósito e uma visão sobre o amanhã e sobre o contributo da função financeira para a sua concretização.
Na construção dessa visão, os CFOs podem deparar-se com desafios em várias dimensões, tais como:
- Pessoas: Seremos capazes de recrutar e desenvolver atempadamente as pessoas certas, com o know-how certo?
- Compliance: Seremos capazes de cumprir com as exigências regulatórias e tributárias internacionais em todos os mercados?
- Tecnologia: Seremos capazes de desenvolver ou adquirir tecnologia certa que nos permita alcançar os objetivos de eficiência e de qualidade?
- Custo: Seremos capazes de suportar os custos de implementação, manutenção e evolução/crescimento inerentes às melhores soluções para as ultrapassar os desafios relativos às dimensões anteriores?
Perante este cenário, muitas organizações estão a explorar modelos operacionais alternativos usando novas tecnologias, criando centros de serviços partilhados globais e criando modelos de externalização de processos ou atividades financeiras que requeiram conhecimento ou tecnologia especializada.
A externalização de processos ou atividades pode permitir alcançar os seguintes benefícios:
- Eficiência de custos: Ter acesso a pessoas, metodologias e tecnologia de ponta sem necessidade de investir na seleção, desenvolvimento, implementação e manutenção.
- Compliance: Ter acesso a uma rede de profissionais especializados quando e onde for necessário, permitindo manter-se atualizado com as mudanças regulatórias, fiscais e tecnológicas.
- Foco nos negócios: Permite que as organizações se concentrem nas suas principais competências e processos de negócios.
- Escalabilidade: Permite calibrar com maior agilidade o crescimento internacional, aquisições e desinvestimentos.
- Flexibilidade: Pode fornecer suporte tanto para a função financeira completa quanto para subprocessos e/ou ativos selecionados.
Os CFOs devem repensar o modelo operacional da função financeira tendo em mente a estratégia da organização e a multiplicidade de desafios colocados pelo contexto atual.