2 minutos de leitura 1 set 2020
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A crescente relevância do ESG e o papel de Auditoria Interna

por EY Portugal

Firma de serviços profissionais multidisciplinares

2 minutos de leitura 1 set 2020
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A Auditoria Interna deve assumir um papel ativo na sensibilização e alinhamento com requisitos regulamentares em temas de Environmental, Social and Governance (ESG).

Atemática de Environmental, Social and Governance (ESG) tem assumido uma relevância crescente no Setor Financeiro fruto de novas expetativas por parte de clientes e demais agentes de mercado, da maior consciencialização da magnitude de riscos implícita e do imperativo de tornar os modelos de negócio mais resilientes.

O tema ESG abrange três categorias amplas de riscos e oportunidades: 

  1. Environmental – em torno das emissões de gases de efeito estufa, uso de água e resíduos e poluição. Focando-se na sustentabilidade dos recursos que a organização precisa para alimentar seus processos.
  2. Social – em torno das relações com os colaboradores, diversidade, saúde e segurança e apoio à comunidade (tratamento imparcial dos colaboradores, adequabilidade da remuneração e das condições de trabalho, impacto e apoio à comunidade).
  3. Governance — em torno dos direitos dos acionistas, diversidade do Conselho de Administração (CA), tomada de decisões mantendo transparência e altos padrões éticos, mitigação da corrupção e do suborno.

O incremento da relevância da informação ESG na tomada de decisões pelos investidores tem sido crescente, no que concerne à avaliação dos modelos de negócio, estratégia, definição de objetivos e de captação dos impactos futuros causados pelas alterações climáticas.

O esforço de convergência para os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável  pelas Nações Unidas (UN), tem sido reforçado pela publicação de guidelines por diversas task-forces  a nível global, entre as quais Taskforce on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO) e Reguladores, promovendo o desenvolvimento de normas relacionadas com a identificação, a gestão e reporte de informações materiais de sustentabilidade e a criação de planos de ação para integração do ESG ao nível de exercícios supervisão como o SREP (European Banking Authority - EBA).

Essas linhas de orientação estão a impulsionar exercícios de reflexão estratégica nas Instituições Financeiras sobre as atuais práticas de desenvolvimento do negócio, reavaliação da cadeia de valor, produtos e serviços, revisão dos modelos de pricing e de gestão de risco, determinação de novos de indicadores-chave e modelos de reporte associado.  

A recente crise pandémica (COVID-19) tem sido um alerta de como o futuro é realmente incerto e que, às vezes, os resultados podem ser muito severos. A crescente de ocorrência fenómenos naturais, com profundos impactos na sociedade e disrupção da atividade financeira, traduzem-se em impactos reputacionais e perdas significativas que, até à data, ainda não estão a ser capturadas na sua plenitude nos modelos de gestão.

Neste contexto torna-se imperativo as Instituições Financeiras promoverem dinâmicas de desenvolvimento que contemplem: 

  • a definição e determinação dos fatores ambientais, sociais e económicos a reportar;
  • construção de abordagem robusta para a análise dos riscos e oportunidades das alterações climáticas e da transição para um futuro descarbonizado; e
  • incutir disciplina nos processos e controlos não financeiros e promova maior confiança nos dados reportados aos investidores.

Por seu turno a Auditoria Interna, assume um papel de especial relevância na adoção do ESG, nomeadamente:

  • no apoio consultivo ao CA e restantes órgãos diretivos, ao nível do self-assessment das práticas de Governance, testando o alinhamento entre a estratégia e os objetivos definidos no âmbito dos riscos ESG;
  • na avaliação da consistência dos relatórios elaborado (externos e internos), relativamente aos aspetos relacionados com o ESG;
  • na criação de confiança ao nível dos diferentes stakeholders, através da avaliação do processo de difusão da cultura do risco, da realização de exercícios de benchmarking e compilação de insights de referência em relação aos riscos de ESG;
  • na sugestão de melhorias na gestão dos riscos e oportunidades de negócio, adequação de controlos e eficácia operacional como um todo.

Torna-se essencial que a Função de Auditoria Interna compreenda o estado atual do desenvolvimento do tema ESG nas suas organizações, em particular, e assuma um papel de agente ativo na disseminação de boas práticas em estreito alinhamento com as expetativas da gestão do CA, Supervisores, Clientes e demais stakeholders.

Artigo escrito em coautoria com Rui Vicente, Senior EY, Consulting Financial Services

Resumo

A temática de Environmental, Social and Governance (ESG) assume uma relevância crescente no Setor Financeiro, fruto de novas expetativas dos diversos stakeholders e que constitui um desafio para a Função de Auditoria Interna na definição de novos procedimentos de revisão, disseminação de uma cultura de gestão de risco sensível a riscos resultantes de alterações climáticas e contributo ativo no incremento da sustentabilidade do modelo de negócio e resiliência das Instituições Financeiras.

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por EY Portugal

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