Transcrição do podcast EY Talk the Tax - Episódio 10 – Benefícios Extrassalariais

Aproximadamente 5 minutos de leitura | 21 de fevereiro de 2022

Introdução

Olá, seja bem-vindo ao EY Talk The Tax, um podcast do Jornal Económico em parceria com a EY. Ao longo deste e dos próximos episódios vamos continuar a explorar os principais temas de fiscalidade que marcaram e continuarão a marcar a atualidade, com a ajuda de várias figuras da EY Portugal.

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Moderador

Neste episódio temos connosco Anabela Silva, Partner EY, People Advisory Services, que nos vai falar de formas alternativas de remuneração, isto é, benefícios flexíveis. Que benefícios são estes?

Anabela Silva

Boa tarde. Os benefícios flexíveis são programas que se traduzem em benefícios que as empresas colocam à disposição dos seus colaboradores de uma forma, como o próprio nome indica, flexível. Ou seja, os colaboradores por ter a opção de escolher de entre uma panóplia de diferentes benefícios, aqueles que se adequam mais às suas necessidades individuais, à sua situação familiar, às suas experiências e estilos de vida que cada colaborador tem, isto porque somos todos diferentes e temos todos necessidades diferentes.

Moderador

Estes benefícios extrassalariais estão-se a tornar mais comuns em Portugal?

Anabela Silva

Sim. Muitas empresas já oferecem este tipo de programas de benefícios flexíveis aos seus colaboradores. Recordo-me que os primeiros programas que acompanhei terão surgido entre 2010 e 2012, inicialmente em determinados setores, mas hoje em dia as próprias empresas já olham para este tipo de programas de forma a tornarem-se mais atrativas para o talento. De certa forma, acabaram por se generalizar, mas já existem muitas empresas que oferecem este tipo de programas.

Moderador

E são eficazes na retenção do talento? Há dez anos o colaborador não é o mesmo que é hoje. Como é que o talento, no seu geral, está a reagir a este tipo de benefícios que se tornam cada vez mais disseminados?

Anabela Silva

Eu acho que a palavra que está na ordem do dia é “flexibilidade”. Todos nós gostamos de poder escolher. Podemos estar a falar de flexibilidade no horário de trabalho, na política de trabalho remoto e nas remunerações. 

Moderador

Quais é que são os benefícios mais apetecíveis para os colaboradores portugueses e para os colaboradores globais? Como é que nos comparamos a nível de prioridades?

Anabela Silva

Estes programas podem abranger um conjunto de diferentes benefícios flexíveis, tais como: seguro de saúde do colaborador e do agregado familiar, seguro de vida, seguro de acidentes pessoais, contribuições para fundo de pensões ou outros instrumentos associados à reforma (Planos Poupança Reforma), passes sociais, vales sociais (cheques creche ou cheques de educação), formação profissional, sessões de wellbeing, sessões de coaching, dias adicionais de férias, entre outros.

Os benefícios associados à educação e à saúde são aqueles que são mais utilizados, nomeadamente os cheques que creche que normalmente não são sujeitos a tributação nem a IRS e nem a segurança social.

Moderador

Gostava de me focar um pouco na questão que falou logo no início desta conversa relativamente à gestão e à retenção do talento. Isto é um chavão que temos ouvido e repetido vezes sem conta ao longo dos últimos dois anos. A verdade é que estamos num mercado de trabalho cada vez mais global – um colaborador pode hoje concorrer a qualquer cargo e trabalhar a partir de qualquer lugar. Acha que estes benefícios vão assumir um papel cada vez mais importante naquilo que é a empresa para o colaborador, ou seja, numa forma de atrair e fazer sentir o talento valorizado e quase premiado na sua presença?

Anabela Silva

Sim, acho que é um fator muito importante na atração e retenção de talento e de motivação para os próprios colaboradores.

Moderador

Mas a empresa também tem de estar disponível para alterar ou adquirir novos serviços nesse sentido. Contudo, há vantagens para as empresas nomeadamente a nível de tributação. Que mais vantagens existem para além dessa?

Anabela Silva

Uma vez que estamos perante um mercado cada vez mais competitivo, as empresas também têm que ter planos mais competitivos para atrair novos talentos. E, hoje em dia, o fator que as empresas referem como sendo o principal desafio é a escassez de talento.

Moderador

Havia uma noção de que estes benefícios são utilizados por empresas que simplesmente não têm capital para dar aumentos, mas creio que esse não é o caso porque o colaborador hoje em dia não olha só para o salário. Há colaboradores que estão dispostos a aceitar um salário mais baixo, se com esse salário vier um pacote de benefícios como este.

Anabela Silva

Temos que olhar do ponto de vista de compensação global, ou seja, a compensação não é só aquilo que recebemos em termos monetários. Por isso, estes pacotes de benefícios também se traduzem em vantagens para os colaboradores.

Moderador

Para terminar, onde é que as empresas podem encontrar mais informação sobre este tipo de programas? Como é que podem chegar até eles e como é que se deve fazer a gestão da oferta que a empresa vai ter para os seus colaboradores?

Anabela Silva

Já existe muita informação disponível, uma vez que estes programas implicam ter uma plataforma tecnológica que permita gerir os programas de benefícios flexíveis.

Moderador

Anabela Silva, muito obrigado por se ter juntado a nós. Este foi o décimo episódio do EY Talk the Tax. Obrigado por ter estado desse lado e já sabe: guarde o EY Talk The Tax na sua app de podcasts para que seja notificado sempre que sair um novo episódio. Não perca.