EY Attractiveness Survey Portugal 2021

5 minutos de leitura 18 jun 2021
Autores
Miguel Farinha

Country Managing Partner, Portugal, Angola e Moçambique

Responsável por aumentar a equipa de Strategy and Transactions da EY Portugal para mais de 110 pessoas. Casado, pai de três crianças com mais duas emprestadas. Adora viajar, o Baleal e o Benfica.

Miguel Cardoso Pinto

Partner, EY-Parthenon Portugal Leader & Advanced Manufacturing and Mobility Leader, EY-Parthenon, Ernst & Young, S.A.

Pai de três filhas com gosto pela leitura, música e desporto. Adepto de rugby e iniciante na prática de triatlo.

5 minutos de leitura 18 jun 2021

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A EY lança a edição de 2021 do EY Attractiveness Survey Portugal, analisando as tendências do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) e os fatores de atratividade em Portugal.

Oano passado, a economia mundial sofreu um impacto sem precedentes causado pelo surto de COVID-19, e Portugal não foi exceção. No entanto, foi um ano histórico em termos de atracão de investimento.

 

IDE hoje e amanhã

Com 154 projetos registados, Portugal entrou no top 10 dos destinos de investimento na Europa, posicionando-se como um dos principais destinos de IDE e provando a sua resiliência quando comparado com outros países europeus.

Figura 2 - Top 10 de países europeus para atração de IDE  
Rank País Peso em 2019 Peso em 2020 Taxa de crescimento dos projetos
= França 19% 18% -18%  ↓
= Reino Unido 17% 17% -12%  ↓
= Alemanha 15% 17% -4%  ↓
= Espanha 8% 6% -27%  ↓
5   Bélgica 3% 4% -15%  ↓
Polónia 4% 4% +10% 
Turquia 3% 4% +18% 
Países Baixos 4% 4% -23%  ↓
9   Irlanda 3% 3% -14%  ↓
10  Portugal 3% 3% -3%  
  Outros países 22% 21% -17%  ↓
  Total 100% 100% -13%  ↓
Fonte: EY European Investment Monitor, 2019-2020

Esta tendência é apoiada pelo crescente otimismo dos investidores, ainda maior do que em 2017, uma vez que 90% deles estão confiantes de que o impacto pandémico na atratividade portuguesa não irá durar mais de três anos, 50% consideram que a atratividade de Portugal irá melhorar nos próximos três anos e 37% estão a planear estabelecer ou expandir operações em Portugal durante o próximo ano.

Simultaneamente, os resultados na Europa mostram uma grande oportunidade para Portugal consolidar o pipeline de investimento e atrair investimento, uma vez que 80% dos investidores pensam que a Europa Ocidental será a região mundial mais atrativa para o IDE num cenário pós-COVID-19.


Visão das tendências de IDE

Os resultados deste ano indicam que a COVID-19 foi um acelerador do crescimento tecnológico e da implementação de novos projetos. De facto, 32% dos 154 projetos atraídos encontram-se em Software & IT Services.

Para os investidores, digital e tecnologia não são só apenas o presente, mas também o futuro de Portugal. Quarenta e cinco por cento dos investidores consideram a Economia Digital o principal setor a impulsionar o crescimento de Portugal nos próximos anos, e é imperativo que Portugal potencie os seus principais fatores de atratividade para aumentar o investimento nessas áreas.

Olhando para os seus principais fatores de atratividade, Portugal tem uma perceção positiva sólida relativamente à qualidade de vida e estabilidade social, seguida da fiabilidade e cobertura de infraestruturas (transportes, telecomunicações e energia) e das competências e disponibilidade de talento no mercado de trabalho.

No entanto, Portugal não se pode dar ao luxo de depender apenas destes fatores de atratividade mais tradicionais. Inovação, transparência e talento devem ser motores para uma estratégia a longo prazo, e os investidores começam a mostrar algumas preocupações sobre se Portugal está a desenvolver consistentemente estas áreas.

Como pode Portugal manter a sua atratividade?

Portugal deverá concentrar o seu esforço em estabelecer parcerias entre setor público e privado para que as políticas públicas de Portugal se concentrem na melhoria da eficiência da administração pública, na agilidade do sistema jurídico, no desenvolvimento contínuo de talento e na procura de inovação e apoio aos empresários.

Na Europa, os investidores reforçam a importância de os decisores políticos a apostar em cleantech e a promoverem medidas que promovam a sustentabilidade, o que irá captar mais IDE. Além disso, a simplificação do sistema fiscal é necessária para que este se torne uma vantagem competitiva em vez de um obstáculo.

Tendo todos estes tópicos em consideração, exploramos cinco linhas de ação fundamentais para a estratégia portuguesa de retenção do IDE: Aumentar a liderança tecnológica e desenvolver o talento, reforçar a estratégia de promoção de cleantech para potenciar uma liderança de mercado em sustentabilidade, concentrar-se na recuperação social e económica para fomentar crescimento futuro, simplificar o sistema fiscal português para que se torne uma vantagem competitiva em vez de um obstáculo, e continuar a melhorar a comunicação de Portugal como o local certo para o IDE.

Consulte a versão completa do estudo EY Attractiveness Survey Portugal 2021 (PDF).

Resumo

Apesar da crise pandémica, Portugal conseguiu entrar para o top 10 de destinos europeus para a atração de IDE, com 154 projetos. Portugal tem mostrado a sua resiliência e os investidores estão alinhados com essa narrativa, já que 50% consideram que a atratividade de Portugal irá melhorar nos próximos três anos e 37% estão a planear estabelecer ou expandir operações em Portugal durante o próximo ano. Para fortalecer a sua perceção e atratividade, Portugal deverá apostar em tecnologia, inovação, talento, sustentabilidade económica, tributária e ambiental, bem como abordar proactivamente os investidores, apostando numa estratégia de longo-prazo para atração de investimento.

Sobre este artigo

Autores
Miguel Farinha

Country Managing Partner, Portugal, Angola e Moçambique

Responsável por aumentar a equipa de Strategy and Transactions da EY Portugal para mais de 110 pessoas. Casado, pai de três crianças com mais duas emprestadas. Adora viajar, o Baleal e o Benfica.

Miguel Cardoso Pinto

Partner, EY-Parthenon Portugal Leader & Advanced Manufacturing and Mobility Leader, EY-Parthenon, Ernst & Young, S.A.

Pai de três filhas com gosto pela leitura, música e desporto. Adepto de rugby e iniciante na prática de triatlo.