Qual o impacto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2030 nas empresas portuguesas, e como podem criar uma vantagem competitiva?

Autores
Miguel Cardoso Pinto

Partner, EY-Parthenon Portugal Leader & Advanced Manufacturing and Mobility Leader, EY-Parthenon, Ernst & Young, S.A.

Pai de três filhas com gosto pela leitura, música e desporto. Adepto de rugby e iniciante na prática de triatlo.

Miguel Poeira

Manager, EY-Parthenon, Ernst & Young, S.A.

Adepto de futebol, principalmente do bem jogado. Está a dar os primeiros passos na modalidade de indoor climbing.

3 minutos de leitura 8 set 2022

Antecipam-se oportunidades para as empresas portuguesas desenvolverem novos modelos de negócio que criam vantagens competitivas assentes na sustentabilidade.

Omais recente relatório do IPCC adverte que as alterações climáticas estão a ocorrer mais rapidamente do que o esperado, e irão exceder a capacidade de adaptação de empresas e países.  Com o foco agora no conflito geopolítico, na crise humanitária e na dependência energética da Europa, a mudança de paradigma é mais relevante e urgente.

Depois da revolução digital, a descarbonização será a força motriz da próxima grande transformação. O Inquérito de Investidores Institucionais EY de 2021 revela que 74% dos 320 investidores globais inquiridos são mais propensos a alienar investimento devido a fraco desempenho em ESG, face ao pré-pandemia. Os Governos também irão acelerar a implementação de nova regulamentação através de impostos verdes e proibições sobre plásticos. A transição justa tornou-se uma prioridade, e antecipam-se oportunidades para as empresas portuguesas desenvolverem novos modelos de negócio que criam vantagens competitivas assentes na sustentabilidade. Com a sustentabilidade a assumir um lugar no propósito estratégico das empresas, os stakeholders estão mais conscientes do valor que esta cria e protege. Acreditamos que esta mudança não será opcional: as empresas que não se transformarem serão transformadas.

Existem exemplos de boas práticas relacionadas com os ODS em todas as indústrias. Na transformação, fábricas de emissões zero e IA que monitoriza a pegada de CO2 na cadeia de valor estão em linha com os ODS 9 (indústria, inovação e infraestruturas) e 13 (ação climática). No vestuário, os materiais reciclados têm vindo a ser mais incorporados, em linha com o crescimento da economia circular e com o ODS 12 (consumo e produção responsáveis).

A EY sugere seis ações para as empresas se destacarem no mercado

  1. identificar ODS prioritários e definir metas;
  2. desenvolver KPI's para monitorizar e comunicar o progresso;
  3. alinhar os objetivos de sustentabilidade com a estratégia;
  4. gerar oportunidades de negócio que contribuam para esses objetivos;
  5. colaborar com outros sectores; 
  6. medir e comunicar o impacto dos ODS.

Resumo

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) 2030 são, desde 2015, a referência global, e em conjunto com os fatores ESG orienta as organizações no caminho do desenvolvimento sustentável. Portugal tem feito progressos na prossecução destes objetivos, ocupando a posição 20 dos 193 membros da ONU que os adotaram, subindo oito lugares desde 2017.

Sobre este artigo

Autores
Miguel Cardoso Pinto

Partner, EY-Parthenon Portugal Leader & Advanced Manufacturing and Mobility Leader, EY-Parthenon, Ernst & Young, S.A.

Pai de três filhas com gosto pela leitura, música e desporto. Adepto de rugby e iniciante na prática de triatlo.

Miguel Poeira

Manager, EY-Parthenon, Ernst & Young, S.A.

Adepto de futebol, principalmente do bem jogado. Está a dar os primeiros passos na modalidade de indoor climbing.