Antecipam-se oportunidades para as empresas portuguesas desenvolverem novos modelos de negócio que criam vantagens competitivas assentes na sustentabilidade.
Omais recente relatório do IPCC adverte que as alterações climáticas estão a ocorrer mais rapidamente do que o esperado, e irão exceder a capacidade de adaptação de empresas e países. Com o foco agora no conflito geopolítico, na crise humanitária e na dependência energética da Europa, a mudança de paradigma é mais relevante e urgente.
Depois da revolução digital, a descarbonização será a força motriz da próxima grande transformação. O Inquérito de Investidores Institucionais EY de 2021 revela que 74% dos 320 investidores globais inquiridos são mais propensos a alienar investimento devido a fraco desempenho em ESG, face ao pré-pandemia. Os Governos também irão acelerar a implementação de nova regulamentação através de impostos verdes e proibições sobre plásticos. A transição justa tornou-se uma prioridade, e antecipam-se oportunidades para as empresas portuguesas desenvolverem novos modelos de negócio que criam vantagens competitivas assentes na sustentabilidade. Com a sustentabilidade a assumir um lugar no propósito estratégico das empresas, os stakeholders estão mais conscientes do valor que esta cria e protege. Acreditamos que esta mudança não será opcional: as empresas que não se transformarem serão transformadas.
Existem exemplos de boas práticas relacionadas com os ODS em todas as indústrias. Na transformação, fábricas de emissões zero e IA que monitoriza a pegada de CO2 na cadeia de valor estão em linha com os ODS 9 (indústria, inovação e infraestruturas) e 13 (ação climática). No vestuário, os materiais reciclados têm vindo a ser mais incorporados, em linha com o crescimento da economia circular e com o ODS 12 (consumo e produção responsáveis).
A EY sugere seis ações para as empresas se destacarem no mercado:
- identificar ODS prioritários e definir metas;
- desenvolver KPI's para monitorizar e comunicar o progresso;
- alinhar os objetivos de sustentabilidade com a estratégia;
- gerar oportunidades de negócio que contribuam para esses objetivos;
- colaborar com outros sectores;
- medir e comunicar o impacto dos ODS.