Com o ritmo acelerado das inovações e mudanças tecnológicas, os Conselhos focados no futuro entendem que precisam acelerar, tanto coletiva quanto individualmente, de maneiras diferentes do passado. Normalmente, a administração cobre as tendências do mercado e a inovação como um item da agenda com informações no pacote do Conselho ou uma sessão mais longa durante o retiro estratégico anual. Para áreas fora da especialização dos membros do Conselho, trabalhar apenas a partir de informações compartilhadas pela Administração ou por palestrantes convidados(as) selecionados(as) pode dificultar a formulação das perguntas certas ou das perguntas de segundo ou terceiro nível que podem ser extremamente importantes para ajudar a identificar lacunas ou etapas necessárias.
Quase todos(as) os(as) conselheiros(as) com quem conversamos enfatizaram a importância de educar a si mesmo(a) e a seus colegas do Conselho sobre tendências e tecnologias emergentes e destacaram a necessidade da curiosidade intelectual como uma característica crítica do Conselho. Em muitos casos, conselheiros(as) estão participando de conferências ou workshops ou conduzindo aprendizagem online. Atualmente, mais Conselhos também estão expressando às equipes de Administração que gostariam de ouvir startups, pesquisadores e outros especialistas para aprimorar o Conselho como um todo.
Além disso, conselheiros(as) observaram que exigem mais acesso e compreensão sobre os investimentos internos em inovação. Isso inclui briefings de líderes de inovação, programas de laboratório de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e parceiros de desenvolvimento conjunto. O benefício de ter uma compreensão de fora para dentro das tendências e compará-la com o foco de dentro para fora da empresa possibilita que os membros do Conselho tenham uma visão completa do foco, dos riscos e da necessidade de investimento em inovação. Como observou um conselheiro: “Você precisa de confiança e transparência para ver, de fato, o que está acontecendo na empresa. Os membros do Conselho devem tocar, sentir e usar os próprios produtos e serviços.”
As sessões educativas do Conselho também podem assegurar que todos os membros comecem com as mesmas informações básicas e tenham a oportunidade de fazer perguntas ou se aprofundar. Outras práticas incluem o acesso do(a) conselheiro(a) e o uso direto de novas tecnologias, como o metaverso, a geminação digital e a IA generativa. Em alguns casos interessantes, os Conselhos estão usando a IA generativa em tempo real durante as reuniões como uma contribuição adicional para debater contrapontos, ajustar o planejamento de cenários e resumir tendências. Como disse um conselheiro: "Podemos usar a IA quase como um copiloto".
3. Redefinir a colegialidade para incluir um debate provocativo
Ter membros do Conselho que representem a combinação necessária de habilidades e experiências e tenham conhecimento sobre mudanças e disrupções em andamento ainda será insuficiente, caso eles não sejam capazes de ter um debate robusto sobre as oportunidades e desafios trazidos pela inovação. Tradicionalmente, a colegialidade na sala de reuniões é altamente valorizada por conselheiros(as) que entendem que discussões difíceis e complexas podem criar tensão e dificultar que o Conselho apresente uma frente unânime à Administração. No entanto, os(as) conselheiros(as) com quem conversamos expressaram preocupação com uma ênfase excessiva dos Conselhos na convivência em detrimento de um debate saudável, especialmente em termos de inovação, em que as questões nem sempre são claras e as tendências ainda estão surgindo e abertas ao debate.