3 Minutos de leitura 26 jan 2023
mulher trabalhando em um tablet dentro de uma empresa

5G: do business case ao mainstream na velocidade da luz

Por EY Brasil

Ernst & Young Global Ltda.

3 Minutos de leitura 26 jan 2023

O desenvolvimento da conectividade 5G vem acontecendo de forma acelerada no Brasil. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a área já coberta pelo serviço está acima do previsto contratualmente, mostrando que é questão de tempo para que a tecnologia esteja disponível de forma ampla. O 5G veio para ficar, e vai transformar a maneira como fazemos negócios em todo o mundo, nos mais diversos segmentos.

Não se trata apenas de uma “internet mais veloz” e sim o que isso habilita: o 5G tem um potencial disruptivo na infraestrutura de comunicações, viabilizando aplicações que vão do uso de veículos autônomos em ampla escala à adoção de Inteligência Artificial para ajuste da produção na indústria – ou à execução de cirurgias complexas de maneira remota.

Em uma série de artigos (disponíveis no site da EY), líderes de negócios têm desdobrado os efeitos dessa transformação nos mais diversos segmentos. Embora estejamos primordialmente na fase de construção da infraestrutura, o desenvolvimento de aplicações já está em andamento. É questão de tempo para que os negócios dos setores automotivo, de mobilidade e manufatura avançada (AM&M) sejam transformados pelo 5G.

Não resta dúvida de que o 5G é um grande habilitador para o desenvolvimento de negócios mais seguros e controlados. Na manufatura, contar com uma operação à distância, com profissionais fora das áreas de risco, traz um aspecto transformador para os negócios, para a atração de talentos e para a geração de valor.

A capacidade de tomar decisões e realizar ações em tempo real, mesmo estando distante da área de operações, gera processos muito mais automatizados e permite consolidar, processar e utilizar mais informações – o que aumenta a capacidade de controlar esses processos, aumentar a eficiência e ser mais produtivo. Em uma usina, indústria petroquímica ou de celulose, por exemplo, contar com um ponto central para a análise de set points, parametrização e monitoramento das válvulas e PLCs, com a possibilidade de modificações em tempo real para obter as melhores respostas, é algo que reduz custos e aumenta o retorno da operação.

No caso da conectividade 5G, temos ao mesmo tempo o desenvolvimento das aplicações e a expansão da disponibilidade do sinal, o que acelera o ciclo de transformação. Entendemos que, por questões práticas, é mais simples implementar 5G em ambientes controlados, como fábricas, do que em grandes áreas. Isso fará com que a área de manufatura adote a tecnologia muito antes de, por exemplo, a mobilidade urbana. Quando os carros autônomos estiverem rodando nas ruas brasileiras, 5G será mainstream nos processos de negócios da indústria.

Mesmo hoje, aplicações de atuação remota não são incomuns na manufatura avançada. Há vários contextos em que a instrumentação e os sensores de campo já estão presentes – o que veremos com a disseminação do 5G é o crescimento exponencial desse tipo de aplicação. A ampliação de cobertura dos sensores na manufatura viabilizará a construção de modelos mais complexos e completos, com potencial para automatizar grande parte da tomada de decisões. Desta forma, em vez de um profissional monitorando dezenas de indicadores individuais de forma sequencial, a velocidade habilitada pelo 5G viabilizará o processamento dessas informações de maneira simultânea, gerando decisões mais rápidas e inteligentes.

Um roadmap baseado em valor

Está muito claro que a tecnologia 5G será um enabler de segurança, velocidade e geração de valor para o mercado AM&M. A elevada capacidade de transmissão de dados gera possibilidades que precisam ser exploradas e, posteriormente, estruturadas e alavancadas em uma estratégia de longo prazo suportada por análises de custo/benefício.

Tendo variáveis mais controladas e a capacidade de delimitar o objetivo e a formatação das soluções, os negócios B2B tendem a apresentar uma adoção muito mais acelerada do 5G, pois a implementação no B2B parte do princípio de que existe uma prontidão maior, problemas mais claramente identificados e uma captura de valor mais tangível. Negócios B2C, por sua vez, dependerão da infraestrutura adotada nas cidades, da troca dos atuais devices, da oferta de aplicações que agreguem valor e de uma série de fatores. Com isso, espera-se que a adoção pulverizada do 5G em AM&M virá depois de aplicações mais localizadas: um veículo autônomo em operação no trânsito da cidade é algo muito diferente da mesma tecnologia em uma mineradora ou uma aplicação industrial.

A evolução da Indústria 4.0 e soluções transversais que viabilizem a gestão de pessoas em localidades remotas e o uso de sensores que permitam antever problemas e diminuir riscos, são fatores que abrirão espaço para que as empresas de AM&M desenvolvam business cases para a implantação de soluções 5G – primeiro em escala limitada, para depois, com o sucesso nos testes, fazer o roll-out.

A estratégia de trabalhar soluções como business cases atende a um grande dilema da indústria: como desenvolver estratégias para um futuro que é desconhecido, sem poder esperar a tecnologia se tornar lugar comum? A indústria precisa estar pronta para implementar soluções que se mostrem viáveis assim que elas se tornarem viáveis. Essa prontidão é imperativa para não ficar para trás na disputa pelo mercado.

Especialmente na manufatura, em que aspectos como segurança, otimização e produtividade são extremamente relevantes, uma abordagem baseada em business cases e em seu roll-out assim que atingem o ponto de viabilidade financeira permite acompanhar a evolução da jornada de dados e da digitalização dos negócios. Uma abordagem que nasce na estratégia das empresas e se desdobra em ações concretas que aproveitam as novas capacidades tecnológicas trazidas pelo 5G para acelerar a captura de valor.

A conectividade 5G traz uma aceleração notável da estratégia digital das empresas. Quem estava atrasado em sua transformação em um contexto 4,5G está ainda mais no 5G, que potencializou ainda mais o desenvolvimento de soluções e a gama de possibilidades habilitadas pelas suas velocidades. Com isso torna-se imperativo revisar as estratégias de negócios para imaginar como será o futuro em um universo de conectividade 5G. Quem não está ativamente discutindo 5G como enabler da estratégia de negócios está recuando rapidamente para o pelotão dos retardatários. E, em uma indústria como AM&M, que se transforma a partir de uma jornada de transformação digital, é preciso interpretar o contexto para potencializar a aplicação da tecnologia, o contato com novos mercados e a otimização dos processos de negócios. Somente dessa maneira será possível responder rapidamente às exigências do dia a dia, trazendo otimização e segurança, ao mesmo tempo em que se potencializa a geração de valor.

Autores:

Levon Kalaydjian - Executive Director na EY Brasil e líder de consultoria para Advanced Manufacturing and Mobility (AM&M)

José Ronaldo Rocha  - Sócio da EY e líder de consultoria para Tecnologia, Mídia & Entretenimento e Telecomunicações (TMT)

Resumo

A evolução da Indústria 4.0 e soluções transversais que viabilizam a gestão de pessoas em localidades remotas e o uso de sensores que auxiliam na predição de problemas e riscos, são fatores que abrirão espaço para que as empresas de AM&M desenvolvam business cases para a implantação de soluções 5G – primeiro em escala limitada, para depois, com o sucesso nos testes, fazer o roll-out. O artigo avalia como o 5G será determinante para as empresas do setor responderem rapidamente às exigências do dia a dia, trazendo otimização e segurança, ao mesmo tempo em que se potencializa a geração de valor.

Sobre este artigo

Por EY Brasil

Ernst & Young Global Ltda.