organizações em todo o mundo estão navegando em um cenário de negócios volátil e complexo. Os Conselhos estão enfrentando tensões geopolíticas crescentes e uma perspectiva econômica incerta. Além disso, a sustentabilidade é uma questão cada vez mais proeminente.
Os stakeholders das organizações — incluindo seus clientes, funcionários, investidores, formuladores de políticas e reguladores – esperam que elas desempenhem seu papel no enfrentamento dos principais desafios ambientais e sociais da atualidade. Como resultado, os Conselhos talvez precisem repensar a forma como alocam capital para empresas novas e existentes, de acordo com as prioridades do Conselho divulgadas na publicação EY EMEIA board priorities 2023.
Mais de 11 mil empresas e outras organizações já se comprometeram com metas net-zero, com o objetivo de alcançar emissões líquidas zeradas de carbono até 2050, no máximo¹. No entanto, muitas estão enfrentando o desafio de transformar seus modelos de negócios para serem mais sustentáveis e, ao mesmo tempo, evitar a perda de valor. Isso está levando à adoção de estratégias de sustentabilidade orientadas por valor, nas quais as empresas criam valor adicional por meio do lançamento de produtos e serviços novos e sustentáveis, ao mesmo tempo em que economizam dinheiro e recursos. Agora, espera-se que todos os projetos de capital gerem caixa mais rapidamente, pois eles correm para preservar o valor em meio às preocupações com as altas taxas de juros.
Mantendo os canais de financiamento abertos com as pontuações de ESG corretas
Os investidores estão atentos às oportunidades apresentadas pela transição para net-zero e estão dispostos a desempenhar seu papel no financiamento. No geral, estima-se que a transição para uma economia com emissões líquidas zeradas exija US$ 125 trilhões em investimentos em todo o mundo até 2050². Segundo pesquisa da Bloomberg Intelligence, os ativos de ESG já representam mais de um terço do total de ativos sob gestão (AUM, na sigla em inglês) e podem chegar a US$ 53 trilhões até 2025³.
Por outro lado, os Conselhos devem estar cientes de que uma classificação de ESG ruim pode atuar como uma barreira ao investimento externo, pois os relatórios de ESG das agências de classificação são usados pelos investidores para munir suas decisões de alocação de capital. As organizações que não obtiverem boas pontuações de ESG provavelmente serão excluídas dos fundos e índices ESG.
As organizações e os investidores precisam trabalhar juntos para garantir que o capital seja canalizado para os investimentos que provavelmente terão o maior impacto na obtenção das ambições net-zero, reforçando assim a importância das classificações de ESG. Relatórios de sustentabilidade comparáveis, confiáveis e transparentes ajudarão os Conselhos e seus investidores a obter uma imagem mais precisa de quais investimentos estão nesse caminho. Novos regulamentos, como a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Empresarial da UE (EU Corporate Sustainability Reporting Directive - CSRD), ajudarão nessa questão.
Os Conselhos também precisam estar cientes de outras fontes de capital, como o Acordo Verde da UE (EU Green Deal) e a Lei de Redução da Inflação dos EUA (US Inflation Reduction Act), que podem fornecer financiamento para iniciativas e projetos relacionados à sustentabilidade.
Compreendendo as expectativas dos investidores e repensando as funções
Nesse novo paradigma, os Conselhos precisam trabalhar com a Administração para identificar as principais tendências nos investimentos de ESG e entender como elas provavelmente afetarão a capacidade da organização de garantir financiamento. Eles também devem tomar medidas para garantir que sejam capazes de influenciar as decisões de alocação de capital de suas organizações.