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Como os Conselhos de Administração podem ajudar as organizações a impulsionar a agenda de talentos?

Os Conselhos têm um papel fundamental na colaboração com a Administração para garantir que a organização evolua sua estratégia de talentos para responder às novas realidades do mercado de trabalho.


Em Resumo

  • Os Conselhos de Administração precisam considerar se as atuais políticas de gestão da força de trabalho e estratégias de talento são suficientemente robustas para responder aos requisitos dos modelos de trabalho em evolução.
  • As organizações precisam procurar formas de acessar conjuntos de talentos não explorados, para construir e fortalecer sua força de trabalho.
  • Os Conselhos de Administração devem apoiar suas organizações para estarem à frente na transformação de competências e assegurar que as lacunas de competências emergentes numa força de trabalho cada vez mais intergeracional sejam abordadas.

A demissão em massa pode ter diminuído, mas as organizações ainda enfrentam um mercado de trabalho excepcionalmente apertado. De acordo com o Winter 2024 Economic Eye Report da EY Irlanda, o número de pessoas empregadas na República da Irlanda aumentou para um novo máximo de 2,66 milhões, com todas as regiões e a maioria dos setores registrando ganhos até o terceiro trimestre do ano.

Tecnicamente, a Irlanda está agora em fase de pleno emprego e as organizações de quase todos os setores enfrentam escassez em praticamente todas as áreas de competências. A balança de poder pendeu a favor de pessoas altamente qualificadas e experientes. Isso gera uma pressão ascendente sobre os níveis salariais, mas os empregadores precisam ser mais competitivos não apenas em termos de recompensas financeiras para atrair talentos no mercado atual.

Nessas circunstâncias, o talento deve ser uma grande prioridade para os Conselhos de Administração. De acordo com a EY Global Board Risk Survey 2023, 65% dos Conselhos concordam que têm a missão de desafiar de forma construtiva a Administração em questões de talento e cultura.

Criar uma proposta de valor para os funcionários

Os Conselhos de Administração precisam colaborar com os CEOs e a Administração para garantir que a organização esteja devidamente equipada para competir por talentos num cenário de rápidas mudanças. Os novos desafios a serem enfrentados incluem o impacto transformador que a IA Generativa (GenAI) terá nos modelos de negócios e nos requisitos de habilidades, maior conscientização sobre a importância e o valor da equidade, da diversidade e da inclusão nas organizações, além da maior consciência em torno das mudanças climáticas e outras questões ambientais.

Dois terços dos membros de Conselhos entrevistados na EY Global Board Risk Survey 2023 concordam que seus negócios precisam de mudanças ousadas, ao invés de progresso incremental em diversidade, equidade e inclusão (DE&I), sugerindo que reconhecem os benefícios de uma força de trabalho diversificada e inclusiva, especialmente em uma época de escassez de talentos.

Enfrentar os desafios requer imaginação e um novo pensamento em relação à proposta de valor dos funcionários de uma organização. É claro que a remuneração mantém uma posição de destaque para muitos deles, especialmente durante um período de inflação elevada, mas o pacote tradicional, com enfoque limitado aos benefícios financeiros, já não é suficiente para atrair e reter pessoas altamente qualificadas.



Acordos de trabalho flexíveis, programas de bem-estar, oportunidades de voluntariado, desenvolvimento profissional, licenças anuais flexíveis e planos de carreira claros tornaram-se ingredientes cada vez mais atraentes da proposta de valor para funcionários. A natureza da organização, seus valores, comportamentos em relação a ESG e outras questões também têm ganhado importância.



Os Conselhos precisam trabalhar com o(a) CEO para garantir que a organização tenha uma noção clara do seu propósito e da sua missão. Isso orientará as decisões sobre a posição que a organização assume em relação às questões sociais e ambientais, que impactam em sua capacidade de competir no mercado de recrutamento.

Aprimorar a força de trabalho existente

O ritmo acelerado das mudanças tecnológicas e o cenário de mercado em evolução significam que as organizações precisam adquirir constantemente novos conjuntos de competências em áreas como segurança cibernética e IA para sobreviverem e permanecerem competitivas. Dadas as atuais restrições do mercado de trabalho, o meio mais eficaz de obter estas competências será provavelmente por meio do investimento na melhoria das competências da mão de obra existente.

Para abordar suas lacunas de competências, as organizações devem investir no planejamento estratégico e na formação da força de trabalho, incluindo a requalificação e a melhoria de competências. Para que isso seja feito de forma mais eficaz, é necessário saber quais são os requisitos de competências e qual a melhor forma de atendê-los para apoiar seus objetivos de talento a longo prazo. Os Conselhos devem trabalhar com a Administração para avaliar as necessidades intergeracionais da força de trabalho, para garantir que os funcionários sejam qualificados em áreas como tecnologia e sustentabilidade, bem como em habilidades interpessoais, como liderança, pensamento crítico, agilidade, comunicação e trabalho em equipe.

Os Conselhos devem explorar com a Administração se o modelo de força de trabalho da organização pode ser atualizado para acessar talentos a partir de fontes não tradicionais. As oportunidades a serem exploradas incluem o emprego continuado opcional para funcionários mais velhos, para além da idade da aposentadoria, em período integral ou parcial, ou como freelancers, juntamente com trabalhadores temporários, pessoas neurodiversas e prestadores de serviços.

Os Conselhos também devem questionar se as políticas de gestão da força de trabalho e as estratégias de talentos existentes são adequadas para acomodar as necessidades dos novos modelos de trabalho.

Perguntas a serem consideradas pelos Conselhos:

Ações prioritárias para os Conselhos

Os Conselhos de Administração têm a responsabilidade de defender o desenvolvimento de novas estratégias de talentos que permitirão às suas organizações superar os atuais desafios de competências e crescer por meio da aquisição das competências-chave necessárias agora e no futuro. Essas estratégias precisam ser monitoradas e avaliadas em relação a uma série de métricas relacionadas ao talento e à cultura para garantir que atendam aos seus objetivos.

A cultura no local de trabalho deve se tornar um item permanente da agenda das reuniões do colegiado. Embora os Conselhos de Administração possam não ser capazes de influenciar diretamente a cultura da organização, podem considerar como esta precisa mudar para apoiar os objetivos estratégicos a longo prazo, especialmente na área de ESG.

Para ajudar suas organizações a terem sucesso na agenda de talentos, os Conselhos devem:

Esta é uma tradução de conteúdo de EY Irlanda. A versão original, em inglês, está disponível em: How boards can help drive the talent agenda.

Resumo

A capacidade de competição de uma organização no mercado atual está indissociavelmente conectada ao seu potencial para atrair e reter talentos qualificados. Os Conselhos de Administração têm a responsabilidade de garantir que suas organizações tenham estratégias de talento focadas no futuro e propostas de valor para os funcionários, que permitam acesso às competências necessárias para atingir seus objetivos, agora e no futuro.

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