Os Conselhos percorreram um longo caminho desde que realizamos a pesquisa com conselheiros sobre o tema da supervisão do capital humano, no outono de 2019 no hemisfério norte. Uma das principais conclusões de nossa pesquisa foi que havia uma discrepância entre os conselheiros que consideravam as questões de capital humano e talento importantes para o Conselho e aqueles que acreditavam que essas questões estavam além do seu alcance. Cinco anos depois – que incluíram uma pandemia global, agitação social e interrupções contínuas no ambiente de negócios – essas perspectivas mudaram significativamente.
Os Conselhos gastam mais tempo na supervisão de talentos, mas querem uma melhor compreensão do sentimento dos funcionários
Quando perguntados se concordam que a competência do Conselho inclui a supervisão de questões estratégicas da força de trabalho, os conselheiros em geral deram uma média de 4,4 em uma escala de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente), com a maioria dos conselheiros (58%) concordando totalmente.
De acordo com os conselheiros que participaram da pesquisa, a maioria dos Conselhos agora discute questões de força de trabalho pelo menos trimestralmente (58%), com outros 24% dizendo que o fazem pelo menos duas vezes por ano. Esse é um salto significativo em relação aos 40% que disseram em 2019 que discutiam o capital humano regularmente ao longo do ano.
A tendência é ainda mais pronunciada quando se olha para os dados por tamanho da empresa: 78% dos conselheiros de empresas com capitalização de mercado de US$ 10 bilhões ou mais dizem que revisam os dados de capital humano trimestralmente, contra 22% daqueles em empresas com capitalização de mercado inferior a US$ 300 milhões.
No entanto, apesar desse aumento no investimento de tempo, a confiança dos conselheiros em sua compreensão do sentimento dos funcionários é relativamente baixa. Quando perguntados se o Conselho tem os insights necessários para entender as questões priorizadas pelos funcionários, a nota média geral foi de 3,6, em uma escala de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente).
Quando perguntados se concordam que o Conselho tem uma forte percepção sobre o sentimento dos funcionários entre os trabalhadores da linha de frente, essa média desceu para 3,2. Além disso, um em cada três disse discordar totalmente dessa afirmação – e 8% disseram que ela não se aplica porque seus Conselhos não discutem dados ou insights relacionados à experiência dos funcionários.
Os conselheiros acham que mais envolvimento dos funcionários aumentaria o impacto de sua supervisão
O fato de tantos conselheiros considerarem fraco o seu entendimento sobre os sentimentos dos funcionários talvez se explique pela baixa frequência com que realmente os ouvem diretamente. A maioria dos Conselhos depende do Chief Human Resources Officer (CHRO) ou de dados de pesquisa internas para obter informações sobre as experiências e perspectivas dos funcionários, com poucos tendo envolvimento direto com eles.
Menos de um quarto (22%) dos conselheiros disseram que participam diretamente de sessões de conversa com funcionários (por exemplo, reuniões, grupos, Comitês consultivos de funcionários) e menos da metade (44%) disseram que realizam visitas ao local de trabalho. No entanto, alguns conselheiros líderes anunciaram os benefícios de tais oportunidades para obter insights sobre o que os funcionários estão pensando e como estão se sentindo em relação à sua organização e liderança.1
Ao mesmo tempo, alguns conselheiros expressaram preocupação de que os métodos de supervisão nos quais estão confiando – relatórios gerenciais e pesquisas patrocinadas pela empresa – possam ser enganosos ou tendenciosos. Um terço (34%) disse que os funcionários podem não ser totalmente honestos em pesquisas patrocinadas pela empresa ou em discussões com a Administração, e 23% disseram que o CHRO pode não se sentir à vontade para transmitir mensagens negativas ao Conselho.
A preocupação dos conselheiros de que as perspectivas dos funcionários estão sendo filtradas pode ser justificada: a pesquisa Trabalho Reimaginado da EY de 2023 descobriu que os funcionários têm visões significativamente diferentes das dos empregadores nas principais áreas de talentos, ressaltando a importância da comunicação direta com os funcionários abaixo do nível gerencial. Por exemplo, essa pesquisa descobriu que 80% dos empregadores acreditam que sua organização está equipada para se adaptar às mudanças e desenvolver habilidades para atender às necessidades em evolução, mas menos funcionários (58%) concordam. Também descobriu que 76% dos empregadores acreditam que a liderança de sua empresa está em sintonia com a experiência da força de trabalho e se preocupa com os funcionários como pessoas, em comparação com 54% dos funcionários.
Apesar das práticas atuais, os conselheiros sinalizaram que querem mais oportunidades de engajamento direto com os funcionários. Quando solicitados a avaliar qual método de supervisão eles consideram mais impactante (em vez do que realmente fazem), 44% listaram o envolvimento direto com os funcionários – uma diferença de 22 pontos entre o que os Conselhos estão fazendo e o que consideram mais impactante.