Nurse walking with girl in hospital corridor

Panorama do Setor da Saúde

O descompasso do sistema de saúde brasileiro com o envelhecimento da população.

OBrasil tem testemunhado um rápido envelhecimento de sua população, uma tendência decorrente do aumento da expectativa de vida e da diminuição das taxas de natalidade. No entanto, o sistema de saúde brasileiro não tem se estruturado para acompanhar esse processo de forma efetiva.

O resultado é um descompasso entre as necessidades de saúde da população acima de 60 anos e a capacidade do sistema de atendê-las de maneira eficaz e abrangente.

Com base nos dados do censo de 2022, a população com 60 anos ou mais cresceu de 21,8 para 30,5 milhões entre 2012 e 2022, elevando sua representatividade de 11,3% para 15,0% do total da população, como representado no gráfico 1.

Essa tendência também é observada no número de beneficiários da saúde suplementar nessa faixa etária, que cresceu mais rápido (CAGR de 2,9% entre 2012 e 2022) que as demais faixas (CAGR de 0,2% no mesmo período) como visto no gráfico 2.

Gráfico 1: Brasil: Pirâmide Etária (%, 2012-2022)

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Gráfico 2: Beneficiários por faixa etária (%, 2012-2022)

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Mesmo não sendo a faixa mais representativa da população, é a mais demandante de cuidados de saúde e consequentemente impacta de forma mais relevante as despesas assistenciais. Segundo o IESS, as despesas dos beneficiários da faixa etária 60+ representou 38% dos gastos em 2022. Seguindo apenas o efeito demográfico, esse valor tende atingir 45,2% em 2031 (IESS).

Gráfico 3: Orçamento¹ para Saúde (R$ B, 2012-2022)

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Quando observamos o orçamento do Ministério da Saúde: entre 2012 e 2022 ocorreu uma redução em valores reais (gráfico 3) dos recursos destinados a saúde. Essa redução foi equivalente à 11,4% quando corrigimos pelo componente de gastos com saúde e cuidados pessoais do IPCA.

Quando observamos o orçamento do Ministério da Saúde: entre 2012 e 2022 ocorreu uma redução em valores reais (gráfico 3) dos recursos destinados a saúde. Essa redução foi equivalente à 11,4% quando corrigimos pelo componente de gastos com saúde e cuidados pessoais do IPCA.

Gráfico 4: Variação Estadual 2012-2022 de beneficiários 60+ (%, Dezembro 2012-2022)

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Na última década (gráfico 4), o crescimento de beneficiários da faixa etária 60+ foi responsável por 93,5% do crescimento de beneficiários da saúde suplementar no período (5,3%, gráfico 2).

Como mostra o gráfico 4, o crescimento do número de beneficiários dessa faixa etária foi mais relevante em Goiânia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Sergipe e Alagoas.

Além disso, ao analisar a evolução dos beneficiários com 60 ou mais, destaca-se as faixas etárias mais avançadas (acima de 70 anos), que têm ganhado relevância, como indicado no gráfico abaixo.

Gráfico 5: Divisão etária dos beneficiários 60+ da saúde suplementar (M, 2012-2022)

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O envelhecimento da população é uma realidade no Brasil, espera-se que 32% da população esteja nessa faixa etária até 2060 (gráfico 6).

Em função disso, tanto a saúde suplementar quando a saúde pública precisam se estruturar e focar através do investimento em infraestrutura e modelos de cuidado preventivos centrados no paciente.

Gráfico 6: Projeção populacional por faixa etária (M, 2022-2060)

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Sem ações concretas, o descompasso entre a necessidade e a oferta de cuidados de saúde adequados só tende a aumentar, comprometendo a qualidade de vida dessa faixa etária e da saúde como um todo. Veja abaixo, os indicadores macroeconômicos.

Indicadores Macroeconômicos da Saúde Suplementar

Distribuição de beneficiários no Brasil e Regiões (M, Set/22 - Ago/23)

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Resultados Financeiros por modalidade (R$ B, T2'22 - T1'23)

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Performance acionária das principais operadoras da saúde suplementar (%, Out/22 - Out/23)

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Movimentações de M&A no setor de seguro saúde brasileiro (# de transações, 3T20 - 1T23)

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Autores

Fábio Schmitt – Sócio-líder da EY-Parthenon Brasil

Leandro Sanches – Sócio-líder de Saúde da EY | Líder do setor de Saúde

Leandro Berbert – Sócio da EY-Parthenon | Líder do setor de Saúde

Rodrigo Rocha – Sócio da EY-Parthenon Brasil | Especialista do Setor de Saúde

Ricardo Milani – Vice-presidente da EY-Parthenon | Especialista do setor de Saúde

Marcelo Matsubara – Consultor Sênior de Estratégia da EY-Parthenon | Especialista do setor de Saúde

Karen Kobayashi - Consultora Sênior de Estratégia da EY-Parthenon | Especialista do setor de Saúde

Coautora

Luciane Infanti - Ex-Sócia da EY-Parthenon | Especialista do setor de Saúde


Resumo

O rápido envelhecimento da população brasileira vem trazendo desafios tanto para a saúde pública quanto a complementar. Este documento produzido pela EY Parthenon traz dados que mostram o descompasso entre necessidades e oferta, e a necessidade de ações concretas.

Sobre este artigo