O que aconteceu
As importações europeias de energia russa caíram drasticamente6 desde 2022, mas a dependência do gás russo continua alta, com 19% do total de importações, apesar de o acordo de trânsito de gás entre a Rússia e a Ucrânia terminar em 2024. Isso representa riscos à segurança econômica e prejudica os esforços da UE para isolar a Rússia economicamente.
Com base no programa REPowerEU 2022, que visa acabar com a dependência da UE das importações de combustíveis fósseis russos e acelerar a transição para a energia limpa, a Comissão Europeia apresentou, no início de maio, um roteiro7 para a remoção gradual do gás, petróleo e energia nuclear russos dos mercados da UE, à medida que o bloco diversifica o fornecimento de energia e continua sua transição para a energia limpa.
De acordo com o novo roteiro, os estados-membros da UE serão impedidos de assinar novos contratos para o gás russo, com todas as importações de gás russo restantes terminando no final de 2027; as medidas para reduzir a dependência das importações de petróleo, combustível nuclear e urânio russos serão menos rigorosas.
O que vem a seguir?
As propostas legislativas para implementar o plano da Comissão serão apresentadas em junho e deverão ser aprovadas pela maioria dos estados-membros da UE e pelo Parlamento Europeu. Se aprovado, os Estados membros teriam que apresentar planos até o final do ano sobre como pretendem eliminar gradualmente as importações de energia russa.
Enquanto isso, os estados-membros e a UE intensificarão os esforços para investir em projetos de gás natural liquefeito (GNL) no exterior e aumentarão as importações de energia, principalmente de gás, de países como8 os EUA, a Noruega e o Catar, e acelerarão a transição para fontes de energia renováveis. Um compromisso europeu de aumentar as compras de GNL dos EUA também poderia ajudar a aliviar as tensões comerciais transatlânticas.
Impacto nos negócios
Os preços do gás na Europa dependerão principalmente da demanda de gás da Ásia e da disponibilidade de GNL dos EUA, uma vez que a ambição da Europa de eliminar gradualmente o gás russo já foi amplamente precificada. É provável que os compradores europeus precisem superar a oferta de outros consumidores de GNL para garantir as cargas necessárias. Portanto, é provável que os produtores globais de gás desfrutem de preços mais altos para seus produtos. Os formuladores de políticas e executivos de energia europeus devem continuar a ser proativos em relação à precificação para garantir a segurança energética.
Os preços do gás na Europa são significativamente mais altos do que os preços nos EUA, o que representa um desafio para a competitividade das empresas europeias com uso intensivo de energia, especialmente no contexto de tarifas mais altas nos EUA. Os fabricantes e outros grandes consumidores de energia na Europa devem explorar inovações de processos e produtos que aumentem sua eficiência energética para controlar os custos.
Para obter mais informações, entre em contato com Andrew Horstead, Famke Krumbmüller.