Visão externa é principal contribuição dos conselheiros independentes para os Conselhos de Administração

18 fev. 2025

Na sequência, de acordo com estudo da EY que entrevistou 143 executivos de grupos empresariais no Brasil, aparecem imparcialidade e neutralidade; conhecimento e experiência do setor; e profissionalismo e rigor

A capacidade de olhar para fora da empresa, como alternativa à visão enraizada que costuma haver nas organizações, é apontada como a principal contribuição que os conselheiros independentes trazem para os Conselhos de Administração. A chamada visão externa, com 23% da preferência dos entrevistados, pode indicar novos rumos para a empresa em um cenário econômico de constantes transformações que exige novas e rápidas soluções para os desafios. Essa constatação é do estudo “Conselheiros Independentes: Boas Práticas”, realizado pelo EY Center for Board Matters (CBM) em abril do ano passado com 143 respondentes entre membros de Conselhos e executivos de grupos empresariais no Brasil. Em termos de perfil, 58% dos respondentes atuam em empresas com faturamento superior a US$ 500 milhões por ano.

Na sequência, aparecem as seguintes contribuições que podem ser dadas pelos conselheiros independentes: imparcialidade e neutralidade (18%); conhecimento e experiência do setor (14%); profissionalismo e rigor (13%); diversidade de opiniões (9%); transparência e boas práticas de governança (7%); pensamento estratégico (5%); inovação e novas ideias (5%); apoio aos acionistas minoritários (3%); e riscos e conformidade (3%). A imparcialidade ou neutralidade evita que as decisões desses profissionais sejam tendenciosas. Já o conhecimento e experiência do setor permitem a eles apoiar suas afirmações e dar força às suas argumentações.

“O objetivo é que esses conselheiros promovam uma governança corporativa eficiente e equilibrada, agregando valor por meio de diferentes perspectivas e expertises ligadas ao setor de atuação da empresa”, diz Daniela Brites, sócia de consultoria em Gestão de Pessoas na EY. “A experiência em diferentes indústrias, modelos de negócios e tecnologias capacita esses profissionais na execução de suas atividades de conselheiros independentes, reforçando a transparência e a integridade nas empresas, o que inclui a proteção de acionistas minoritários”, completa.

Critérios de independência

Ainda de acordo com a pesquisa, 97% dos Conselhos têm membros independentes. Para que essa condição seja observada, 24% dos respondentes apontam que o conselheiro independente não pode ser empregado ou administrador da empresa ou de uma empresa do mesmo grupo (nem ter sido nos últimos três anos). Já 19% dizem que ele não pode ser fornecedor ou auditor da empresa (nem ter sido nos últimos três anos). Outro critério, para 18% dos entrevistados, é não ser cônjuge, parceiro ou ter algum grau de parentesco com administradores, membros do conselho ou acionistas com 5% ou mais do capital social. Há quem prefira (17%) que o conselheiro independente não seja acionista da empresa.

A independência, para os entrevistados, se perde com o passar do tempo. Para 37%, isso ocorre depois de cinco anos de atuação do conselheiro independente no Conselho de Administração. Para 26%, após um período entre cinco e dez anos. Para 22%, após mais de dez anos. Há quem seja ainda mais rígido, dizendo que a independência acaba depois de três anos, na visão de 15% dos respondentes.

Fatores de resistência à presença dos independentes

O estudo ainda menciona que pode haver resistência à entrada de membros independentes no Conselho de Administração. Para 21,2% dos entrevistados, esse movimento ocorre por causa da pressão dos acionistas contrários à presença desses membros. Já 20,1% dizem que existem poucos candidatos que preenchem o perfil desejado. Outros 17,4% apontam pouca vontade de investir na busca de membros independentes, e 10,9% dizem haver pouca vontade por parte de alguns membros do Conselho, como o presidente, em considerar membros independentes. Por fim, 8,2% afirmam que há poucos candidatos que atendem aos requisitos de independência.

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