Programas de transformação digital são essenciais para a inovação de produtos e serviços financeiros, bem como desenvolvimento de novos modelos de negócio. É esse o entendimento dos CROs (Chief Risk Officers) de bancos entrevistados no estudo Global Bank Risk Survey 2022, da EY. Entre junho e outubro do ano passado, foram ouvidos executivos de 88 instituições financeiras – 14% delas G-SIBs – em 30 países, incluindo o Brasil. A lista de “bancos importantes sistematicamente” ou G-SIBs é formada de acordo com critérios do Comitê de Basileia de Supervisão Bancária.
A pesquisa perguntou como os CROs acreditam que a transformação digital vai acelerar nos próximos três anos. Quase seis em cada dez CROs (58%) disseram que por meio da modernização de suas plataformas, correspondendo à resposta mais escolhida. Na sequência, 54% apontaram insights voltados para o consumidor. Em terceiro lugar, 53% optaram por automatização maior dos processos. A quarta resposta mais escolhida foi movendo mais operações para a tecnologia de cloud, com 51%.
Todas essas respostas significam oportunidades de os CROs bancários engajarem com líderes de negócios para criar procedimentos que estimulem a inovação. A transformação digital fornece a base para que as instituições financeiras executem estratégias voltadas para o crescimento, incluindo a participação em ecossistemas de inovação que são protagonizados por fintechs.
No entanto, essas parcerias exigem cuidados, conforme o próprio estudo enumerou. Para os CROs, a cibersegurança está no topo desses fatores de atenção, com 56% das respostas. Na sequência, privacidade de dados, com 52%; terceirização ou outsourcing, com 41%; questões regulatórias, com 31%; fraudes, com 31%; prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, com 28%; entre outros.
Inovações frequentes nos últimos anos
Os setores financeiro e de pagamentos têm recebido diversas inovações nos últimos anos, como Pix, Open Finance e, mais recentemente, o real digital, que já está em fase de testes, com o Piloto RD. Esse movimento faz parte de uma agenda regulatória do Banco Central voltada para a inovação e consequente estímulo da competição. Nesse contexto, as fintechs estão em ascensão, com investimento alto em tecnologia e novos modelos de negócio, situação essa que tem estimulado a transformação digital em todo o setor financeiro, inclusive por parte dos bancos.
A população está respondendo satisfatoriamente a toda essa evolução. No começo de maio, o Pix, sistema de transferências instantâneas do Banco Central, bateu recorde diário de transações, com 124,3 milhões de operações. Em 24 horas, o valor movimentado foi de R$ 68,4 bilhões. Já o Open Finance tem sido elogiado no mundo inteiro pela velocidade de adesão dos brasileiros, com 22 milhões de consentimentos ativos até aqui e cerca de 15 milhões de clientes únicos, de acordo com o BC. Já são mais de 800 instituições participantes dessa iniciativa, de todos os portes, incluindo bancos, cooperativas de crédito e fintechs.