Essas mudanças afetam diversas áreas da contabilidade, como reconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação, com impactos que podem ir além do âmbito contábil, influenciando sistemas de informação e decisões empresariais, como a criação e modificação de estruturas societárias e a estruturação de transações específicas.
Nesse contexto, as entidades enfrentam desafios na elaboração de suas demonstrações financeiras de acordo com as normas brasileiras e internacionais de contabilidade, impactando — mas não se limitando a — aspectos como continuidade operacional, instrumentos financeiros, avaliação de impairment de ativos não financeiros, subvenções governamentais, tributos sobre o lucro, passivos de contratos de seguros, arrendamentos, provisões para perdas com recebíveis, recuperações de seguros, contratos onerosos, mensuração do valor justo de ativos e passivos, reconhecimento de receitas, provisões para perdas com estoques, eventos subsequentes à data-base dos relatórios e outras estimativas contábeis. Com isso, o papel dos preparadores é antecipar esses desafios e adaptar as práticas contábeis para minimizar os impactos.
A importância das divulgações relacionadas ao ESG (Ambiente, Sustentabilidade e Governança) está ganhando cada vez mais destaque no Brasil. Os pronunciamentos IFRS S1 - General Requirements for Disclosure of Sustainability-related Financial Information e IFRS S2 - Climate-related Disclosures. No Brasil foram endossados pela CVM por meio da Resolução nº 193 emitida em 2023, que estabelece as principais diretrizes a serem observadas na elaboração dos relatórios de sustentabilidade pelas companhias brasileiras em exercícios iniciados em, ou após 1° de janeiro de 2024. Ademais, o IFRS S1 e IFRS S2 estão em fase de tradução para a língua portuguesa pelo Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS). Do ponto de vista contábil, o CPC emitirá em breve a Orientação OCPC 10 que trata dos créditos de carbono e de descarbonização.
Outro importante pronunciamento que impactará a apresentação das demonstrações financeiras é o IFRS 18 – Apresentação e divulgação das demonstrações contábeis emitido pelo International Accounting Standards Board (IASB) em maio de 2024 e que entrará em vigor a partir dos exercícios iniciados em, ou após, 1º de janeiro de 2027. O CPC está atualmente discutindo os impactos contábeis, societários e fiscais no Brasil que serão trazidos por este pronunciamento.
Atualizado com os pronunciamentos contábeis emitidos até setembro de 2024, o Good Group oferece exemplos de demonstrações financeiras, notas explicativas e referências para os pronunciamentos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que visam a demonstrar de maneira bastante compreensível os requisitos das práticas contábeis brasileiras e internacionais. O nosso objetivo é que, nestas páginas, as entidades tenham em mãos exemplos de conteúdos e formatos de demonstrações financeiras e partam desses modelos para elaborar suas próprias demonstrações, adaptando-as da melhor maneira às situações de seus negócios. Por meio da publicação, as entidades do país podem ganhar agilidade e transparência na divulgação das informações.
Nosso desafio é continuar a contribuir para o enriquecimento do conteúdo das demonstrações financeiras das empresas brasileiras mesmo após mais de uma década de convergência das práticas contábeis adotadas no Brasil ao IFRS. O incentivo ao desenvolvimento e crescimento delas por meio da disseminação do conhecimento faz parte do nosso propósito de construir um mundo de negócios melhor.