Na pesquisa de Prioridades dos Conselhos de Administração para 2024 conduzida pela EY, 74% dos membros de Conselhos indicaram a agenda de alocação de capital como prioridade, colocando este item como o segundo mais relevante para o ano. Não foi exatamente uma surpresa. O desafio de equilibrar as crescentes necessidades de inovação e transformação com a cautela necessária para enfrentar um ambiente econômico e geopolítico volátil torna cruciais as decisões de alocação de capital, para que as empresas sejam capazes de atingir suas estratégias de curto e longo prazos.
O mundo pós-Covid trouxe um cenário com crise de suprimentos, guerras, juros e inflação elevados, que impuseram desafios adicionais aos negócios no mundo todo. No Brasil, temos uma certa experiência em lidar com a inflação – o que não é verdade em boa parte do mundo. Mas, aliado ao cenário internacional, o retorno dos juros a patamares altos, com perspectiva de permanência no médio prazo, reduziu ainda mais a disponibilidade de capital e elevou a barreira de retorno requerido aos investimentos.
As empresas vêm lidando com este cenário desafiador e volátil com práticas espartanas, mas reduções de custos e otimizações podem levar apenas a um certo nível de ganhos. Neste ponto entram as possibilidades de investimentos transformacionais, com adoção de tecnologias disruptivas e modificações estruturais dos negócios.
A alocação de capital a estes investimentos transformacionais exige dos Conselhos sua maior arte: o equilíbrio entre assumir riscos de curto prazo e não perder a oportunidade de se posicionar para criar valor no longo prazo.
Neste cenário, como o Conselho pode ajudar a empresa a buscar fontes internas de recursos? Incentivando a Administração a reduzir capital de giro, a desmobilizar ativos e a medir clara e regularmente o retorno de suas unidades de negócios - e estas unidades podem ser desde negócios inteiros até canais ou lojas, preparando-se para desinvestir, se necessário. Com fonte restrita, o capital não pode estar alocado onde o retorno seja baixo.
E como o Conselho pode ajudar a Administração a não perder a oportunidade da inovação? Implantando uma mentalidade de experimentação para tecnologias emergentes, com monitoramento constante, objetivos estratégicos bem definidos e, principalmente, com agilidade para mudanças de rotas, incentivando a diversidade na organização, definindo KPIs claros de retorno, financeiros e qualitativos, e cobrando seu atingimento.
Acesse How board oversight of capital allocation can drive strategy e conheça algumas práticas indicadas pela EY.