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Como os Conselhos podem ajudar a construir cadeias de suprimentos resilientes e sustentáveis

As organizações precisam adotar estratégias mais holísticas na cadeia de suprimentos para lidar com um ambiente em rápida evolução.


Em resumo

  • Tensões comerciais, guerras e eventos climáticos extremos estão pressionando severamente as cadeias de suprimentos globais.
  • Novas regulamentações, juntamente com as expectativas de investidores e clientes, exigirão que as organizações descarbonizem suas cadeias de suprimentos.
  • A supervisão dos Conselhos pode ajudar as organizações a fazer a transição para cadeias de suprimentos mais circulares, facilitando a gestão sustentável dos recursos.

As interrupções na cadeia de suprimentos na Irlanda, que têm marcado o cenário de negócios nos últimos quatro anos no país, provavelmente continuarão sendo uma preocupação proeminente para os Conselhos durante 2024. Antes mesmo da pandemia e da guerra na Ucrânia, as crescentes tensões geopolíticas se manifestaram em novas barreiras ao comércio na forma de tarifas, cotas e outras restrições.

A situação foi exacerbada pelo conflito no Oriente Médio. A principal rota marítima global Mar Vermelho-Canal de Suez foi severamente impactada pelos recentes ataques que tiveram implicações de longo alcance nas economias irlandesa, europeia e global, resultando em atrasos e aumentando os já altos custos de frete. Simultaneamente, uma confluência de fatores, incluindo guerras, crescentes tensões geopolíticas, um renascimento do protecionismo comercial e do nacionalismo, bem como o aumento da inflação e das taxas de juros, anunciam uma nova era de instabilidade. Espera-se que este período de incerteza persista no futuro previsível.

Os eventos climáticos extremos relacionados às mudanças climáticas também cobraram seu preço. Uma seca severa fez com que os níveis de água caíssem significativamente no Canal do Panamá, que normalmente transporta 5% do comércio marítimo mundial, impactando assim os fluxos comerciais globais¹.

Enquanto isso, as organizações que se enquadram no escopo da Corporate Sustainability Due Diligence Directive (CSDDD) da UE terão que monitorar todas as suas cadeias de suprimentos para identificar e mitigar impactos adversos nos direitos humanos e ambientais. Além disso, é necessário que as organizações divulguem as emissões ao longo de suas cadeias de suprimentos de acordo com a Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD).

Foco em cadeias de suprimentos circulares

Nesse contexto, está se tornando cada vez mais intragável para investidores e consumidores que as organizações se envolvam em atividades lineares tradicionais de produção take-make-waste (extrair-produzir-descartar). Em vez disso, espera-se que eles tornem seus processos e cadeias de suprimentos mais circulares e minimizem o desperdício, aumentando a reciclagem e a reutilização de produtos e matérias-primas.

Tempo, custo e qualidade não são mais os únicos determinantes da estratégia da cadeia de suprimentos. Embora esses princípios continuem sendo importantes, as organizações estão respondendo a eventos geopolíticos, regulatórios e outros, bem como mudando as expectativas dos clientes, adotando uma estratégia mais holística para a cadeia de suprimentos.

Hoje, as organizações estão buscando melhorar a agilidade e a resiliência de suas cadeias de suprimentos para que se tornem ativos estratégicos que possam ser usados para atingir os principais objetivos do negócio, em vez de simplesmente centros de custo, de acordo com o estudo Prioridades dos Conselhos para 2024 em EMEIA. Isso é particularmente importante na era digital, quando mais vendas são feitas online e os consumidores esperam que seus produtos sejam enviados e entregues rapidamente.

Os Conselhos podem trabalhar com suas equipes de gestão para governar uma abordagem integrada da cadeia de suprimentos, da estratégia ao custo e à resiliência.

As empresas estão cada vez mais se voltando para a tecnologia para atingir esses objetivos e, ao mesmo tempo, manter os custos sob controle. Os robôs que realizam tarefas de picking em armazéns e soluções de torre de controle que coletam e analisam automaticamente dados de toda a cadeia de suprimentos podem oferecer novas eficiências, enquanto a tecnologia intermediária habilitada por IA pode organizar a entrega de produtos diretamente dos armazéns aos consumidores. A tecnologia de drones estará cada vez mais presente em entregas last mile (ou de destino final) nos próximos anos.

Cinco perguntas para os Conselhos considerarem

A supervisão do Conselho sobre a cadeia de suprimentos da organização é fundamental para integrar aspectos operacionais e estratégicos. A importância das cadeias de suprimentos sustentáveis só cresceu nos últimos anos. Embora não exista uma única solução para todos, é imperativo que os Conselhos façam as perguntas certas para garantir que as equipes de gestão tomem as medidas certas para alcançar os objetivos de sustentabilidade e resiliência.

Aqui estão as cinco perguntas que os Conselhos precisam fazer:

Principais ações que os Conselhos podem tomar em 2024

As perguntas precisam ser apoiadas por ações capazes de permitir que os Conselhos ajudem as organizações a enfrentar os desafios geopolíticos para construir cadeias de suprimentos sustentáveis. Os Conselhos podem desempenhar um papel fundamental na orientação das organizações para construir cadeias de suprimentos mais circulares, incentivando a eficiência dos recursos e criando um modelo de negócios mais resiliente. Eles podem:

Esta é uma tradução de conteúdo da EY Irlanda. A versão original, em inglês, está disponível em: How boards can help build resilient supply chains | EY Ireland.

Resumo

Na Irlanda, as cadeias de suprimentos foram levadas ao ponto de ruptura por uma combinação de fatores, incluindo eventos geopolíticos, mudanças climáticas e alterações políticas. Os Conselhos podem ajudar suas organizações a enfrentarem esse desafio trabalhando com as equipes de gestão para garantir que as cadeias de suprimentos sejam projetadas para serem tão resilientes e flexíveis quanto possível, além de serem capazes de responder a novas pressões políticas, à medida que surgirem.

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