Pessoas reunidas numa mesa

Estratégias em tempos de incerteza econômica: como responder a uma possível recessão?

Tópicos relacionados

Em resumo

  • CEOs brasileiros estão priorizando redução de custos e reestruturação para manter a sustentabilidade financeira.
  • Fusões, aquisições e desinvestimentos surgem como alternativas para fortalecimento do caixa.
  • Investimentos em digitalização e parcerias estratégicas permanecem como foco para crescimento futuro.

A economia global continua a atravessar um período de incertezas, impulsionado por fatores como crises geopolíticas, interrupções na cadeia de suprimentos e inflação persistente. Para os CEOs brasileiros, esses desafios exigem respostas rápidas e decisões estratégicas que garantam a resiliência empresarial.

A pesquisa CEO Outlook Pulse 2023, conduzida pela EY, entrevistou 50 CEOs no Brasil para compreender como estão ajustando suas estratégias em face de uma iminente recessão. O estudo revelou que, apesar de 98% dos entrevistados acreditarem em uma recessão, há divergências sobre sua duração e gravidade. No entanto, a necessidade de reestruturação, otimização de custos e investimentos em inovação emerge como consenso entre os executivos.

A necessidade de gestão eficiente do risco e da incerteza

Os CEOs estão cada vez mais atentos à influência da geopolítica sobre os negócios, incorporando análises de risco político nas decisões de fusões e aquisições (M&A), gestão da cadeia de suprimentos e expansão de mercado. Para muitas empresas, a criação de estruturas de governança mais robustas e a avaliação contínua das políticas regulatórias são fundamentais para mitigar impactos externos.

O levantamento apontou que 37% dos CEOs estão preocupados com incertezas políticas e 28% com restrições regulatórias e comerciais, evidenciando a necessidade de uma abordagem mais sistemática para a gestão desses riscos.

CEO Outlook Survey - Gráfico 1

Reestruturação e redução de custos como prioridades

Com a inflação pressionando margens, os CEOs brasileiros estão priorizando medidas para fortalecer o caixa e recuperar a rentabilidade. Entre as principais estratégias adotadas, destacam-se:

  • Corte de custos: 98% dos entrevistados apontaram a redução de despesas operacionais como essencial para manter a eficiência e a competitividade.
  • Revisão de projetos e investimentos: 92% afirmaram estar reavaliando iniciativas e ajustando portfólios para otimizar recursos.

Desinvestimentos: Empresas estão cada vez mais focadas em vender ativos não essenciais para fortalecer sua posição financeira e garantir sustentabilidade a longo prazo.

CEO Outlook Survey - Gráfico2

O papel das fusões e aquisições (M&A) e parcerias estratégicas

Apesar do cenário desafiador, quase 86% dos CEOs entrevistados pretendem realizar algum tipo de transação nos próximos 12 meses, sendo que:

  • 44% planejam comprar ativos para fortalecer sua presença no mercado.
  • 20% estão explorando desinvestimentos, liberando capital para fortalecer operações-chave.
  • 66% pretendem formar joint ventures e alianças estratégicas, compartilhando riscos e capturando novas oportunidades de crescimento.

A busca por colaboração reflete um comportamento global: empresas estão utilizando o conceito de ecossistema de negócios para impulsionar sua transformação e otimizar eficiências.

CEO Outlook Survey - Gráfico3

Investindo no futuro: digitalização e gestão de talentos

Mesmo em meio à recessão, os CEOs brasileiros continuam focados em iniciativas que garantam vantagem competitiva a longo prazo. Transformação digital, inovação e desenvolvimento de talentos estão entre as principais prioridades de investimento.

O estudo revela ainda que 80% dos executivos veem a recente onda de lay-offs como uma oportunidade para atrair novos talentos, enquanto 90% estão reformulando suas estratégias de contratação e capacitação da força de trabalho existente. A capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado de trabalho pode ser um diferencial importante nos próximos meses.

Conclusão

Diante da incerteza econômica, os CEOs brasileiros estão adotando abordagens pragmáticas para preservar margens e garantir a sustentabilidade financeira de suas empresas. No curto prazo, o foco está na otimização de custos, reestruturação e gestão de riscos. No entanto, é essencial manter o olhar voltado para o futuro, investindo em digitalização, parcerias estratégicas e desenvolvimento de talentos.

A história mostra que as empresas que souberem equilibrar estratégias de curto prazo com investimentos de longo prazo estarão mais bem posicionadas para emergir fortalecidas da crise. Disciplina, flexibilidade e uma visão integrada do ecossistema de negócios serão diferenciais decisivos para os CEOs que desejam liderar suas organizações rumo ao crescimento sustentável.

Resumo

A economia global está em um período de incertezas, afetada por crises geopolíticas e inflação, o que leva os CEOs brasileiros a buscar soluções rápidas e estratégicas. Uma pesquisa da EY-Parthenon em 2023 com 50 CEOs indica que, apesar da expectativa de recessão, há um consenso sobre a importância de reestruturação, controle de custos e inovação. Os executivos estão focando na redução de despesas, revisão de projetos, e em transações, como fusões e aquisições. A digitalização e o desenvolvimento de talentos também são prioridades para garantir uma vantagem competitiva a longo prazo. As empresas que souberem equilibrar estratégias imediatas com investimentos futuros estarão mais preparadas para enfrentar a crise.

Sobre este artigo