Além deste framework para orientar discussões sobre a jornada de resiliência da organização, os conselhos e a gestão podem considerar uma variedade de práticas e medidas que fornecem indicações de progresso e ajudam a identificar problemas a serem resolvidos. Abaixo estão alguns exemplos para reflexão.
Cenários e análises do tipo "e se":
Uma das melhores formas de se preparar para uma crise é simular a situação e permitir que a organização aprenda antes dos eventos reais. O planejamento de cenários abrangentes, que consideram uma ampla gama de possíveis disrupções, oferece importantes oportunidades de aprendizado. Além disso, realizar pré-mortems ou pós-mortems permite uma análise mais profunda sobre o que deu errado ou poderia ter dado errado em situações específicas. A entrega de relatórios para o conselho dá aos seus membros a oportunidade de opinar, compartilhar suas perspectivas e lições aprendidas, além de permitir uma governança robusta.
Métricas operacionais e de processos:
Avaliar a eficácia da resiliência empresarial envolve revisar tanto os processos quanto os resultados. Os conselhos podem apoiar a administração no aprendizado contínuo sobre resiliência estratégica, focando no progresso, em vez de apenas análises pontuais, e observando o quadro geral dos sistemas, processos e suas interconexões e colaborações. Indicadores-chave de performance (KPIs) com métricas operacionais de tempos de resposta e taxas de recuperação podem ser complementados com informações adicionais, como a comunicação com fornecedores e terceiros e painéis de controle com dados em tempo real sobre disrupções potenciais. Para alguns, o estabelecimento de recursos permanentes de gestão de crises e mudanças — para monitorar constantemente o horizonte e trabalhar entre funções para impulsionar a implementação — será parte do processo global.
Indicadores de cultura e liderança:
Embora mais difíceis de medir, identificar como a cultura da organização e seu talento estão (ou não) defendendo a resiliência ajudará a determinar as necessidades de gestão de mudanças. Incentivar líderes a aprender com erros e quase-erros — e aplicar as lições aprendidas — marca uma diferença clara entre aqueles que são verdadeiros inovadores adaptativos em resiliência e aqueles que apenas reagem e se conformam. O aprendizado contínuo e o empoderamento dos funcionários podem ser viabilizados por meio de incentivos e boas estruturas de governança.
Em um mundo onde as organizações enfrentam a variabilidade e a velocidade de mudanças e disrupções de múltiplas fontes, as abordagens tradicionais do passado têm se mostrado insuficientes. Resiliência não é mais sobre apenas recuperar operações e serviços diante de uma crise ou falha — uma abordagem que mantém as organizações presas no modo de crise constante e lutando contra o último incêndio. Em vez disso, os líderes estão adotando uma mudança de mentalidade para a resiliência estratégica em nível empresarial. Isso permitirá que eles não apenas enfrentem os desafios da disrupção de maneira eficaz e eficiente, mas também avancem para aproveitar as oportunidades apresentadas com o realinhamento oportuno das atividades e pessoas da organização.
Perguntas para consideração dos conselhos
Para fomentar um entendimento mais profundo da capacidade de resiliência da organização, os conselhos podem refletir sobre:
- Quais são as principais suposições e fatores importantes para nossa estratégia? Quão vulneráveis eles estão a mudanças inesperadas?
- Estamos, como conselho, pedindo revisões de resiliência que vão além dos testes comuns de conformidade e controle?
- Como a gestão prevê o que pode acontecer no futuro e como isso pode afetar a organização?
- Como a gestão se prepara e resiste a ondas de mudanças inesperadas?
- Como os líderes de negócios e das áreas estão colaborando, superando barreiras entre departamentos, para se preparar para mudanças e se tornarem mais fortes?
- Onde o conselho percebe a influência de preconceitos implícitos e contextos que impedem a gestão de prever problemas?
- As análises de cenários consideram uma variedade adequada de situações extremas e até mesmo improváveis, como um "ponto único de falha"?
- As análises apresentadas ao conselho incluem os possíveis efeitos acumulativos de diferentes riscos?
- Os planos de contingência e resposta para riscos significativos e de alto impacto são periodicamente simulados e revisados com o conselho?