Em meio a disrupções, a energia é agora uma prioridade pessoal para os consumidores, com grandes implicações para os provedores de energia que correm o risco de ficar para trás.


Em resumo

  • Os consumidores de energia já não são mais passivos, e as mudanças que estão fazendo na forma como vivem serão um motor significativo da transição energética.
  • “Omni-experiences” energéticas estão quebrando as barreiras tradicionais entre indústrias, fornecedores, produtos e serviços, e a pressionar as atuais abordagens operacionais.
  • Para os provedores de energia, a transformação da experiência do cliente é agora essencial para a sobrevivência, com seis imperativos estratégicos concebidos para orientar o caminho.

Opapel central da energia nas nossas vidas nunca foi mais claro e, para os consumidores, a questão é agora pessoal. O aumento dos preços, as preocupações com a segurança e a agenda da descarbonização atingiram os nossos lares, e os consumidores de energia já não são mais passivos.

Sobre a pesquisa

Em 2021 e 2022, a EY realizou uma pesquisa com consumidores de energia em 18 mercados. Um total de 70.000 consumidores maiores de 18 anos foram incluídos a fim de compreender seus valores, preferências e compromisso com a energia. Reconhecendo que a transição energética é impulsionada pelos consumidores, e acaba impactando a todos eles, a amostra da pesquisa inclui pagadores e não pagadores de contas de todas as idades e níveis de renda.

Se analisarmos os dados Brasil, veremos consumidores acelerados pelas tendências de mercado, tecnológicas e sociais, os usuários passivos de energia estão dando lugar a um novo omniconsumidor, mais ativo e engajado.

Os omniconsumidores têm diferentes orientações de valor e estão indo além dos valores fundamentais de confiabilidade e acessibilidade, impulsionados por uma gama diversificada de preferências que contribuem para experiências energéticas significativas.

  • Menos da metade (46%) dos consumidores confiam na direção que seus provedores de energia estão tomando para criar valor para eles e sua comunidade no longo prazo;
  • Apesar disso, o índice de confiança do consumidor de energia (ECCI) é relativamente alto no Brasil (5º lugar, considerando 18 países, com uma pontuação de 65,5, sendo o maior 77,6 e o menor 51,2*). O ECCI mede a confiança do consumidor no mercado em geral de energia e na transição energética atual, além de seu otimismo sobre a direção que está sendo tomada.

Quase metade (47%) está disposta a pagar mais por produtos e serviços mais sustentáveis, sendo os temas de maior interesse:

  • Ações que possam reduzir o consumo de energia (85%);
  • Priorizam reduzir seus custos com energia (84%);
  • Formas de monitorar o consumo de energia (79%);
  • Ter energia de fontes renováveis (77%);
  • Priorizam reduzir o impacto ambiental (75%);
  • Compras de novos serviços e produtos de energia (67%);
  • Gerar a própria eletricidade em casa (64%).

A maioria também quer além do básico:

  • Produtos e serviços personalizados (61%);
  • Produtos sustentáveis (69%);
  • Provedores responsáveis de energia (76%);
  • Tarifas de energia acessíveis (74%);
  • Produtos e serviços confiáveis (78%).

E mais de um provedor, além de novas experiências digitais:

  • 54% preferem múltiplos provedores de soluções de energia, contra 18% que prefere um só;
  • 54% também se interessam em aderir a um comércio de energia peer-to-peer;
  • 70% preferem canais digitais para todas as interações.
     

Ou seja, esses e outros dados mais detalhados da pesquisa revelam que os consumidores estão resilientes em seu desejo de envolvimento com a energia e os fornecedores precisarão impulsionar o consumo consciente, engajar os consumidores em um mundo pós-digital, agir com intencionalidade sobre confiança, complexidade e custo, expandir opções para estilos de vida ecológicos, ampliar experiências de soluções e entregar valores além do básico.

*Em ordem: China, Malásia, Hong Kong, Canadá, Brasil, Austrália, Estados Unidos, Holanda, Suécia, Portugal, Itália, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido, Bélgica, Irlanda e Japão.

Resumo

Para os consumidores, a energia agora é pessoal. A disrupção abalou a confiança na indústria e nos provedores de energia, mas também acelerou o interesse e o engajamento. A transição energética impulsionará mudanças em cada aspecto da vida dos consumidores e há oportunidades significativas para os fornecedores de energia que agem agora. Investir nas competências que ajudarão os consumidores a avançar em sua jornada energética é uma ação sem arrependimento. Os consumidores estão prontos para dar um salto à frente. Cabe agora aos provedores de energia iluminar este caminho.