Luciana Dias é advogada, professora de regulação do mercado de capitais e fundos de investimento, além de atuar em órgãos de governança de companhias abertas.
A empreendedora, que é mentora do Winning Women Brazil desde 2022, conta como o programa apoia tanto os problemas comuns como os específicos das participantes, e como ela própria transformou seu escritório e ampliou sua visão sobre o potencial do empreendedorismo feminino de impacto, ao aceitar apoiar esta jornada.
Confira nesta entrevista concedida à Newsletter do Winning Women Brazil!
WW News: Nos conte um pouco sobre você.
Luciana Dias: Tenho 48 anos e sou advogada por formação, mas profissionalmente atuo de diversas formas. Além de advogar em uma boutique que atua em regulação financeira do mercado de capitais e societário para companhias abertas, eu sou professora de Direito na Fundação Getúlio Vargas desde 2008, onde dou aulas sobre regulação do mercado de capitais e fundos de investimento e também atuo em órgãos de governança de companhias abertas. Atualmente, estou no Comitê de Auditoria do Itaú e no Conselho de Administração da AMBEV.
WWN: Quando o Winning Women entrou na sua vida?
LD: Eu comecei a atuar como mentora em 2022, portanto estou encerrando meu segundo ciclo de mentoria. Recebi o primeiro convite em 2021, resisti um pouco porque eu achava que não tinha o perfil. A Raquel Teixeira, muito habilidosamente, me convidou para ouvir as mentorias coletivas e entender que tipos de discussões eram feitas e como eu poderia contribuir. Aí eu vi que muitas das discussões eram similares àquelas que eu já tinha vasta experiência, ou como advogada ou como conselheira de administração, então, tomei coragem e aceitei.
WWN: Durante todo tempo que é mentora, o que mais chamou sua atenção?
LD: O empreendedorismo, depois de um tempo, torna-se uma jornada solitária e muitas das dúvidas, empasses e medos das empreendedoras são absolutamente comuns a toda e qualquer pessoa que empreende. No entanto, é muito difícil para a empreendedora perceber isso. Perceber que o dilema dela é muito parecido com o da outra e, por isso, a solução da outra pode também ser a sua solução. Assim, trocar experiências já é uma grande ajuda para boa parte dos problemas. Óbvio que todo negócio tem suas particularidades e há questões que são realmente únicas.
Mas, o processo de mentoria ajuda a separar o joio do trigo. A empreendedora precisa pensar numa solução específica para todos os problemas que são comuns a todos que empreendem: pessoas, finanças, inovação, comercial etc. E para esses problemas que são comuns e que geralmente são os que mais incomodam, a EY tem sempre um profissional que pode ajudar.
Então, o que mais me chamou atenção foi esse processo, com método e estrutura e, ao mesmo tempo, com acolhimento e afeto que a EY desenvolveu para diagnosticar os problemas comuns, ajudar e, por outro lado, colocar as empreendedoras diante de pessoas experientes em áreas correlatas para discutir aqueles que são específicos. Essa combinação torna o programa muito completo.
WWN: Após ser parte do time de mentoras, o que mudou na sua forma de encarar o empreendedorismo feminino?
LD: Muita coisa. Primeiro, o programa da EY me ajudou como empreendedora, dona do meu escritório. Antes, eu não percebia que me sentia tão sozinha. As mentorias coletivas que a Raquel me convidou a assistir, para me convencer a ser mentora, na verdade, me ajudaram muito. Eu fiz muitas transformações no meu escritório por conta delas e acho que as pessoas que trabalham comigo hoje estão mais felizes.
Depois, eu conheci mulheres incríveis e muita corajosas e com negócios sólidos, inovadores e com grande potencial de crescimento. Além disso, 100% das mulheres com quem tive contato no programa querem desenvolver seus negócios de uma maneira mais humana e sustentável. Elas querem crescer, dar certo, ganhar dinheiro, mas por um caminho que me parece mais consciente e sustentável. Mesmo quando atuam em setores mais tradicionais, as empreendedoras estão preocupadas com o bem-estar de suas equipes e com suas comunidades. E também há aquelas que se preocupam em melhorar de uma forma ainda mais ampla o mundo e se aventuram com negócios de impacto. É muito bacana testemunhar tudo isso.